Sobre mim

Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.

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domingo, 20 de novembro de 2016

A eterna busca do meu lugar

Olá amigos!




Esses dias uma ex-aluna minha me perguntou sobre Roma. E, curiosamente, Roma, a tão aclamada cidade eterna, foi uma das poucas cidades em que estive e da qual não gostei.
Fui a Roma, a primeira vez, em 2010 e relatei aqui no blog minhas impressões dessa cidade que considerei um tanto caótica, suja e sem informações básicas para os turistas que não vão em excursão. Fui muito criticada por ousar não gostar de Roma. Algumas pessoas me consideraram quase como uma herege da religião viajante! 
Achei engraçado porque dá a impressão que, por ter um blog, eu sou obrigada a amar todos os lugares para onde vou e a falar bem de todos. Quem leu meus posts sobre Roma viu que, em nenhum momento, eu disse que a cidade não era bonita ou que não tinha uma história incrível. Pelo contrário! Foi exatamente por considerar Roma como uma "deusa" das cidades, tamanha a sua importância histórica e cultural para o mundo, que eu fiquei decepcionada em ver como eles tratavam o turista independente por lá.
Dei uma nova chance à cidade em 2015, quando fui passar uma temporada na Toscana e fiquei 2 dias em Roma. Continuei não gostando. Aliás, dessa vez foi ainda pior que da primeira, por isso nem me animei em escrever nenhum post a respeito.
Mas estou escrevendo esse post hoje porque tudo isso me fez pensar no porquê gostamos ou não de um lugar quando viajamos. Quais as nossas expectativas? Que gosto individual é esse que vai fazer eu me apaixonar por um lugar e ser indiferente a outro? 
Eu sou o tipo de pessoa que estuda e lê muito sobre os lugares para onde vou bem antes de ir. Minhas viagens começam meses antes, na leitura de guias, revistas, blogs; na busca por vídeos, por depoimentos de quem já foi, por troca de experiências através de grupos no facebook. Eu não sou o tipo de turista que vai para um lugar sem saber o que existe lá para ser visto, explorado e conhecido. 
E eu não tenho o menor problema em "ser turista". Eu faço programas clichês de turista sim. E gosto. Mas também busco outras atividades menos conhecidas (quem acompanha meu blog já viu aqui alguns programas  nessa seara). 
Eu fiquei me perguntando o que certas cidades como Conservatória, Paris e Buenos Aires têm que me encantam tanto e me fazem querer voltar sempre e sempre! (Agora Sevilha entrou nessa lista, pois fiquei extremamente encantada pela cidade andaluza) Mas que, para minha surpresa, Veneza não teve. Só fui a Veneza uma vez em 2010. Passei 10 dias lá realizando um sonho que vinha comigo desde a  adolescência. Foram 10 dias  vivendo em um universo paralelo simplesmente maravilhoso porque Veneza era tudo o que eu sonhava e até mais, porém (e curiosamente) eu nunca senti necessidade de voltar. Foi uma cidade que, certamente, encantou meu coração, assim como Madri, Bruxelas, Genebra, Montevidéu, Avignon, Colônia do Sacramento, São Paulo, Campos do Jordão e tantas outras cidades pelo mundo, contudo não são lugares em que eu "precise" voltar, como acontece com Conservatória, Paris, Buenos Aires e Sevilha. 
Há uma conhecida minha que está morando em Beirute. E, a despeito de tudo o que falam sobre as cidades árabes, ela está muito feliz. Da última vez que nos falamos, ela me disse que tinha encontrado  o seu lugar no mundo. Talvez seja esse o motivo que me faz querer voltar tantas vezes: nesses lugares eu encontro um pouco do meu lugar no mundo. Seriam lugares onde eu gostaria de morar (menos Sevilha porque é muito quente no verão) 
Acho que você, que está lendo esse blog agora, deve ter essa mesma sensação com algum dos lugares em que já esteve. Conta aí, na caixa de comentários, para qual lugar você sempre volta em toda viagem.  

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Um dia na Roma Antiga

Ciao, amigos!

Hoje acordei mais tarde para compensar o tanto que acordei cedo ontem e, como não poderia faltar em uma visita à Roma, fui visitar as ruínas da chamada “Roma Antiga”que compreende o Foro Romano, Palatino e Coliseu.
Comecei meu percurso pelo “Circo Massimo” que era o local onde aconteciam as corridas de bigas e quadrigas (vide filme “Ben Hur”). Hoje, ali é apenas um descampado, e se não fosse eu já ter estudado antes sobre a cidade e já ter passado por ali com o ônibus turístico, esse local passaria batido pois, pra variar, não há nenhuma placa indicando o que foi aquilo ali um dia.


Andando pela via di San Gregorio, chega-se ao Arco de Constantino, que foi construído em homenagem a esse que foi o primeiro imperador romano a conceder liberdade de culto aos cristãos, em 326 d.c. Conta a lenda que Constantino sonhara com uma enorme cruz sendo incendiada e que, no sonho, dizia que aquela cruz seria seu caminho, por isso ele resolveu aceitar o cristianismo. Em 330 ele fundou Constantinopla, que mais tarde veio a se tornar a nova sede do império romano oriental.


Passei do Arco e fui em direção ao Foro Romano para comprar meu ingresso, pois ouvi dizer que no Foro há menos filas e como o sol estava de rachar, não queria perder muito tempo numa fila. Realmente ali a fila era pequena e andava bem depressa, acho que fiquei só uns 15 minutos até chegar na bilheteria. O ingresso dá direito a visitar o Foro Romano, o Palatino e o Coliseu, custa 12 euros e vale por dois dias consecutivos. Pode-se começar a visita por qualquer um dos monunentos, mas como eu já estava ali, resolvi começar pelo Foro mesmo.



O Foro Romano foi o centro político, religioso e comercial da república romana do século VI antes de Cristo até o século I depois de Cristo. Ele compreende o Comitium (local onde o povo vinha escutar os magistrados); a Cúria (sede do Senado), as Basílicas (que na época não eram Igrejas e sim centros de assuntos políticos e econômicos) e os Templos (esses sim, de culto aos deuses como Saturno e Vesta). O difícil era conseguir identificar tudo isso, pois não existe nenhum folheto explicativo (estou me repetindo, eu sei, mas em Roma não há explicação de nada e isso me deixa louca porque numa cidade como essa, com tanta história, eles deviam, no mínimo, colocar uma plaquinha ao lado das coisas pra gente saber o que é o quê!). Algumas coisas eu consegui saber por já ter estudado antes, outras por saber um pouco de latim e ler metade do que sobrou de algumas placas da época antiga. O Foro é bonito e seria um passeio realmente inesquecível se houvesse alguma informação.



Dali, passa-se ao Palatino, o monte onde Rômulo fundou a cidade e Roma em 753 antes de Cristo. Conta a lenda que Rômulo e Remo foram abandonados na floresta para serem devorados pelos lobos, contudo, uma loba se afeiçoou às crianças e os adotou amamentando-os. Eles cresceram e um dia resolveram fundar uma cidade, mas Remo queria fundá-la à margem do rio Tibre, já Rômulo queria construí-la na montanha do Palatino. Eles brigaram e Rômulo matou o irmão e fundou cidade onde queria. Deu a ela o nome de Roma em homenagem ao irmão morto.



É ali no Palatino que estão as ruínas dos palácios imperiais, aliás, o nome “palácio”vem exatamente de “palatino” e ali dá pra perceber bem tudo aquilo que a gente estuda nos livros (em tempo: estude antes de vir a Roma senão não saberá o que é o quê!), todas aquelas construções antigas. É bem bacana. De todas os três conjuntos de ruínas que o ingresso dá direito, o Palatino foi, sem dúvida, o que mais gostei! Só ali que percebi a Roma dos livros de História. Nem no Coliseu! Mas isso eu conto daqui a pouco....acho que foi porque ali no Palatino as ruínas estão mais bem preservadas e há algumas (poucas!) indicações do que eram aquelas construções.


Saindo do Palatino, me encaminhei até a horda de turistas que lotavam a entrada do Coliseu. Ainda bem que comprei o ingresso no Foro, pois a fila era colossal (com o perdão do trocadilho tosco)! Mas entrei rapidinho pela parte de quem já possuía o bilhete. Eu tinha uma grande expectativa em relação ao Coliseu. Depois de ver tantos filmes sobre gladiadores ao longo da vida, não há como não imaginar como seria aquela arena repleta de pessoas que iam assistir àquelas verdadeiras carnificinas. Pois bem, estava eu ali diante de tudo aquilo imaginando uma mega construção quando olhei para o centro do estádio e me perguntei...é só isso?? É impressionante como nos filmes de Hollywood o Coliseu parece imenso! Mas ali, ao vivo, ele era pequeno. Pelo menos para os padrões que eu imaginei! Fiquei um tanto decepcionada...



Mas vamos à história: O Coliseu foi erguido em 72 depois de Cristo e seu nome verdadeiro é “Anfiteatro Flávio”, o apelido veio de uma estátua chamada “Colosso de Nero”que foi encontrada ali durante a construção do estádio. Ao longo de sua história eram realizadas lutas violentas que sempre terminavam em morte e mais de 65 mil romanos recebiam ingressos que eram distribuídos gratuitamente para essas lutas. Em 523 depois de Cristo esses espetáculos deixaram de ser realizados.



Havia uma mostra chamada “Gladiadores” lá no Coliseu com reproduções de roupas usadas na época em que esses homens lutavam por sua vida. Havia alguns adereços que eram mesmo daquela época como elmos e protetores para braços e pernas feitos de bronze.


Ao sair eu ia ao Campidoglio, mas estava muito cansada, fazia muito calor e eu estava meio decepcionada com a cidade, pois o Coliseu era um dos passeios que achei que seria legal por aqui...
Passei pelo Campo dei Fiori que é o principal mercado de Roma e onde está a estátua de Giordano Bruno, filósofo, que em 1600 foi queimado vivo ali pela Inquisição.


Terminado o passeio à história antiga de Roma, voltei ao hotel. Amanhã vou para Nápoles e Pompeia. Espero que seja um passeio agradável! Sexta-feira finalmente vou embora para Cinque Terre, na Ligúria. Lá não terei internet, então, provavelmente meu próximo post será só na segunda, quando eu retornar à Paris.

Arrivederci!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO DE 2010

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Vaticano, um país dentro de uma cidade

Ciao, amigos!

Ontem acordei cedo! Tinha horário marcado para ir aos Museus do Vaticano. Mais um dos ingressos que comprei pela internet em um site chamado “Florence Tickets”.Eu teria de estar lá às 9 horas da manhã pra encontrar o rapaz da agência e trocar meu voucher pelo ingresso. Às 8h45 eu já havia chegado. Entramos eu e um grupo de mais 13 pessoas, a maioria franceses. O ingresso era só pra entrar, não incluía visita guiada. Ao passar da roleta era cada um por si. A gente entra e dá em um jardim com uma escultura esférica no meio que fica girando. Não consegui descobrir o que ela significava pois nada por aqui parece ter explicação. Ou você compra o guia na entrada ou fica sem saber. Aqueles folhetos de explicação básica que existem em todo lugar, aqui parece que ainda não inventaram...enfim...a escultura é bonita e tem um brilho singular.



Dali caí no Museu de arte Egípcia. Muito interessante! Tinha uma múmia super bem conservada e os vasos canopos onde eram colocados os órgãos retirados pelo processo de mumificação. O único órgão não retirado era o coração. Essa parte do Egito me desperta bastante curiosidade e fiquei um tempo ali naquele museu.


Saindo dele, cheguei ao Salão Octagonal com esculturas greco-romanas. Bonitas, mas nada de especial. A única particularidade é que a religião católica mandou cobrir, com uma folha de parreira, todos os nus. Então a gente vê aquelas estátuas antiquíssimas, de religião totalmente pagã, com aquela ridícula folhinha que dá pra perceber que foi colocada depois...ai, ai, a hipocrisia da Igreja...mas deixemos isso pra lá que esse blog não tem intenções filosóficas ou religiosas.


Porém, meu maior interesse no Vaticano era ver a Capela Sistina (meu e de 99% das pessoas que entram ali nos Museus!) e fui seguindo as placas que indicavam “Capela Sistina, percurso curto”, afinal, eu queria chegar lá o mais breve possível, antes de estar muito cansada de andar e, principalmente, antes da horda de turistas com seus guias. Fui andando, andando, até que me deparei com uma placa que indicava uma escadinha sinistra, num cantinho, meio escura e vazia. Achei que não poderia ser ali, mas como quem tem boca vai a Roma e eu já estou em Roma, resolvi perguntar ao segurança do museu se eu poderia descer ali e se daria na Capela Sistina. Ele afirmou que sim e lá fui eu. Não é que, ao descer, logo a esquerda, ali estava ela!? Linda! Realmente Michelângelo era um gênio! Dá pra ficar um tempão ali observando cada cena do antigo e do novo testamento. Desde a criação do mundo por Deus, passando pela célebre Criação do homem, depois a da mulher, onde Eva parece mesmo saindo da costela de Adão, a Arca de Noé, o nascimento de Jesus, até o juízo final. Aliás, essa foi a única foto que consegui tirar antes do segurança gritar (pra mim e para uma multidão de turistas): “No photo, please!” Guardei a máquina e fiquei ali vendo os detalhes de toda aquela beleza. Depois de quase uma hora ali dentro, voltei para os museus, pois queria ver as salas de Rafael. Eu não gosto muito da pintura dele, pelo menos do que eu conheci em Milão, Veneza e Firenze, mas dessas eu até gostei. Acho que são de outra fase. Lá estava a famosa “Escola de Atenas”onde ele pintou os grandes nomes do pensamento e da ciência como Platão, Aristóteles, Pitágoras, Epicuro, Sócrates, etc, etc, etc....






Saindo dali, passei por mais algumas salas interessantes, incluindo uma com pinturas modernas onde estava um quadro de Van Gogh. No fim de tudo, voltei à Capela Sistina para poder sair para a Basílica de San Pietro, dei mais uma olhada na belíssima obra de Michelângelo e saí. Contudo, antes de chegar ao interior da basílica há uma entrada para subir até o Domo (cúpula) e, lá fui eu. Subi os 320 degraus (na verdade, são 320 porque eu poupei 217 subindo de elevador, pois no total são 537).Pode-se pagar 5 euros para subir todos de escada ou 7 euros para subir só os 320. Mas o pior é que a escada vai ficando cada vez mais estreita e quando se acha que não pode piorar, a parede inclina e você se sente na Torre de Pisa, andando meio de lado e subindo degraus irregulares. Quem criou aquilo devia estar pagando alguma penitência. A vista lá de cima é bonita, mas, sinceramente, não vale o esforço. Uma vez eu li, em algum lugar, que ali de cima o ser humano tem a noção de que é o mais perto que se pode chegar de Deus, mas, cá entre nós, com toda aquela opulência que há no Vaticano, não consigo ver muito Deus ali por perto, não...me senti muito mais próxima dele no alto da Notre Dame, mas isso é uma outra história ( e que alguns leitores desse blog não venham querer dizer que estou comparando Roma com Paris, “pelamordedeus”!).



Depois de algumas fotos e uma água para recompor as energias, desci para ver o interior da Basílica de San Pietro. Ela é o mais importante santuário católico do mundo e todos os elementos são em ouro, bronze e mármore (este, roubado do Coliseu). Tem 186 metros de altura. A história dessa Igreja é a seguinte: no século XVI, Júlio II decidiu reconstruir a “Basílica de Constantino”, que era do século IV e que tinha sido erguida sobre o túmulo de São Pedro. Vários artistas participaram: Bramante fez o esboço da obra; Michelângelo fez a cúpula; Maderno fez a nave e a fachada e Bernini construiu o púlpito (que parece um relicário de bronze), protegendo assim, o túmulo de São Pedro. A basílica atual já passou por diversas reformas e os pontos mais importantes dentro dela, para mim, foram: A Pietá, do mestre Michelângelo, que é deslumbrante, fica na primeira capela à direita de quem entra pela porta principal e está protegida por um vidro blindado (vai entender....aqui em Roma uma obra de Michelângelo precisa ser protegida por vidro blindado, lá em Firenze o Davi, do mesmo artista, está sem nenhuma proteção além de uma grade baixa! Depois eu que implico com Roma, mas os próprios romanos parecem que sabem com quem estão lidando...)


E o túmulo do papa João Paulo II. Eu estava ouvindo uma explicação de uma guia em espanhol que dizia o seguinte: a maioria dos papas vêm de famílias nobres, que tem um brasão. E quando eles são enterrados aqui, coloca-se o brasão da família e o nome do papa morto, mas João Paulo II vinha de uma família pobre, sem brasão, então, ao morrer, criaram para ele um brasão onde o M é de Maria, já que ele era muito devoto da mãe de Jesus. O nome dele está em latim, como o de todos os papas, aliás, aqui no Vaticano existem duas línguas oficiais: o italiano e o latim e é nessa última que as missas ainda são rezadas.


Da basílica a gente sai na Piazza San Pietro, que foi projetada por Bernini (esse foi, sem dúvida, o maior arquiteto da Roma seiscentista) em 1630 com a ideia de reproduzir um grande abraço e que permitisse ao papa ser visto pelo maior número possível de fiéis (naquela época não existiam os telões que existem hoje). No centro dela há um obelisco que marca onde havia “O circo de Nero”, local em que São Pedro foi martirizado em 64 d.c. Eu descobri que para construírem a via della Conciliazione, que liga o castelo de Sant'Angelo à Basílica foram destruídas várias casas medievais e uma Igreja de Nossa Senhora da Conciliação (essa foi reconstruída mais tarde na ilha Tiberina, no rio Tibre). Essa passagem não era apenas por cima, mas também por baixo da terra, em corredores secretos que permitiam ao papa fugir em caso de necessidade extrema, como aconteceu com o papa Clemente em 1527.
Em tempo: Não se entra na basílica com os ombros e/ou os joelhos de fora. Nem adianta tentar que eles barram mesmo! Pode-se ir de bermuda e camiseta só aos museus e à Cúpula, mas no interior da Basílica, sem chance, portanto cubra os joelhos com uma saia ou calça e leve um xale para cobrir os ombros (aliás, em praticamente todas as igrejas aqui na Itália há essa regra, e como faz um calor infernal aqui no verão, quase todas oferecem um pano feito de TNT para que as pessoas desavisadas possam entrar, e não perder a viagem, mas adivinhem? Na Basílica de São Pedro eles não têm, ou seja, se você for de bermuda, perde a viagem!).
Almocei ali pelo Vaticano mesmo. Comi salada. Uma delícia! Como eu ainda tinha direito ao ônibus turístico, peguei-o para voltar pro hotel. Porém, no caminho, resolvi descer na Basílica de Santa Maria Maggiore. Dizem que é uma das mais bem conservadas aqui de Roma. Tem uma estátua do papa Pio X e um museu bem bonito, cheio de relíquias papais. Hoje foi um dia dedicado à religiosidade em Roma.
Voltei andando para o hotel, tomei banho e saí de novo. Eu queria ver a Fontana di Trevi iluminada, mas como ainda era cedo pra cair a noite, fui a um passeio diferente: o Time Elevator.



É uma espécie de simulador onde se vê um filme em 3D sobre a história de Roma (há fones de ouvido em várias línguas, escolhi espanhol, pois não havia em português) e as cadeiras são móveis e vão se movimentando e acordo com a história contada. Há um sistema que nos dá a sensação de vento e chuva. É muito divertido! São 25 minutos, custa 12 euros. Conta toda a história desde que Rômulo e Remo foram abandonados e adotados pela Loba, até a fundação de Roma e a cosntrução de seus monumentos, a morte de Julio César, as obras de Michelângelo, enfim....é muito bacana! Vale a pena!
Ao voltar para a fontana, comprei um crepe e sentei ali na frente dela para vê-la ir se iluminando à medida que a noite caía. É uma fonte bonita, obra de Nicoló Salvi, em 1762, mas que ficou imortalizada mesmo no filme de Fellini.


O dia terminou e voltei pro hotel cansada. Continuo achando Roma uma cidade dispensável no meu roteiro, mas como diz um amigo meu “se você está no inferno, abrace o capeta!”, então estou tentando tornar esses meus dias aqui no melhor possível. Vi coisas bonitas no Vaticano, principalmente as obras de Michelângelo que eu amo em qualquer lugar do mundo! Mas não vou jogar a moeda na Fontana di Trevi, pois Roma é uma cidade para a qual jamais pretendo voltar.

Arrivederci!

p.s. Aos leitores de plantão: não estou revoltada com nada, pelo contrário! Estou amando poder viajar e ver tudo o que estou vendo, apenas não gostei de Roma e ponto. Sem comparações com nenhuma outra cidade.

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO DE 2010

domingo, 15 de agosto de 2010

Mais um dia em Roma

Ciao, amigos!

Acordei cedo hoje, tomei meu lauto café da manhã no hotel e fui passear de ônibus turístico, já que meu bilhete é de 48h tenho até amanhã pra ficar rodando. Saltei no "Largo Torre Argentina", onde estão as ruínas do que foi o Senado Romano e onde, teoricamente, Julio César foi assassinado em 44 a.c. O mais incrível é que não havia uma única placa informando sobre isso, aliás, não havia placa informando nem que aquele monte de ruínas tinha sido o Senado Romano.



Dali, fui andando até a Piazza Venezia, onde fica o monumento dedicado a Victtorio Emmanuelle II, o rei responsável pela unificação da Itália (ao lado de Garibaldi, mas isso ninguém diz...). É um monumento enorme, todo em mármore branco, bonito, mas um tanto pesado demais...Lá dentro há um museu dedicado à arte da Guerra, gratuito.
Lá de cima é possível ver a Piazza del Popolo onde está o Obelisco de Ramsés II, instalado por Sisto V em 1589. Ele é meio rosado e cheio de hieroglifos. Ao lado estão as Igrejas gêmeas, acrescentadas em 1675. É claro que todas essas informações eu só tenho porque estudei previamente, porque aqui não há nada informando, um folheto, uma placa, nada!







Saindo de lá, eu tinha comprado ingresso pela internet para a Galleria Borghese, um museu que existe dentro do parque da Vila Borghese, mas quando eu cheguei lá, o rapaz disse que eu não poderia entrar com mochila. Ok, já estou acostumada e sempre carrego uma bolsinha pequena pra essas ocasiões. Estava eu colocando as coisas de valor na bolsa menor quando ele me disse que eu não poderia entrar com nenhuma bolsa! Meio contrariada em ter de deixar máquinas, celular e MP3 ali, peguei minha carteira e ele disse que nem a carteira poderia entrar! Fiquei revoltada! Como assim? Ele acha que eu vou esconder uma escultura na carteira e levar pra casa???? Achei um absurdo e desisti de entrar no museu! Ele achou estranho e ainda me falou em italiano: "mas você já está com o ingresso, o museu é muito bonito!" e eu respondi com um italiano que nem eu sabia que tinha: " Da mesma forma que vocês não confiam em mim, eu também não confio em vocês, quem garante que tudo estará aqui quando eu voltar?". Saí de lá muito revoltada! Estou na Itália há quase um mês, já entrei em tudo quanto foi museu e igreja e nenhum tinha essa regra absurda de não poder levar nem a carteira! Enfim, eu que já não estava gostando de Roma, agora gosto menos ainda...
Dei uma volta no parque e resolvi ir até o Vaticano de metrô, pois amanhã tenho que madrugar lá e não quero me perder nem chegar atrasada, então fui ver onde era o local de encontro que está no meu voucher. Foi fácil de achar, mas demora mais do que eu achei que demoraria pra chegar. Ainda bem que fui hoje!
E não é que eu acabei, sem querer, vendo o papa! Na hora que cheguei era justamente a hora em que ele estava lá dando a bênção. Praça lotada! E ele ali no telão. Eu que fiz tanta questão de vir a Roma e não ver o papa, não consegui! Affe! Até isso deu errado!
Almocei ali pelo Vaticano mesmo,comida boa e barata! Comi salada, o que não comia há tempos! Comprei umas bobagenzinhas e tirei muitas fotos: da entrada da cidade com seu muro em torno, dos guardas que vestem uma roupa engraçada e dos meus pés pisando em duas cidades ao mesmo tempo: Roma e Vaticano e, claro, da Basílica de São Pedro!









Saí de lá e passei no Castelo Sant'Angelo, antiga fortaleza dos papas e que tem um Arcanjo Miguel no cume. Ele fica bem do lado da Ponte de Sant'Angelo que passa por cima do rio Tibre. Tirei mais fotos e, a essas alturas, já estava cansada.


Voltei pro hotel de ônibus turístico, mas antes passei no mercado pra comprar umas frutas.
Continuo achando Roma uma cidade chata...Talvez amanhã, depois da Capela Sistina ou depois de ir ao Coliseo tudo mude, mas por enquanto estou achando que eu não precisava ter esticado a viagem até aqui. Enfim, esperemos o dia seguinte, afinal, Roma não se fez em um dia...

Arrivederci!

Em tempo:
Aos leitores desse blog que amam Roma:
Não estou comparando Roma com Paris, Veneza ou Firenze, mas tenho o direito de não gostar dela e expressar aqui minha opinião.

A um leitor em especial:
Roma não é mais suja que o Brasil, é verdade, mas vim para a Europa buscando algo diferente do meu país: mais limpeza, mais organização, afinal não é isso que chamam de primeiro mundo? Pra ter o mesmo que tenho na minha terra, não precisaria atravessar o oceano!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO DE 2010

sábado, 14 de agosto de 2010

Roma não se fez em um dia!

Ciao, amigos!

Saí hoje pela manhã de Florença e peguei o trem para Roma. Menos de 2 horas em um Eurostar e eu estava na cidade eterna! Cheguei na estação Termini, lotada! Passei no posto de informações turísticas para pegar um mapa, comprei os bilhetes do metrô no jornaleiro e me encaminhei à Linha A do metrô. Nossa! Uma quantidade de escadas para subir e descer absurda!!! E eu de mala, mochila e bolsa. Finalmente cheguei a plataforma, peguei o trem e saltei duas estações depois...achei que teria sido menos cansativo ir a pé...enfim, desci do metrô já do lado da rua do hotel Julia (Via Rasella, 32) e descobri que Roma não é plana! A rua do meu hotel é uma ladeira! Nessas horas eu me arrependo de tudo que comprei ao longo da viagem! Como lembrancinhas pesam! Na saída do metrô um senhorzinho que estava com a esposa e falava espanhol me ajudou com a mala. Acho que ficou com pena de mim...
O hotel é bonzinho. Limpo e tem uma recepcionista portuguesa, logo, pude receber todas as informações em português, embora a essas alturas, eu já esteja entendendo bastante bem o italiano.
Depois de me instalar, fui dar uma volta pela cidade e, como costumo fazer, peguei um daqueles ônibus turísticos para fazer um reconhecimento.
Cá entre nós, não achei Roma isso tudo, não...a cidade é confusa, tem poucas placas, pouca indicação turística. Aliás, de um modo geral, a Itália é toda assim...mas aqui em Roma percebe-se que realmente se chegou à Itália: todos gritam, buzinam muito no trânsito, tem gente pra todo lado, tudo é meio zoneado... eu tinha uma vaga noção de que seria assim, mas não imaginei que fosse tanto.
De qualquer modo dei uma longa volta com o ônibus, na verdade eu queria fazer o percurso completo, mas no Coliseu entrou uma família de chineses (ou coreanos, sei lá) muito mal educada, com crianças que gritavam o tempo todo! Além disso havia também um casal acho que daqueles países nórdicos como Noruega ou Dinamarca com um bebê bem pequeno que chorava o tempo inteiro! Como o clima dentro do ônibus ficou insuportável, desci na Piazza Navonna, onde fica a Embaixada Brasileira. Aproveitei pra tirar umas fotos.


Acabei almoçando por ali mesmo em um restaurante chamado “La Dolce Vita”. Impossível não lembrar de Fellini! A comida era boa: Bruschetta al Pomodoro + Pizza + Refrigerante = 10 euros. E sem o “coperto” (aquele serviço que existe aqui na Itália em que se paga apenas para sentar nos restaurantes!).


Dali fui até o Pantheon, mas estava fechado pois tinha uma missa. Então me encaminhei para a “Fontana di Trevi”, já que eu estava em um clima Felliniano...no caminho passei por uma praça interessante que mantinha umas pilastras de algo que deve ter sido um templo e misturava com a arquitetura de prédios modernos. Gostei. Claro que não consegui descobrir o que era porque não havia uma única placa informando!



A Fontana di Trevi é muito bonita, fica aqui do ladinho do meu hotel, mas é simplesmente LOTADA de gente! Dei sorte de conseguir um lugarzinho bom para tirar foto, mas tinha muita gente lá!


Ao sair, descobri um mercado, comprei algo para o jantar e fui embora, estava cansada por ter acordado cedo para pegar o trem e de tanto carregar mala pra cima e pra baixo. Minha primeira impressão de Roma não foi das melhores...achei a cidade suja, mal cuidada, zoneada e com pessoas bem mal humoradas, mas pode ser que seja só porque eu já estou cansada de viajar e cansada de toda a desorganização italiana. Quero voltar para Paris, onde tudo é organizado e onde as pessoas são educadas! Espero que nos próximos 5 dias essa impressão ruim se desfaça e eu tenha vontade de jogar uma moeda na Fontana di Trevi para, segundo a tradição, retornar à Roma.

Arrivederci!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO DE 2010
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