Sobre mim

Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.

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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

...é que narciso acha feio o que não é espelho (Parte III)

Saudações!

Meu terceiro dia em Sampa foi incrível! Primeiro porque passei a maior parte dele com grandes amigos e, segundo, porque fui conhecer um bairro do qual só tinha ouvido falar: A Liberdade. Esse é o bairro com a maior concentração de orientais por metro quadrado da cidade de São Paulo. Foi ali que se estabeleceram os primeiros imigrantes vindos do Oriente e é ali que encontramos uma profusão de lojinhas com aqueles produtos super baratinhos e , muitas vezes, curiosos.
Bem, deixa eu narrar do início: O Caio foi me buscar no hotel, ficamos um tempinho conversando e rindo, como nos velhos tempos em que eu me hospedava na casa dele. De lá, fomos encontrar o Rodrigo no metrô. Eu ainda não tinha visto o Rô e estava querendo muito poder abraçá-lo, afinal já tinha mais de 1 ano que a gente não se via pessoalmente! Quando ele chegou foi aquela festa!! Muitos abraços, sorrisos, beijos e elogios! Eu estava tão feliz por estar ali com eles! Como era bom !

Pegamos o metrô, com destino à Liberdade, mas como somos distraídos, acabamos passando da estação e descemos na Sé, o que foi ótimo porque assim foi possível tirar fotos daquela Catedral linda! O local é meio perigoso, mal frequentado até, mas a igreja é belíssima! Pena que ela estava fechada e não conseguimos entrar.

De lá, caminhamos um pouco até nos depararmos com uma rua cheia de luminárias japonesas, indícios de que havíamos chegado ao nosso destino.



Como estávamos com fome, paramos para comer numa churrascaria. Acreditem, amigos, fomos a um bairro oriental e comemos carne!! Nada de sushi, sashimi ou yakissoba. Nos rendemos, literalmente, aos prazeres da carne (que estava magnífica!).
Estômago forrado, fomos gastar as calorias adquiridas andando pelo bairro, vendo as barracas da feirinha típica que existe lá aos domingos. Pena que o tempo não estava ajudando muito, pois a garoa típica de São Paulo, começava a se transformar em chuva fina. De qualquer forma, compramos umas coisinhas, tomamos um picolé de melão (bem coisa de japonês mesmo que adora uma novidade pois nunca tinha visto picolé com esse sabor!) e de lá, fomos passear um pouco até chegarmos no Shopping Paulista, onde iríamos encontrar o povo da montanha.

No Caminho, passamos pela Avenida 23 de Maio, uma das mais movimentadas, mas como era domingo, o trânsito estava calmo. Passamos por uns prédios com uma arquitetura diferente e, finalmente, chegamos ao Shopping.
Quando o pessoal chegou foi aquela festa de sempre! Muitos abraços, beijos, saudades e novidades para contar! Puder rever pessoas que nem achava que veria dessa vez. Estar ali, entre meus amigos, rindo, falando bobagem, aproveitando o momento, me fez refletir sobre como perdemos tempo da nossa vida pensando em coisas inúteis, tendo sentimentos inúteis e não aproveitando momentos tão preciosos! Eu estava muito feliz por ter me dado a chance de viver aquele momento tão especial!
No dia seguinte, pela manhã, eu retornaria ao Rio, mas não sem que o Rodrigo fosse me ver mais uma vez! Ele passou lá no hotel para me levar à rodoviária. Foi muito bom me sentir amada por esse amigo tão especial! Foi bom perceber como fazemos diferença na vida um do outro! Ter amigos é um dos maiores tesouros que podemos cultivar!
Voltei tranquila à minha cidade, ouvindo música no meu MP3, observando a névoa que encobria a Serra das Araras e a deixava mais linda e com a sensação de que esse foi mais um fim de semana que valeu a pena ter vivido!
A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM DEZEMBRO DE 2008

domingo, 21 de dezembro de 2008

...que só quando cruza a Ipiranga e a Avenida São João...(parte II)

Saudações!

Continuando a narração do meu fim de semana em São Paulo...
Sábado, fui conhecer um amigo especial. Ele foi me buscar no hotel, me deu uma linda caneca do filme "O fabuloso destino de Amélie Poulin" e me levou para almoçar num local super bonito da Avenida Paulista, chamado "Reserva Cultural", fica no prédio da Gazeta e é um misto de restaurante, complexo de cinemas, boulangerie, espaço de exposições e livraria. Uma graça! Comemos uma comida de-li-ci-o-sa e conversamos muito! O local era bem interessante e, do restaurante, podíamos ficar observando a Avenida Paulista com toda sua pluralidade.
Depois, saímos de lá e fomos ao Teatro Municipal de São Paulo. Um prédio lindo! Com uma arquitetura pomposa do início do século XX, que foi palco da Semana de Arte Moderna de 1922.



De lá, ele quis me levar a um local surpresa ali perto. Fomos andando e, pela primeira vez, eu observei toda a arquitetura do centro de São Paulo. Seus belos prédios, a mistura do antigo com o novo, a pobreza convivendo muito perto da ostentação, enfim, aquela mistura tão típica do Brasil se fazendo presente ali, diante dos meus olhos curiosos e, quando eu menos esperava, demos de cara com o CCBB! Um prédio também do início do século XX, com cinco andares, uma linda escadaria, um teto magnífico e onde vimos uma exposição sobre os "200 anos de arte no Brasil", com quadros de Di Cavalcanti, Portinari, Djanira, Heitor dos Prazeres, entre outros.




Saindo do CCBB, fomos ao Sesc da Avenida Paulista, subimos ao último andar e, de lá, vi a vista mais mágica da cidade de São Paulo! A gente chegou lá quase no fim do pôr-do-sol e, de um lado, ainda havia aquela faixa dourada no céu, enquanto que,do outro, podia-se ver a Avenida Paulista já toda iluminada. Era a coisa mais linda! Nunca pude imaginar que Sampa fosse tão bonita!! Fiquei extasiada! Poderia ficar horas ali, só observando aquelas luzes que iam e vinham, aquele céu escurecendo e as luzes de natal acendendo por toda a cidade! Foi o momento mais incrível daquele sábado!





Depois fomos ao "Fran's café", que em Sampa é como Mc Donald's, tem em toda esquina, mas como pra essa carioca que vos escreve, ir ao "Fran's café" é um evento, fiz questão de ir! Foi delicioso! Tanto a comida quanto o papo!
Saímos de lá com a cidade toda iluminada e as pessoas parando para fotografar e observar a decoração. Tinha até engarrafamento por causa disso! Chegamos no hotel, conversamos um pouco, mostrei a ele algumas fotos e por fim, ele acabou desistindo de ir a uma balada que tinha planejado e resolveu passar a noite conversando comigo. Achei ótimo que ele tivesse tomado essa decisão, pois eu estava adorando conversar com ele, e, por incrível que pareça, não nos faltava assunto!
Mas como ele não queria ficar no hotel, fomos a uma espécie de bar-danceteria chamado "O gato", que fica perto do shopping Frei Caneca. Um local bem interessante que tem, na parte de baixo, uma banda tocando ao vivo música brasileira bem anos 80(que eu amo!), e em cima é uma espécie de bar, com mesinhas e música ambiente, onde dá pra conversar sem ter que gritar. Foi o que fizemos durante boa parte da noite. Pedimos uma tábua de frios maravilhosa e conversamos, conversamos, conversamos! Foi tão gostoso! Eu sentia que, naquele momento, éramos verdadeiros amigos! Eu quase poderia colocá-lo no rol dos meus amigos mais amados, embora ele ainda estivesse levemente com o pé atrás comigo em alguns momentos. Mas em alguns instantes a gente relaxava tanto que parecia que éramos amigos há anos! Foi o momento em que me senti mais feliz!
Lá pelas 3h30 da manhã, descemos para assistir à banda cantar músicas anos 80. Dançamos um pouco e nos divertimos. Fomos embora lá pelas 4h30, ele me levou ao hotel, nos despedimos com um longo e sincero abraço e ele se foi...subi para o meu quarto, tomei um banho para tirar o cheiro de cigarro que sempre fica depois de uma balada, deitei na cama e chorei...da mais pura e besta felicidade! Fazia tempo que eu não chorava por estar feliz! Fui dormir leve, com uma sensação maravilhosa de que o tempo é capaz de atenuar os males e, quiçá, de transformá-los em algo melhor do que podemos imaginar!

A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM DEZEMBRO DE 2008

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Alguma coisa acontece no meu coração...(parte I)

Saudações!

Hoje faz uma semana que fui a São Paulo. Mas, dessa vez, a viagem teve um gostinho todo especial, pois foi a primeira vez que fui à terra da garoa como turista e descobri como Sampa é bonita!!
Acho que fui privilegiada também por estarmos em época de natal, pois as luzes da cidade eram uma atração à parte. Todos paravam pra olhar e fotografar aquela prufusão de luzes, cores, papais-noéis, árvores e outros tantos enfeites cujo limite era apenas o da criatividade de seus elaboradores.





Cheguei em São Paulo por volta de 15h na sexta-feira, peguei o metrô, me enrolei um pouco até descobrir pra que lado eu devia ir, mas consegui chegar à estação Consolação (que tinha uma escada gigantesca para se subir com uma mochila pesada, mas vamos lá! Afinal, sou turista!). Fiquei num hotelzinho no centro chamado Formula 1, bem pertinho da Avenida Paulista, de onde dava pra fazer muitas coisas a pé.
Eu tinha combinado com o Leo e a Kel de irmos ao Masp e eles foram até o hotel me pegar. Foi ótimo revê-los depois de tanto tempo! Fomos ao Masp que é bem pertinho do hotel e vimos uma exposição sobre os mitos gregos. Muito interessante! Tinha quadros e esculturas de Delacroix, Renoir, Monet, Goya, etc...Gostamos! Rimos muito com as traduções do Leo sobre um quadro de Dioníso...



Depois, eu e o Leo fomos jantas no Center 3, uma espécie de shopping/galeria também na Paulista,que tinha uma linda decoração de natal. Colocamos as fofocas em dia até o Matt chegar! A gente conversou, riu e se divertiu bastante. Depois, encontramos o Caio e, após um longo e apertado abraço, fomos todos para o meu quarto no hotel fazer hora até meia noite que era quando começava o "Noitão do HSBC", um evento que ocorre toda segunda sexta-feira do mês no cine Bellas Artes e que consiste numa maratona de 3 filmes (de meia-noite as 6 da manhã). Sempre tem um lançamento, um filme mais alternativo e um filme-surpresa.



Quando deu 23h30 fomos para a fila do cinema, onde encontramos a Kel e a Karina, que conseguiram autorização dos pais para irem ao Noitão!
O primeiro filme foi "Dois em um", uma comédia francesa (sim, elas existem!) até bem divertidinha...deu pra rir um pouco. Já o segundo filme foi mais pesado, chamado "Um homem bom", que embora fosse uma produção americana, era dirigido por Vicente Amorim, um diretor brasileiro. É um filme sobre o nazismo. Não é maravilhoso, mas valeu a pena ter visto.
Eu não aguentei ver o terceiro filme, pois estava super cansada da viagem e fui com o Caio e o Matt pro lobby do hotel. Conversamos um pouco, até a hora deles terem de sair pra trabalhar e eu subi pra tomar um belo banho e cair naquela cama maravilhosa para poder dormir bem até o dia seguinte (na verdade, até o mesmo dia mais tarde), pois sábado eu teria um dia muito especial...

A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM DEZEMBRO DE 2008

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

ansiedade

Saudações!

Amanhã a essa hora já estarei em Sampa! Já terei até ido ao Masp!! Não vejo a hora de rever meus amigos e de observar a capital paulista sob uma ótica mais turística! Estou animada!
Trarei na bagagem de volta muitas fotos, muito carinho dos meus amigos e (acredito muito nisso!) uma nova e sincera amizade!
Espero que São Pedro colabore e não faça chover, porque a cidade da garoa já é complicada quando garoa, imagina se chover?! De qualquer forma, isso não vai me impedir de olhar para essa cidade sob outra perspectiva e de viver momentos maravilhosos ao lado dos meus amigos tão queridos!
Posto as fotos e conto as histórias quando voltar, na segunda.

A bientôt!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Bola de neve vira avalanche

Saudações!

Agora é oficial: Os EUA estão em recessão! O presidente George W. Bush foi à TV hoje dizer que o país dele está, de fato, em recessão.
Essa semana foi confusa na economia mundial. O dólar subiu como um foguete e chegou a valer 2,60 reais! Há 6 meses ele não tava nem 1,60! E, claro que, junto com ele, sobe também o euro mas as bolsas mundiais despencam...semana passada o CityBanc, um dos maiores bancos americanos, quase quebrou, o que o segurou foi a intervenção do governo. Essa semana a GM também estava na corda bamba.Ou seja, até as empresas, teoricamente, sólidas nos EUA estão quebrando! Isso é preocupante...
Na Europa, a zona do euro também se declarou em recessão e baixou os juros, assim como a Inglaterra que tem o maior índice de desempreogo dos últimos 50 anos! A coisa tá feia em todo canto!
Aqui no Brasil, tudo está meio instável (incluíndo o solo que despencou com as chuvas em Santa Catarina, mas isso é assunto pra outro post) e eu ando um tanto preocupada, afinal, agora que decidi viajar, tenho que me preocupar com assuntos como economia e cotações de moedas.
Minha viagem para Argentina não ficou comprometida, pois tudo foi acertado antes dessa crise, mas o dinheiro que eu pretendia levar para lá já diminuiu...e muito! Comprar moeda estrangeira nesse momento de crise nem pensar!!! Vou com real mesmo. Paciência...pelo menos os lugares mais interessantes por lá são baratos ou gratuitos.
Tenho lido muito sobre Buenos Aires, já decidi qual dos meus guias irei levar para me orientar por lá e o que pretendo fazer nas minhas tardes livres.
Quem me conhece sabe o quanto sou precavida e ansiosa (não necessariamente nesse ordem), portanto, já tenho um roteiro pronto. Contudo não é um roteiro engessado que não possa ser modificado de acordo com as circunstâncias. Marquei de conhecer algumas pessoas por lá. Pessoas que conheci pelo orkut e que também vão viajar na mesma época que eu. Agora que falta menos de um mês fico cada vez mais ansiosa, nervosa, imaginando como será essa viagem! Minha primeira viagem internacional, minha primeira viagem sozinha.
Outro dia, lendo um dos meus livros sobre viagem, vi uma frase que dizia assim: "...aproveite cada segundo; a primeira viagem solo a gente nunca esquece! Depois que você perde essa 'virgindade', a vivência de viagem melhora a cada dia, mas um pouco do encantamento que só a primeira vez tem se perde." (Flávia Soares Julius & Maristela do Valle in: viaje sozinha)

A Bientôt!

sábado, 29 de novembro de 2008

Terra da garoa


Saudações!

Mais uma viagem se aproximando... vou rever a capital paulista que tanto visitei nos últimos 2 anos. Contudo esta será uma viagem diferente das outras: irei como turista! Das últimas 5 vezes que visitei São Paulo não fui lá pela cidade, mas sim pelos amigos que fiz por aquelas bandas. Amigos virtuais que se tornaram reais. Eu ia com o único intuito de visitá-los, de estar com eles, conversar, rir e me sentir acolhida por aquele imenso carinho que nos unia. A cidade era coadjuvante, mero local de encontro, sem atrativos especiais. Até visitei alguns lugares tipicamente paulistas como o Parque do Ibirapuera e o MASP, entretanto, eles eram cenário. Os protagosnistas daquele encontro éramos eu e meus amigos, com quem vivi momentos maravilhosos!
Mas desta vez será um pouco diferente: primeiro porque estou mais atenta aos lugares desde que decidi viajar pelo mundo, depois porque será a primeira vez que irei a São Paulo sem que ninguém vá me buscar na rodoviária. Terei de me virar para chegar até o hotel de metrô! E o mais louco é que estou adorando essa idéia!
Ficar em hotel é também um diferencial dessa viagem. Das outras vezes eu fiquei na casa de um, de outro, dormi pouco, passei a madrugada conversando e peguei sempre resfriados terríveis por causa da baixa imunidade que atingia meu corpo com a dobradinha: pouco sono + alimentação precária.
Agora não! Resolvi que vou ficar em um hotelzinho simples. Quero dormir direito, me alimentar normalmente e voltar de lá apenas com boas lembranças e não laringites, faringites ou similares...
Também quero conhecer um pouco mais da cidade. Planejei uma nova visita ao Masp (dessa vez para reparar bem nele!); um passeio pela avenida Paulista, outro pelo bairro da Liberdade. Quero ver como é o estilo de vida do paulistano. É engraçado eu dizer isso, porque morei em São Paulo por 2 anos já. Em Barueri, cidadezinha na periferia, mas era São Paulo! Só que, na época, eu detestava tanto estar lá (já que o fazia por motivos alheios à minha vontade) que nem curti a capital mais cosmopolita do meu país. Vivi 2 anos em São Paulo e nunca fui a um teatro na capital! Nunca fui a uma feira, a um museu, um parque, nada!!! Detestava tanto estar ali que boicotava qualquer possibilidade de gostar da cidade!
Enfim, voltei para o Rio e a capital paulista continuou sendo uma incógnita para mim. Até que, ironicamente, fiz amigos por lá e retornei àquele lugar que me trazia tantas recordações de uma época que eu fazia questão de esquecer.
Talvez por isso eu também não tenha me interessado em conhecer mais a capital e tenha me focado tanto nos meus amigos que o conhecimento do externo se tornou dispensável. Talvez eu ainda não estivesse madura o suficiente.

Agora, porém, minha vida está bem diferente! Eu estou bem diferente! Tenho outros interesses, outros desejos, outras prioridades! E conhecer as cidades para onde vou é uma delas. Isso sem mencionar o fato de que essa viagem a São Paulo tem um diferencial todo especial e que é, em grande parte, o motivo dessa viagem: vou conhecer alguém que é, há muito, uma pessoa de extrema importância na minha vida. Nossos caminhos se cruzaram e se distanciaram de uma forma exdrúxula, mas felizmente, pude reencontrá-lo e agora, finalmente, poderei conhecê-lo. Quero aproveitar bem essa oportunidade!
Aliás, ultimamente, Deus tem sido bem generoso nas oportunidades que coloca na minha vida, só tenho a agradecer e fazer a minha parte que é me tornar uma pessoa melhor percebendo que existe um mundo que vai além do quintal da minha casa!

A Bientôt!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Campos do Jordão

Olá, amigos!
Estive em Campos do Jordão no último fim de semana. Foi uma viagem curta e, se eu já não a tivesse pago com  antecedência, confesso que não teria ido...mas não foi de todo ruim. Revi algumas pessoas que trabalharam comigo e pudemos relembrar os velhos tempos e colocar as fofocas em dia!
A viagem em si foi fraca. Muito fraca! Mas teve um lado muito bom: fez eu descobrir que detesto viajar em excursão! Há tempo demais para fazer comprar e muito pouco tempo para se visitar o que realmente me interessa como museus, por exemplo.
A sorte é que não era a primeira vez que eu visitava a cidade da serra paulista, já havia estado lá duas outras vezes e, por isso, já conhecia os museus da região e os pontos turísticos mais importantes, contudo, não poder revê-los me fez repensar a importância que a maioria das pessoas dá ao conhecimento de um outro lugar, de uma outra cultura...fico imaginando como seria uma excursão à Europa! Imagina eu querendo ver o Louvre e o povo só querendo saber de comprar na Galeria Laffayette? Nossa! É a visão do inferno!

Bem, chegamos em Campos do Jordão na madrugada de sexta para sábado, lá pelas 3h30 da manhã e, claro, fomos dormir. Acordamos cedo no sábado, tomamos o café da manhã do hotel Ascona, que era muito gostoso, e saímos com destino ao Pico do Itapeva. Porém, diante da chuva que São Pedro insistia em mandar, não pudemos ir até o cume, então paramos nas "Duchas de Prata", ponto turístico no meio do caminho, onde existe uma cachoeira represada que dá nome ao lugar. Há também muitas lojas que vendem malhas, doces, chocolates e lembrancinhas para turistas.






Saímos de lá e fomos à uma loja de chocolates da Cacau Show. Pessoalmente eu achei um desperdício ir à uma loja que existe aqui no Rio em cada esquina, até porque lá em Campos existe uma fábrica de chocolate chamada "Araucária" que é muito mais interessante, pois tem um vídeo informativo sobre como surgiu o chocolate, além de se poder ver a fabricação das guloseimas através de um grande vidro no andar de cima, contudo, não era eu que fazia o roteiro, então fomos à loja da Cacau Show mesmo...



Depois, almoço! A excursão fechou um pacote com o restaurante "Marina" para dois almoços e um jantar e fomos comer lá. No sábado serviram feijoada. Estava até gostosa, embora esse não seja um dos meus pratos preferidos, mas o problema era que os garçons eram lentos demais e tinham memória de peixe dourado, então até a gente conseguir que a bebida chegasse, a comida já tinha acabado.
Após a refeição fomos ao centro da cidade para compras. Duas horas e meia para compras! Depois de uma hora eu não aguentava mais! Já tinha visto todas as lojas, experimentado todos os casacos e resolvi tirar fotos, já que o teleférico não estava funcionando em não pudemos subir.
À noite, jantar no mesmo restaurante. Rodízio de fondue. Estava muito gostoso! Principalmente o de chocolate!



Dia seguinte, domingo pela manhã, após tirar fotos do interior do hotel, da fachada, da recepção e de tomarmos café, fomos ao Palácio Boa Vista, que é a residência oficial de inverno do governador de São Paulo. Só tirei foto da fachada porque ninguém quis entrar...








Depois fomos ver o Museu Felícia Leirner, onde existem esculturas de concreto a céu aberto com as quais se pode interagir. É muito bonito, mas como o local é extenso, não pudemos ver tudo já que tínhamos apenas 20 minutos lá...um absurdo! 20 minutos no museu e 2h30 para compras! Fiquei revoltada!







De lá fomos à cervejaria Baden, Baden, uma fábrica de cerveja alemã que existe em Campos. Tirei umas fotos dos tonéis onde a cerveja é preparada.





Depois, almoçamos no mesmo restaurante, dessa vez foi churrasco. Gostoso também. Já me preveni e pedi logo duas águas de uma vez pois o garçon demorava tanto que eu preferi garantir logo.
Após o almoço, pegamos nossas coisas no hotel e viemos embora. Saímos as 14h30 de lá, mas só chegamos no Rio as 21h, tinha um engarrafamento monstro na serra das Araras! Enfim, fui pra casa da minha mãe, dormi por lá e só cheguei na minha casa na segunda, morrendo de saudade do meu espaço, das minhas coisas, da minha vida! Viajar é bom, mas quando a viagem não agrada muito, chegar em casa é sempre o melhor da viagem!

Á bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM OUTUBRO DE 2008

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Tinha uma crise no meio do caminho...

Saudações!

Parece que as bruxas estão soltas na economia mundial! Começou com uma crise na bolsa de Nova York que veio como uma bola de neve (ao que parece, virou avalanche) arrastando tudo o que encontrava pela frente...o dólar disparou! Aliás, uma reação bem estranha, já que há uma recessão iminente nos EUA. Raios, como a moeda deles pode se valorizar em plena recessão??? Mistérios impossíveis de entender...
Há vários bancos quebrando na Europa. A França já se declarou em recessão. A Bovespa, de São Paulo, fechou em baixa histórica hoje (-15%) e não há vislumbre de luz no fim desse túnel para um futuro próximo. Isso me preocupa.
Eu tive alguma sorte, pois peguei o último dia de queda do dólar quando comprei minha passagem para Buenos Aires. Contudo, isso não me deixa mais feliz, já que, ao chegar lá, a crise vai se fazer notar em qualquer compra que eu pense em fazer ( e eu nem ia a turismo!!).
Essa crise me preocupa não só porque estou pensando em viajar, mas também porque a possibilidade de uma diminuição real do poder aquisitivo aqui no país existe e isso significa juros mais altos, combustíveis mais altos, passagens mais altas, comidas mais altas, enfim, contas mais altas.
Para pessoas como eu, que já passaram por tantos planos econômicos, por 6 mudanças de moeda, por uma inflação de 80% ao mês, pensar em recessão mundial dá um certo frio na espinha! Um medo de que toda a solidez que o Brasil construiu nos últimos 14 anos seja pulverizada entre câmbios, bolsas e empréstimos...
Espero que o presidente Lula esteja certo e que a crise americana (ou seria mundial?) passe por aqui como um leve tremor de terra somente e não como um terremoto capaz de atingir 8 pontos na escala Richter.

A bientôt!

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Eis que surge um tango no meio do caminho...


Saudações!

E de repente, sem que eu esperasse, assim como um gol da Argentina aos 44 min. do segundo tempo, surgiu uma nova viagem na minha vida! Buenos Aires!
Há pouco mais de um mês fui à uma Feira de Intercâmbio em busca de cursos para Paris, mas me deparei com um curso de espanhol na capital Argentina ao qual sucumbi sem culpa!
Sempre achei o Espanhol (ou o Castelleano, como preferem os "hermanos") uma língua lindíssima, com sonoridade única e sensualidade exalando por todas as sílabas! Foi a primeira língua estrangeira que pensei em aprender, isso há uns 20 anos atrás, quando ainda havia dificuldade de achar um lugar perto da minha casa onde eu pudesse aprendê-la. Por isso acabei decidindo pelo francês e também me encantei pela beleza da língua de Victor Hugo e Proust.
Ainda assim o espanhol continuava presente na minha vida, primeiro através dos filmes de Pedro Almodóvar, diretor que conheci quando eu era adolescente, e, mais tarde, através do advento da TV a cabo e dos inúmeros canais falados em espanhol.
E muitas vezes eu, que nunca fizera um curso regular, entendia mais o espanhol que o francês que passei um tempo estudando! Claro que a semelhança com o português ajudava bastante, mas há momentos em que ela também pode atrapalhar e confundir os ouvidos brasileiros acostumados ao "portunhol".

E foi assim que, sem que eu planejasse de antemão, essa viagem para passar 2 semanas em Buenos Aires veio até mim. Quando dizem que "emanamos uma certa energia e tudo a nossa volta passa a orbitar também nessa energia" é a mais pura verdade! Há momentos em que acho que os os céus conspiram a meu favor, no que tange a questão das viagens! São reportagens em revistas, programas de TV, filmes que estréiam...tudo parece surgir de forma orquestrada exatamente quando eu estou pensando em ir àquele determinado local! Sinto-me como a Emília, de Monteiro Lobato, detentora do pó de pirlimpimpim! É como se essa tal energia que emanasse de mim me fizesse capaz de poder ir onde eu ousar sonhar!
E embora a capital portenha nunca tenha feito parte dos sonhos da minha infância, estou curtindo muito a idéia de conhecer a terra de Carlos Gardel e Jorge Luiz Borges. Tenho estudado muito sobre a região, lido guias de viagem, observado mapas, conversado com pessoas que já foram e pretendo ir preparada para viver uma experiência única! Vai ser minha primeira viagem internacional e isso me deixa, ao mesmo tempo, ansiosa e apavorada! Contudo, nada que me faça desistir! E tenho a sensação de que esse será somente o primeiro degrau de uma longa escada!

A bientôt! ou melhor: Hasta Luego!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Paris, a cidade-luz!


Saudações!

Paris é uma cidade pequena, tem em média 2 milhões de habitantes e sua área é de pouco mais de 100km². Sua topografia é plana e a região está dividida em 20 distritos (que correspondem ao que entendemos como bairros) distribuídos como uma espiral. Na verdade, o formato seria o de um "escargot", iguaria apreciada em Paris tanto quanto a nossa feijoada aqui no Rio de Janeiro. Pessoalmente não me agrada a idéia de saber que estou comendo lesma, mas os franceses tem uma conotação bem peculiar do que seria a alta gastronomia...

Conhecer a disposição desses distritos (chamados de "arrondissements") é fundamental para quem quer ou precisa de localizar na cidade. Uma vez internalizada a forma como os bairros se distribuem, fica fácil compreender a geografia parisiense. No centro de Paris passa o rio Sena que divide a cidade em duas margens ("rives"): a direita, ao norte e a esquerda, ao sul. Em francês: Rive droite e Rive Gauche. No centro do rio existem duas ilhas: île de la Cité e île St-Louis. Nelas encontram-se alguns dos pontos mais visitados por turistas do mundo inteiro como a igreja de Notre Dame (aquela mesma, do corcunda!) e a igreja de Sainte Chapelle.

Paris, no entanto, é muito mais que um amontoado de pontos turísticos (E são muitos! Todos muito bem cuidados pelo governo francês que tem nessa atividade uma fonte permanente de lucro para sua capital), contudo, Paris é história, é literatura, é cultura, é moda, é estilo de vida...não é à toa que a expressão "savoir vivre" foi cunhada em francês e é usada neste idioma no mundo inteiro! Os franceses sabem viver! Valorizam suas tradições, cultuam sua história, preservam seu acervo artístico e mostram para o mundo como um país que quase desapareceu do mapa após a revolução pode ditar moda, influenciar a literatura e atrair tanta gente que busca beber na fonte cultural na qual a cidade se transformou.

Para mim, Paris sempre foi sinônimo de cultura. A literatura francesa me encanta: Victor Hugo, Rimbaud e Baudelaire, só pra citar alguns...a história da França também me encanta: sempre tive fascinação pela Revolução Francesa...e a arte de França é algo que tem uma influência absurda na minha concepção de arte: ah, os impressionistas franceses! É nessa fonte cultural que quero beber quando planejo ir a Paris. Aliás, beber, não! Quero me afogar! Sorver até a última gota!
Há um ditado que diz que só seria possível conhecer Paris a fundo se a gente tivesse 5 vidas...pois eu quero usar todas as minhas encarnações na busca desse conhecimento.

Há pessoas que sonham em beber da fonte da juventude para terem a vida eterna...eu, não! Eu quero a cultura eterna, quero beber na fonte da sabedoria e, certamente, essa fonte encontra-se em Paris!

A bientôt!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Sonho e Realidade

Saudações!

Bem, como todo mundo que me conhece sabe, meu grande sonho é viajar para a Europa, em especial para Paris e Veneza. Na verdade, eu gostaria de conhecer várias cidades europeias, mas com essas duas minha relação é mais próxima.
Paris porque é uma capital cultural e porque seus habitantes falam um dos idiomas que eu acho mais lindos do mundo, além, é claro, de ser uma das poucas línguas que eu compreendo, visto que meu inglês é péssimo...
E Veneza...bem, Veneza é um caso à parte! Um sonho de menina, desde que eu vi um filme chamado "Um pequeno romance" há uns 20 anos atrás. Mas Veneza é um lugar para onde pretendo ir acompanhada, quem sabe passar minha lua de mel lá?...já Paris é uma cidade onde posso ir sozinha, estudar, aperfeiçoar meu francês e, de quebra, conhecer uma parte importante da história e literatura mundiais.
Tenho estudado muito sobre Paris, ultimamente. Vejo filmes, ouço músicas, pesquiso blogs, entro em contato com pessoas que estão ou estiveram lá, enfim...estou tentando conhecer o máximo dessa cidade sem sair do Brasil, para que quando eu chegue lá, possa desfrutar de tudo, sem me perder muito e sem cometer muitas gafes.
Ando sentindo muita necessidade de viajar, não foi à toa que criei esse blog! Sempre senti vontade de deixar minha cidade para conhecer outros cantos, sempre gostei muito de viajar e o faço com frequência aqui pelo meu país. Fui ao Nordeste, ao Sul, ao Sudeste. Conheci lindas cidades, algumas às quais voltei algumas vezes, outras das quais me restaram ótimas recordações. Porém, nos últimos tempos, a necessidade de sair do meu país tem se mostrado imperativa. Preciso ver o mundo lá fora! Preciso conhecer os hábitos e culturas de outros povos, preciso enriquecer minha vivência, preciso ver como vivem as pessoas que moram fora dos limites do meu quintal! Não sei de onde vem essa urgência toda, todavia ela se instalou em meu peito e pulsa cada vez mais forte.
Estou em fase de planejamento, afinal, sem planos, os sonhos não podem virar realidade... E por isso, começo hoje a postar aqui algumas dicas sobre os lugares aos quais pretendo ir, principalmente Paris. Espero que todos que também sentem essa urgência possam desfrutar dessas dicas e possam trocar um pouco mais de informações sobre a cidade-luz!

A bientôt!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Poema

Saudações!
Aqui vai o poema prometido sobre a Velha 206, a Maria Fumaça que deixou de operar em Conservatória, mas que virou ponto turístico obrigatório da região. Conta a história que no século passado, quando ela ainda operava, levando o café da região, seu trajeto era através do túnel do distrito, que foi construído exatamente para que ela pudesse passar. Esse túnel é muito especial, pois fica próximo a uma nascente e verte água por suas paredes. Ao parar de funcionar, a Maria Fumaça levou consigo o último sopro de passado, mas os românticos seresteiros do lugar não perderam tempo e viram naquelas águas do túnel uma linda metáfora: é como se ele estivesse chorando de saudade de sua companheira 206.
José Borges imortalizou isso em sua canção "Rua das Flores" e o Moa, um poeta que tem uma das lojas mais lindas do distrito fez esse belo poema que segue:

Uma Lenda

Velha 206
quem te vê assim, parada
nem de longe há de supor
que tens um belo segredo,
humildemente guardado,
em nome do Grande Amor.

Velha 206,
quem vem a Conservatória
não sabe o quanto te deve.
Não sabe que, alta noite,
quando a cidade adormece
tu te pões a trabalhar.
Um anjo - bom maquinista! -
atrela em ti os vagões
que tu aguentas puxar.

E neles , com alegria,
anjinhos carregadores
põem cargas de problemas
vividos no dia-a-dia.
São mentiras, são verdades,
são sonhos, são frustrações,
são versos soltos, quebrados,
são pedaços de canções...

Velha 206,
quando o chefe da estação -
outro anjo, com certeza -
dá o sinal de partida,
é tua vez de cantar:

"Bota fogo, anjo foguista,
solta o freio, maquinista,
que pro céu eu vou levar
essa carga tão pesada,
essa carga tão pesada,
essa carga tão pesada,
logo, logo, eu vou chegar!"

Velha 206,
ao deixar Conservatória
quando o visitante volta,
mais leve, de "alma lavada",
para a casa aonde mora,
não se dá conta, talvez,
do encanto de tua história.

Velha 206,
quem me contou teu segredo
foi o Túnel da cidade,
teu velho amigo de outrora,
que de ti sente saudade...
e que, de saudade, chora.

(Moacyr Sacramento, o Moa)

Essa foi a melhor descrição da sensação que se tem ao deixar Conservatória...a gente sai de lá realmente mais leve, mais feliz e tem mesmo a impressão de que nossos problemas foram levados a outro lugar...só indo lá pra sentir isso! Mas tenho certeza de que você, que ainda não foi, ao regressar de sua primeira viagem e reler esse poema vai ter essa exata sensação!

O Moa tem uma loja numa das ruas principais (a rua que vai) chamada "Casa do Poeta" onde você pode encontrar poesia e arte misturadas! São telas ou cartões com poemas escritos. Vão desde um poema como esse aí de cima até quadrinhas singelas, perfeitas para dar de presente a quem se ama. Os assuntos dos poemas são variados e cabem bem em qualquer situação. Pra quem não quer nada escrito, há também a opção apenas das pinturas que são muito bonitas. A loja aceita cartão de crédito, aliás, é uma das poucas em Conservatória que aceita, mas os preços não são salgados. São justos, pois você estará adquirindo não apenas uma obra de arte (tanto de pintura quanto de literatura), mas estará levando consigo um pedaço de Conservatória.

A bientôt!

sábado, 2 de agosto de 2008

Despedida dos seresteiros


Saudações!

Esse vídeo é da música que os seresteiros cantam para se despedir tanto na seresta quanto na serenata...toda vez que eu escuto dá um gostinho de saudade!

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Continuando a narração do meu fim de semana em Conservatória

Saudações!!

Acordamos cedo no sábado, afinal, não queríamos perder o show de chorinho que sempre acontece no café da manhã na Pousada Martinez. Mas dessa vez tivemos uma agradável surpresa: além do Ronaldinho do cavaquinho, figura já conhecida naquela pousada, fomos brindados também com a presença de Pedro Quinane, um seresteiro que frequenta Conservatória há 46 anos. Ele foi nos encantar com sua música e com suas histórias sobre a região. Foi um café da manhã bem gostoso...depois tirei foto com ele e comprei o DVD que ele vende com a história de Conservatória.
Após o lauto café, resolvemos gastar as calorias adquiridas andando pelas (duas) ruas da cidade e fomos dar um passeio. Aproveitei para registrar nossos passos: Primeiro passamos pela antiga ferroviária, ao lado há um banco com um trecho de uma música bem conhecida.

Depois passamos pela velha 206, a Maria Fumaça aposentada que passava pelo túnel que chora e que rendeu um lindíssimo poema de Moacir Sacramento, o Moa, poeta da região que tem uma das mais bonitas lojas da cidade: a "Casa do Poeta". Depois eu posto o poema na íntegra.


Passamos novamente em frente ao Museu da Seresta e, dessa vez, este quadro estava pendurado, contando um pouco do que acontece nas noites de sexta e sábado em Conservatória.



Depois fomos seguindo para as melhores atrações do lugar: os Museus de artistas antigos. Vicente Celestino,que ficou imortalizado com a canção "O ébrio" tem um museu só pra ele.


Alguns outros artistas dividem esse outro museu.


Algumas das placas colocadas nas casas pelo movimento "Em toda casa, uma canção" agora tem a letra também.



Numa das praças da cidade mais camisas com trechos de canções de amor. Tirei essa foto porque "Eu sei que vou te amar" é umas das minhas músicas preferidas!


Lá pelo fim da tarde, fomos comer uns pastéis nesse restaurante. Tinha música ao vivo, como 99% dos restaurantes de Conservatória e não cobrava couvert artístico. Com música, eu garanto, os pastéis têm outro sabor!


À noite, antes da serenata, que é a cantoria ao sereno (daí vem o nome), há música por todo canto onde se vá...é lindo!



Antes do povo sair pelas ruas com seus violões, há um encontro no Museu da Seresta.
Na noite de sábado houve serenata. Não choveu. Pelo contrário! O céu estava lindo e estrelado e ficamos até 01:00 da manhã cantando pelas ruas da cidade. Foi muito lindo, como sempre é. Algumas janelas piscaram suas luzes mostrando que estavam gostando da cantoria, algumas moças surgiram na janela dando a impressão de que estávamos em uma novela de época.
É incrível como eu sempre tenho a sensação de estar vivendo aquilo pela primeira vez. Já fui a Conservatória nove vezes, mas é permanente o sentimento de se estar vivendo algo novo e diferente. É um pouco difícil de explicar, só vivendo mesmo.
Lá é o lugar para onde vou quando quero recarregar minhas energias e, de repente, naquela noite enluarada, ouvindo aquelas canções de amor, todos os problemas parecem tão distantes! A vida fica tão simples! E mais uma vez eu fui dormir leve e com a sensação de que o mundo tem jeito e de que podemos ser felizes.
A bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM JULHO DE 2008

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Ainda existem serenatas para a lua

Saudações!
A viagem a Conservatória foi tudo de bom!!!! Tudo começou na sexta-feira pela manhã quando saímos da casa da minha mãe, passamos pra pegar minha tia e pé na estrada! Fui seguindo meu mapinha de referências particular ( um pedaço de papel que guardo no porta-luvas com as indicações de como ir a certos lugares) que funciona melhor que GPS e tivemos uma viagem tranquila até Barra do Piraí. Lá dentro da cidade, me perdi um pouco, pra variar. Não que meu mapinha estivesse errado, eu é que sou desconectada mesmo...enfim, conseguimos chegar! O dia estava lindo! Nos instalamos no quarto da "Pousada Martinez", deixamos a bagagem e saímos a pé para almoçar...




... no restaurante "Dó, ré, mi", um dos melhores e mais concorridos do local.




"Barriga cheia, mão lavada, pé na estrada". Findo o almoço, fomos passear pelo distrito e rever as lojinhas de artesanato típico...



...as camisetas com letras de músicas...


...a praça que agora tem uma árvore genealógica onde figuram todas as pessoas ilustres de Conservatória que, de alguma forma, contribuíram ou contribuem para que Conservatória seja conhecida como a "Capital da serenata"...


À noite, fomos ao museu da seresta que hoje é conhecido como "Espaço José Borges", em homenagem a um dos irmãos que perpetuaram o movimento das serenatas pelas ruas da cidade. Seu irmão, Joubert de Freitas ainda está vivo, tem 86 anos e participa quinzenalmente das serenatas. Pena que não fomos no fim de semana em que ele estava presente...essa aí é a estátua que fizeram de José Borges, a quem eu tive a sorte de conhecer em vida, no ano 2000.


Infelizmente, sexta à noite, não teve serenata pois choveu e os violões não podem ficar molhados, por isso voltamos cedo para a pousada (por volta de 23:30) e quando chegamos lá: surpresa! Havia uma seresta!! É que um grupo de umas 40 pessoas em excursão havia se hospedado lá à tarde e, como não houve serenata e eles estavam com seus instrumentos, resolveram animar um pouco a noite cantando lá na sala de TV da pousada! Foi ótimo! O mais incrível dessa noite foi que lá pela 01:00 da manhã um seresteiro chamado Pedro Quinane pediu licença, foi com seu violão para a beira da piscina e fez uma serenata para lua!!! LINDO!!! Pena que eu não estava com a máquina para registrar esse momento tão romântico. Quando a gente pensa que Conservatória não pode mais nos surpreender...pimba! Algo inusitado acontece!
Fui dormir leve, leve, embalada por todas aquelas belas cantigas de amor...
A bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM JULHO DE 2008


quinta-feira, 24 de julho de 2008

Hoje não tem foto

Saudações!

Amanhã a essa hora estarei lá em Conservatória me preparando para sair em serenata...Já está tudo pronto: malas, roteiros, carro. Agora é só acordar amanhã cedo e passar os próximos 3 dias num mundo à parte, descansando de todo o corre-corre da cidade grande...3 dias de paz! De pura paz!
Conservatória é meu porto seguro, é o lugar para onde fujo quando quero ver o mundo sob novas perspactivas. É minha Pasárgada, meu Potosi, meu Shangri-lá.

Na volta eu posto as fotos e conto os detalhes da viagem!
A Bientôt!

domingo, 13 de julho de 2008

Queda da Bastilha



Saudações!

Amanhã é 14 de julho,dia em que se comemora a queda da Bastilha em Paris. Esse é o marco oficial do início da Revolução Francesa, que mudou profundamente não só a história da França, como também de todo o mundo ocidental.

A Bastilha era uma prisão para onde eram mandados aqueles que eram contra o governo,mas em 1789 ela tinha apenas 7 presos e já não era mais temida pela população. Sua derrubada foi, na verdade, uma forma de simbolizar a insatisfação com o Regime Absolutista da época. Sua queda simboliza também a entrada das classes populares na luta contra os privilégios da nobreza e do clero. É a partir desse momento que o povo passa realmente a acreditar e a pregar o ideal iluminista de "liberdade, igualdade e fraternidade".
Hoje, do local onde ficava a Bastilha, resta apenas o perímetro da antiga fortaleza traçado no asfalto e dos ideias da Revolução Francesa resta apenas o sonho utópico de que um dia haja liberdade e fraternidade em um mundo em que todos possam se sentir iguais perante a lei.
A bientôt!

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Uma cidade mágica


Saudações!

Conservatória é o tipo de lugar que você vai a primeira vez por curiosidade e depois nunca mais consegue deixar de ir! Talvez pela sua aura de cidade do interior, talvez pela hospitalidade das pessoas ou ainda porque lá é possível esquecer qualquer problema ou estresse vividos no dia a dia das grandes cidades (cabe dizer que o distrito é a prova da veracidade do provérbio : "quem canta seus males espanta").

A primeira vez que estive lá foi no inverno de 2000. Eu e meu, então, marido tínhamos recebido várias indicações de parentes e amigos sobre o local. Pulsava em nós aquela curiosidade quase juvenil de ver como seria uma cidade em que ainda existiam serenatas ao luar e onde a maioria da população já estava na terceira idade e era até mais ativa que nós. Fomos sem pousada reservada, assim, com a cara, a coragem e a crença de que não seria difícil arranjar lugar para pernoitar. Ledo engano! (Aqui vai um conselho: reserve antes uma pousada, pois hoje em dia, você pode não ter a mesma sorte que eu tive há 8 anos atrás)

Chegamos numa sexta-feira no horário do almoço, demos uma volta pela cidade (aqui leia-se: percorremos as duas ruas, uma que vai e outra que volta) e escolhemos o simpático restaurante "Dó, Ré, Mi" para saciar nossa fome. Uma comida deliciosa! E uma calma e simpatia no atendimento que só é possível em locais em que "pressa" é apenas uma palavra no dicionário.
Devidamente alimentados fomos procurar um local onde pudéssemos deixar nossas malas (na verdade era apenas uma) e descansar um pouco antes da grande atração noturna da cidade.
Entramos em várias pousadas para perguntar se havia vaga. Nenhuma! Estávamos a ponto de chorar por ter de voltar para casa sem pouso quando alguém nos indicou uma pousada "um pouco mais longe". Esse "longe" era no máximo uns 300, 400 metros do centro. Lá fomos nós ao encontro daquela que acabaria por se tornar minha casa em Conservatória: a "Pousada Martinez". Um local simples, mas de ambiente extremamente acolhedor! O nome da pousada vem de seu dono, Sebastião Martinez, que não só administra como também mora na pousada. Ele e sua família. Provavelmente é isso que traz o tom tão aconchegante do lugar, é como se estivéssemos mesmo morando com aquela família!
O quarto é bem simples, com uma cama de casal, um frigobar que pode ser abastecido pelo próprio hóspede, uma TV que pega 3 ou 4 canais ( pra que mais? Se eu quisesse ver TV teria ficado em casa, não acha?) e um banheiro limpo com um chuveiro bem quente!

Hoje em dia, passados 8 anos, a pousada mudou um pouco, fez algumas reformas e conta com piscina, uma grande sala de TV e um espaçoso refeitório para o delicioso café da manhã acompanhado de um músico que toca chorinho para o deleite matutino dos hóspedes, mas disso eu falarei em outro post.

Após preenchermos a ficha de entrada e deixarmos a bagagem no quarto, fomos novamente para a cidade dar uma volta. Existem diversas lojas de artesanato, quase uma ao lado da outra! Muitas parecem casas e às vezes você tem a sensação de estar invadindo propriedade privada ao entrar em alguma lojinha (uma vez, porém, invadimos mesmo! A casinha era tão bem decorada que quando nos demos conta a dona estava sorrindo, quase nos oferecendo um café e explicando que nada daquilo estava a venda, que era a decoração dela mesmo! rs).
As lojas vendem, basicamente, objetos para turistas, desde cachecóis para cantar na fria madrugada sem danificar as cordas vocais até delicadas violas feitas em madeira para serem usadas como porta-chaves. Isso, claro, sem falar nas inúmeras camisetas com aqueles dizeres clássicos "Estive em Conservatória e lembrei de você". O diferencial dessas camisetas é que algumas, em vez dessa frase tão batida, colocam trechos de canções de serestas que foram ou serão ouvidas durante a serenata. É um mimo especial e, em geral, barato.
Há também, quase chegando à uma das praças, uma loja que vende CDs. Essa sim vale a pena olhar com calma, principalmente se você gosta de músicas antigas! Há CDs que você dificilmente encontrará em outro lugar. Cantores como Nélson Gonçalves, Sílvio Caldas, Vicente Celestino, Francisco Alves, Cauby Peixoto, só para citar alguns... é uma delícia ficar garimpando novidades (?) que raramente seriam encontradas por essas bandas, nem mesmo pela internet!

Após esse breve passeio, voltamos à pousada para tomar banho e descansar um pouco até umas 21:30 que é o horário ideal para se retornar ao centro, pois dá tempo de fazer um lanche rápido (lembre-se de que o tempo lá tem uma conotação diferente, portanto "rápido" significa por volta de uma hora) e ir até o "Museu da Seresta" observar o início da cantoria que foi o motivo que nos levara até lá.
Quando chegamos naquele mês frio de julho de 2000 éramos quase que os único jovens do lugar ( e olha que já tínhamos quase 30 anos!) e ficamos meio acanhados ali, do lado de fora do museu, ouvindo as músicas e vendo, através de suas janelas, o interior repleto de livros e capas de discos penduradas nas paredes.
Foi então que um senhor muito simpático, chamado José Borges, viu nossa cara de "marinheiros de primeira viagem" e nos abordou para contar a história do museu, da cidade e do movimento chamado "Em cada casa, uma canção". Esse movimento (fundado por ele e pelo irmão Joubert de Freitas, o que eu só vim a saber depois!) consistia em que cada casa de Conservatória tivesse ao lado da sua porta de entrada uma plaquinha de metal com o nome de uma música da preferência daquele morador. As placas não se repetem. São 403! E a cada serenata os músicos param em frente às casas e cantam aquela música, se o morador gostar, pisca a luz de fora da casa 2 vezes. Acho que foi ali que eu me apaixonei por Conservatória! Parecia coisa de filme do século passado! A cidade toda colaborava, tudo era harmônico!
E assim, quando os músicos saíram com suas violas naquela noite enluarada de sexta-feira, cantando canções das quais eu me lembrava de ter ouvido na infância, nós, como todo mundo, seguimos o que parecia um cortejo (e era: um cortejo à lua!) e cantamos junto, sorrindo e esquecendo por duas horas todos os problemas ou infelicidades que pudéssemos ter tido e vivendo uma sensação mágica que nenhuma palavra será capaz de descrever!

A bientôt!

Em tempo: Voltei a Conservatória em 2013 e a  loja de CDs não existe mais e quem quiser comprar Cds antigos tem de ir ao Museu Vicente Celestino, localizado perto da Maria Fumaça, na entrada da cidade.

domingo, 29 de junho de 2008

A música está em todo lugar


Saudações!

Conservatória foi um distrito muito rico nos áureos tempos em que o café era nossa "moeda forte" aqui no Brasil. Havia mais de 100 fazendas que plantavam o café e o escoavam pelo antigo caminho ferroviário que vinha das Minas Gerais e ia para a Corte, na cidade do Rio de Janeiro, de onde seguia para o porto e outras cidades do país. Essa cultura cafeeira utilizava largamente o trabalho escravo em suas lavouras e mesmo na construção de pontos que hoje são ícones do local como o "Túnel que chora", cujo nome se deve às gotas vindas da nascente sobre ele, que tem 100 metros de extensão e por onde trafegava a Maria Fumaça, hoje parada à entrada da cidade como atração turística. Em tempos remotos a Maria Fumaça puxava não somente vagões com a produção de café, mas também com passageiros e foi aposentada em 1960, após quase 80 anos servindo de interligação entre o vilarejo e os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Também datam do século XVIII as construções de algumas casas em estilo colonial (e preservadas até hoje!) e cujas telhas foram feitas ainda nas coxas pelas escravas.

Em 2008 comemoram-se 130 anos de serenatas em Conservatória, desde que Andreas Schimidt, um professor de música, resolveu sair pela noite enluarada tocando seu violino e atraindo espectadores e posteriormente, adeptos. Hoje o distrito conta com pouco mais de 4 mil habitantes, muitos transformaram suas casas em pequenas pousadas que recebem o turista com um aconchego que só é possível em uma cidade do interior. Durante o dia, o turista pode desfrutar de diversas barraquinhas e lojinhas com artesanato local; doces; licores e queijos produzidos na região. Tudo isso brindado por um céu quase sempre muito azul, uma temperatura amena e a possibilidade de ser surpreendido por uma música conhecida em qualquer esquina.

A Bientôt!

Viagem a Conservatória confirmada!


Saudações!

Acabei de receber o email com a confirmação da minha reserva em Conservatória. Daqui a um mês estarei na cidade mais tranquila do estado do Rio de Janeiro.
Na verdade, Conservatória não é uma cidade, mas um distrito do município de Valença e fica no alto de uma serrinha muito simpática, cuja estrada é ladeada de placas com frases pinçadas de músicas famosas de seresta. Aliás, o lugar é famoso exatamente por sua singularidade:
Todos os fins de semana, na sexta-feira, há um encontro no Museu da Seresta (que fica bem no centro, facílimo de encontrar posto que o distrito parece ter apenas duas ruas, uma de ida e uma de volta) por volta das 21:30. Ali reúnem-se todos os cantores e aspirantes a cantores do lugar, além da enorme quantidade de turistas, para fazer o que mais amam: cantar! E apenas cantar!
São músicas de um tempo em que eu nem era nascida; músicas que nos fazem atravessar o túnel do tempo e voltar a um Rio de Janeiro dos anos 20, em que os homens usavam terno para ir à Confeitaria Colombo e as mulheres começavam a encurtar o cabelo numa singela tentativa de igualdade. Eram anos em que podia-se andar na rua sem medo de ser assaltado; em que podia-se acreditar na palavra das pessoas; em que o rádio era o aparelho mais desejado entre as famílias de classe média.
Por volta das 23:00 os seresteiros colocam seus chapéus, penduram seu violão no ombro e dão início à SERENATA AO LUAR, um dos movimentos mais lindos que já vi ! E o mais incrível: totalmente de graça! E lá vão eles, entoando canções de outrora, pelas ruas de Conservatória. Em cada casa há uma placa com o nome de uma canção. Ao passarem diante das casas, caso o morador se agrade do que ouve, existe um código: piscar duas vezes a luz de fora da porta; esse é o sinal para que os seresteiros saibam que aquele morador dormirá feliz ao som das belas músicas cantadas por vozes ora profissionais, ora amadoras.
Em geral o espetáculo dura em média de uma hora e meia a duas horas pelas ruas principais do distrito e termina lá pela 01:00 da manhã no mesmo ponto em que começou. Ao terminar, deixa um gosto de saudade, não apenas das cantigas ouvidas e cantadas com tanto sentimento, mas também de um tempo que passou (um tempo que eu nem vivi, mas do qual sinto imensa falta!).
Contudo o turista não precisa se preocupar, pois no dia seguinte, no mesmo horário, haverá outro encontro, provavelmente com as mesmas pessoas, em geral para cantar as mesmas músicas, mas com uma sensação deliciosa de que está sendo a primeira vez!

A bientôt!

Atualização: Desde o início de 2010 que os encontros para a seresta passaram a acontecer na Casa da Cultura, localizada ao lado da praça da Igreja Matriz. 
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