Sobre mim

Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.

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sábado, 2 de julho de 2016

Da Catalunya a Paris em 7 horas

Bonjour, amigos!

Acordei cedo. Ainda era noite lá fora. Desci, tomei meu último café da manhã no hotel de Barcelona e peguei um táxi em direção à estação Barcelona Sants. Eu poderia ter ido de metrô, mas estava cansada, com mala pesada e teria de fazer muitas baldeações com escadas e mais escadas, então achei que valia a pena pagar 20 euros para que o táxi me deixasse na porta da estação e ainda descarregasse minha mala.  Peguei o trem de 9h30 e desembarquei às 16h10 numa fria e chuvosa Paris.
Saí da Gare de Lyon e peguei dois ônibus até meu hotel em Montparnasse. Fiquei num hotel bem ruim chamado Aviatic. Não recomendo! A única vantagem dele, além do preço, é a localização que realmente é boa. Nenhum lugar em Paris é tão bom para se hospedar como o Quartier Latin, mas Montparnasse é um bairro bem gostosinho, com muitas lojas, mercados e restaurantes, além de metrô e ônibus na porta. Mas a calefação do hotel era péssima! E isso no inverno é bem complicado! Tá certo que o frio estava bem menor que o esperado para essa época do ano, mas para essa carioca que vos escreve, 6 graus é bastante frio! 
Como eu cheguei cansada e estava chovendo, tudo o que eu queria era passar no Monoprix para fazer umas comprinhas (o hotel não tem café da manhã, mas tem uma chaleira elétrica  no quarto, o que me permitia fazer café, chá ou chocolate bem quentinho) e comer em algum lugar ali perto. Acabei descobrindo um restaurante a duas quadras chamado Daguerre, que fica na rua de mesmo nome e que serve um confit de canard delicioso!!! Aliás, nessa mesma rua há várias lojinhas de comida bem bacanas: queijos, chocolates, fois gras, vinhos, enfim...é uma rua em que vale a pena passear e o melhor é que os preços em Montparnasse são muito mais convidativos que os do Quartier Latin! 

Confit de Canard e batatas
Dia seguinte, acordei cedo e peguei o ônibus 38 até a Notre Dame. Não importa quantas vezes eu venha a Paris, quantas vezes eu entre nessa igreja, eu sempre preciso voltar lá quando chego e quando vou embora. É minha maneira de me sentir em casa em Paris. Sei que amo essa igreja não pela questão religiosa e sim pela questão literária e estar lá, seja dentro dela ou mesmo a observando do lado de fora já me faz um bem enorme! 

Altar dentro da Notre Dame

O portão do juízo final

Eu pisando no marco zero para poder voltar sempre e sempre

Tem como ser mais linda?
Nessa minha volta a Paris, apesar de eu ter planejado um roteiro, resolvi deixá-lo de lado e passear a esmo. Apenas flanar, sem ter compromisso com nada, obrigação de ir a lugar nenhum. Ir apenas onde meus pés me levassem, onde eu sentisse vontade de ir...e eis que no meio do caminho, ao lado do Hôtel de Ville eu esbarrei com um daqueles famosos carrosséis Belle Époque de Paris. E o que eu fiz? Paguei o ingresso (3 euros para adultos) e fui andar! Isso mesmo, amigos! Eu estava ali, em pleno inverno parisiense, andando de carrossel no meio da rua! E vou lhes dizer: estava MUITO feliz! Ridiculamente feliz! Em Paris a gente esbarra com esses carrosséis em toda esquina e ninguém fica nos julgando se somos adultos e estamos ali. Adorei a experiência! 

Eu ali andando de carrossel ao lado das criancinhas e me sentindo muito feliz
Passeei por algumas ruas, entrei em algumas lojas e depois peguei um ônibus até a Torre Eiffel. Almocei um bife Bourgignon em um restaurante que era filial do "Le Dôme" e fui tirar umas lindas fotos da torre no inverno. Depois fui dar uma volta no Jardim de Luxembourg e voltei para o hotel. 



A Torre e a neblina

Quando até um corvo parado no galho ganha um encanto especial
Descobri que existem vários aplicativos de ônibus de Paris e aprendi a me locomover usando só ônibus, o que é muito melhor que metrô. Claro que isso é para mim, que estou de férias e não me incomodo de pegar engarrafamento aqui ou ali. Pelo contrário, até gosto, pois às vezes, estou em lugares lindos, que ainda não conhecia e o ônibus para alguns minutos me dando a chance de tirar belas fotos.  
Agora, sempre que eu voltar a Paris e for possível, vou deixar o metrô para os trabalhadores e andar de ônibus. A paisagem é deslumbrante! Como é bom estar de volta a Paris! 

A Bientôt! 

VIAGEM REALIZADA EM JANEIRO DE 2016

terça-feira, 28 de junho de 2016

Passeios em Barcelona

Hola, amigos!

Nos dias em que estive em Barcelona, andei muito pela cidade; vi muitos artistas fazendo sua arte na rua, coisa, aliás, que eu achava que só existia o verão (nada como quebrar esteriótipos); aproveitei para passear bastante pelas Ramblas, tomar chocolate quente e comer tapas (afinal, estou de férias!) e, nesse meio tempo, fiz dois passeios turísticos que marcaram minha estadia na cidade.  
O primeiro deles foi  La Pedrera, uma das casas construídas por Gaudí entre os anos de 1905 e 1907. Na verdade, o nome do local é Casa Milá, já que a casa foi construída para a família de Roger Milá. O nome Pedrera vem do fato da edificação ser talhada na pedra. É um lindo prédio, praticamente só com curvas, quase não há linhas retas na sua arquitetura e no terraço há esculturas que lembram sentinelas meio surrealistas. Foi minha parte preferida. 

Terraço da Pedrera

Terraço da Pedrera no pôr do sol
 Fui lá no pôr do sol e peguei uma bela iluminação no terraço, que é por onde começa o passeio. Depois a gente vai descendo, andar a andar, e vendo as réplicas do mobiliário que enfeitava a casa. É bem interessante para ver como vivia aquela família, que, na época, era considerada rica e modelo para as outras famílias da cidade. Os lugares de que mais gostei, dentro da casa, foram o quarto de brincar e a cozinha (sempre ela!), mas a casa é toda muito bonita. E grande. Fiquei quase 2 horas lá dentro, vendo e fotografando tudo. 






Quando saí, já era noite e aproveitei para tirar belas fotos noturnas da cidade.

Pedrera à noite

Fonte da Plaza Catalunya à noite

Casa Batló (vizinha da Pedrera e também construída por Gaudí)  à noite

No dia seguinte, peguei o ônibus turístico (comprei  o passe para dois dias) e fui até o teleférico de Montjuic, um monte onde existe um castelo. Eu tinha desconto por causa do cupom do ônibus turístico e paguei mais barato no teleférico . A subida é tranquila. É uma espécie de bondinho fechado, onde cabem até quatro pessoas. Subi sozinha. Vantagem do inverno. 
Lá em cima, há um castelo de onde se tem uma vista de 360 graus de Barcelona. Contudo....Barcelona não é exatamente uma cidade bonita para ser vista do alto. Suas construções são confusas e feias quando vistas de cima. Os pontos turísticos da cidade, quando visitados, são muito interessantes e alguns são bem bonitos em seu interior, mas a vista da cidade, sinceramente, não me impressionou. Eu já sabia disso desde 2011, quando havia subido na Sagrada Família e na catedral de Santa Eulália, mas como eu queria conhecer esse castelo, não me importei muito com isso. O castelo só é visitável por fora. Algumas de suas salas internas são usadas para exposições ou para partes administrativas, mas não há nenhuma visita interna. De qualquer modo, tirei  várias fotos, e, apesar de o castelo estar em obras, consegui alguns ângulos bem bacanas.  





Não acho que quem vai a primeira vez a Barcelona deva ir ao Montjuic, a não ser que se tenha tempo sobrando. Mas como isso raramente acontece em uma viagem de primeira vez, melhor deixar o Monte para uma segunda visita. Não vale tanto a pena assim. 
No meu último dia em Barcelona, eu apenas andei sem rumo, olhando vitrines, vendo os artistas na rua, indo ao "El Corte Ingles", uma enorme loja de departamentos da Espanha, para ver as novidades da parte gourmet ,que eu adoro! Passeei e voltei cedo para o hotel, pois eu tinha de arrumar a mala para viajar bem cedo no dia seguinte. Seriam mais de 7 horas de trem para retornar à minha querida Paris.
Em princípio, o planejamento dessa minha viagem só incluía a França. Porém, depois dos atentados de novembro e de todas as notícias que chegaram ao Brasil, fiquei um tanto receosa e dividi meu tempo entre a França e a Espanha. Não posso dizer que tenha me arrependido, afinal, tive a chance de conhecer e respirar Sevilha, uma das cidades mais lindas que já vi! Além de conhecer Córdoba e o belo museu de Dalí, em Figueres. Os dias em Barcelona foram um tanto sem graça, mas deu para descansar um pouco no meio da viagem, afinal, férias também servem para isso. Além de tudo, rever Madri foi muito prazeroso.  Posso dizer que minha estadia espanhola de 2016 teve um saldo bem positivo. Pude conhecer lugares lindos, aprender muito sobre essa cultura tão forte, ouvir e praticar essa língua que, para mim, é extremamente sonora; assistir a um emocionante show de flamenco e comer tapas deliciosas. Há vezes em que mudanças de planos podem ser boas e foi esse o caso.
Vou deixar minhas férias na França para daqui a alguns anos, até porque, não foram só os planos de viagem que mudaram para mim em 2016. Foram também meus planos de vida! Mas isso não é assunto para ser colocado aqui, afinal, esse é um blog apenas de viagens! 
Então, até o próximo destino!   

Parte prática dos passeios:
La Pedrera - Passeing de Grácia, 92, Perto da estação de metrô Diagonal. Funciona de segunda a sexta de 9h às 20h e sábados e domingos de 10h às 14h e de 18h às 22h. Preço: 20,50 euros, com audioguia incluso (paguei 18,45 euros por causa do cupom do ônibus turístico). É amigos, Barcelona é uma cidade cara!
Montjuic - Teleférico custa 12 euros, ida e volta (paguei 10 euros por causa do cupom do ônibus); Castelo custa 5 euros para entrar. Funcionamento: segunda a sábado de  10h ás 17h e domingo até as 15h.

VIAGEM REALIZADA EM JANEIRO DE 2016

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Voltando a Barcelona e passeando de ônibus turístico

Hola, amigos!

Esse meu retorno a Barcelona foi mais por uma questão logística que propriamente por vontade de voltar.
É claro que em 2011, quando estive lá, eu não consegui conhecer tudo o que pretendia por conta da escassez de tempo, mas depois de passar 5 dias em Sevilha, nenhum lugar na Espanha me parecia bonito o bastante. E foi com essa sensação que cheguei à terra de Gaudí para passar meus últimos dias da temporada espanhola.  Claro que aproveitei para ir àqueles lugares que constavam como lacunas na minha lista de 2011, mas nada me tirava da cabeça que eu deveria ter passado mais uns 2 dias em Sevilha!
Enfim, a grande vantagem de se ir à Espanha no inverno europeu são os belos dias de sol. Embora a temperatura estivesse por volta de 13 a 15 graus (lembrem-se que sou carioca e, para mim, isso é considerado frio) o céu estava lindamente azul e o sol brilhante fazia com que as fotos ficassem lindas.
Nos dias em que estive lá, resolvi pegar aquele ônibus turístico de 2 andares no qual se pode subir e descer à vontade. Como eu estava de férias e queria descansar, não estava com vontade de ficar subindo e descendo escadas de metrô com corredores intermináveis!
Quando viajo, costumo usar muito  o transporte público, pois, além de economizar, me dá uma ideia de como vivem as pessoas naquela cidade, mas há momentos em que me dou ao luxo e ao prazer de pagar um pouco mais por um desses ônibus turísticos. Não é em toda cidade que ele vale a pena, mas Barcelona é certamente uma delas. Ele passa por TODOS os pontos turísticos que alguém que vai a primeira ou a segunda vez pode querer ir.
O passeio é agradável e ainda ganhamos um caderninho com vários cupons de desconto que podem ser usados para os ingressos nos lugares a serem visitados (como a Pedrera, a Sagrada Família ou a Casa Batló, entre outros) até em restaurantes e cafés espalhados pela cidade.  O custo-benefício, na minha opinião. foi bem compensador.
Nesse post vou colocar algumas fotos de por onde o ônibus passa e vou deixar para contar meus passeios em Barcelona nos próximos posts.

O inverno deixa as ruas lindas

Barcelona tem monumentos interesantes

Mais e mais árvores nuas enfeitando o inverno catalão

La Pedrera

Casa Batló

A Sagrada Família

O Porto

Monumentos engraçados na praia de Barceloneta

As belas fachadas

Caixa Forum

E não é que Barcelona tem mar? 

É isso, amigos!
Próximo post tem passeio!
Até a próxima!

VIAGEM REALIZADA EM JANEIRO DE 2016


sábado, 21 de maio de 2016

Chegada a Barcelona e visita a Figueres

Hola, amigos!

Saí cedo de Sevilha. E um tanto triste por ter de deixar para trás essa cidade que tinha arrebatado meu coração. O caminho para Barcelona era longo. 5h30 de trem. A  grande vantagem é que eu iria direto, sem precisar fazer baldeação em Madri.
O trem era bem confortável e o vagão de primeira classe me dava direito a uma refeição  que consistia em  pão, azeite e molho de tomate (bem espanhol!),  acompanhado de  uma espécie de torta de batatas com peito de peru, frutas, uma bebida quente e outra gelada.  A grande vantagem de viajar no inverno é que os trens são bem mais vazios!



Cheguei a  Barcelona na estação Sants  e, ali mesmo, peguei o metrô em direção ao meu hotel  que ficava  bem em frente da estação Urquinaona.  O hotel tem o mesmo nome da estação e sua localização era excelente, perto de tudo , com muitos bares, lojas e restaurantes. Dava para fazer muita coisa a pé. Deixei minhas coisas lá e fui dar uma volta de  reconhecimento, já que eu não ia a Barcelona há 5 anos.  Passeei pelas ruas relembrando aquela  Barcelona que eu havia conhecido no verão e que me parecia tão diferente nesse mês de inverno. No entanto, a cidade estava surpreendentemente cheia. Fui até a Plaza de la Catalunya, dei uma volta pelas famosas Ramblas, vi alguns shows de música bem interessantes pelas ruas, comprei até um CD! E jantei paella num restaurantezinho fofo que encontrei pelo caminho. Pena que não lembro o nome. Voltei  pro hotel para descansar pois no dia seguinte eu queria ir a Figueres.

Passeando pela Ramblas

Plaza de la Catalunya

Plaza de la Catalunya

Paella deliciosa! 
Acordei cedo e fui a estação Barcelona Sants para pegar o trem cercanias até Figueres. Não foi muito fácil de encontrar a plataforma e as pessoas que dão informações não estavam em seus dias de maior simpatia, mas acabei conseguindo descobrir. Figueres é cidade natal  de  Salvador Dalí e onde ele mesmo criou, em 1974,  um museu  dentro de um antigo teatro.  Eu tinha muita vontade de conhecer esse museu  já que  sou apaixonada pelas obras desse pintor surrealista e já fui a diversas exposições dele. Todas inusitadas e encantadoras. Todas deixando uma inquietação presente na alma. 

Entrada do Teatro-Museu Dalí

Contudo, esse é um museu com obras muito mais tocantes. Ali está exposta toda  a perturbação que assolava a alma daquele gênio  em seu nível mais profundo. E essa  pseudo- loucura está  exposta brilhantemente em forma de arte.  Mas é preciso tempo e disposição para poder digerir toda a informação contida naquelas 22 salas. Não é fácil.  Algumas obras machucam, doem, incomodam. Fazem vir a tona sentimentos esquecidos. Algumas vezes eu voltei a salas pelas quais eu já havia passado para tentar entender melhor, para tentar sentir com mais profundidade. Saí  de lá um pouco tomada por essas perturbações que demoraram um tempo  para se sedimentarem dentro de mim. Esse é um museu para quem quer realmente mergulhar  no mais profundo da obra de Dalí. Talvez nem todos estejam  preparados.  Mas vale a pena.
O museu fica a uns 15 minutos caminhando da estação. Aliás, uma dica: existem duas estações de trem com o nome de Figueres, uma é Figueres mesmo e outra é Figueres-Villafant. Compre passagem para a primeira porque a Villafant fica longe do centro da cidade. A viagem dura 1h30 em média. 



Vou publicar as fotos de apenas três das obras aqui no blog para não tirar o impacto de quem for ao Museu. O passeio durou o dia todo e pude voltar para Barcelona, naquela 1h30 dentro do trem, pensando e analisando tudo o que tinha visto e sentido. O dia foi intenso. E muito proveitoso.

Até a próxima!

VIAGEM REALIZADA EM JANEIRO DE 2016


sábado, 30 de julho de 2011

Barcelona esquecida

Hola, amigos!

Esqueci de colocar esse post no fim das postagens de Barcelona, então ele ficou aqui, meio fora de ordem, mas acho que dá para acompanhar, né?

Hoje foi nosso último dia na Espanha e resolvemos sair cedo para conhecer outra obra de Gaudí: O Parc Guell. A história desse parque começa em 1900, quando Eusebi Guell criou um projeto de uma espécie de condomínio fechado, com 60 terrenos, onde as famílias ricas de Barcelona poderiam fugir do agito da cidade e construir suas casas em um lugar mais bucólico, perto das montanhas. Para esse projeto inovador na época, o senhor Guell chamou ninguém menos que Gaudí para fazer a parte arquitetônica e o artista criou ali sua obra mais lúdica.
Contudo, as famílias da burguesia catalã não se interessaram pelo projeto que fracassou por completo e em 1923 o local foi doado ao governo e virou o parque que vemos hoje. Se tivesse dado certo, Barcelona não teria um de seus lugares mais encantadores abertos ao público (a entrada do parque é gratuita e muito gente vai para lá fazer cooper)

Entramos pelo parque por uma entrada lateral, na subida do Carrer de la Glória. O lugar é tão íngreme que existem escadas rolantes em plena rua para ajudar na subida. Depois de chegar quase perto de Deus de tanto que subimos, finalmente, entramos no parque e fomos descendo por dentro dele. O lugar é muito bonito, super arborizado e cada recanto tem sua história. Começamos pelo banco curvilíneo cheio de desenhos usando a técnica do “trencadis” (que expliquei no último post sobre Barcelona). É lindo! Parece uma onda colorida! O responsável pela montagem desse banco não foi Gaudí e sim Josep Maria Jugol. Dizem que quando ele é iluminado pelo sol alto sua cor é espetacular. Não vimos isso porque, além de não estar no horário de pico do sol, não havia muito sol ontem, o dia estava meio chuvoso.


Dali, subindo umas escadas encontra-se a “Casa-Museu Gaudí” (aberta de 10h às 18h), onde o arquiteto morou durante 20 anos com sua sobrinha. A casa é pequena, cor de rosa e não foi construída por ele e sim por Francesc Berenguer i Mestres, braço direito de Gaudí e responsável por uma substancial ajuda em muitos de seus projetos, incluindo a Casa Batló e La Pedrera, entretanto ele não recebeu a notoriedade devida.



Paga-se 6 euros para entrar na casa (idosos e estudantes têm desconto) e pode-se tirar fotos sem flash. O mobiliário da casa é bem interessante e tem mesmo a cara de Gaudí, mas a casa é bem simples, o que era de se esperar para um homem que dedicou quase toda a sua vida à religiosidade. Essa casa só se tornou um museu em 1963.



Descendo um pouco mais encontramos a “floresta de colunas”, um local que possui 86 colunas dóricas inclinadas. No projeto original, esse espaço serviria para ser um mercado de alimentos coberto para as 60 famílias que morariam ali, mas hoje em dia é apenas um local de descanso onde se pode fugir do calor já que a disposição das colunas faz com que o vento que vem do mar percorra todo o ambiente. É também um local de apresentações musicais devido à excelente acústica.. Nos tetos, entre as colunas, há espécies de mandalas cheias de mosaicos formando desenhos um tanto psicodélicos.


Descendo na frente dessa floresta está a fonte com o famoso dragão ou salamandra. Lindo!!!! Esse dragão faz referência à lenda de São Jorge, um dos padroeiros de Barcelona e cuja imagem aparece em diversos monumentos.

Descendo mais, até a entrada principal do parque, encontramos duas casinhas com cogumelos em cima. Esse é o pedaço do parque que mais lembra as histórias infantis, pois uma é até conhecida como “Alice no país das Maravilhas”(embora eu a tenha achado mais parecida com a casa de doces da bruxa de João e Maria). A outra casa possui um cogumelo pontudo e a cruz grega que é padrão nas obras de Gaudí.




Saímos do parque bem cansadas de tanto andar (ainda bem que fizemos o trajeto inverso, já que chegamos pelo saída e viemos descendo até a entrada, o que tornou a caminhada mais suave); passamos por algumas lojinhas, compramos umas lembranças e nos encaminhamos ao metrô para irmos até a Catedral de Barcelona, um dos maiores templos góticos catalão, construído em 1298 sobre uma antiga basílica romana. É dedicada à Santa Eulália, virgem martirizada pelos romanos no século IV d.c. por causa de sua fé cristã.


É uma linda igreja, mas estava em obras, por isso era complicado conseguir ter a dimensão de toda sua grandiosidade. Pela manhã (entre 8 h e 12 h) a entrada é gratuita (mas o claustro e o museu são pagos), entretanto, como fomos à tarde, pagamos 6 euros por pessoa para entrar (com claustro e museu incluídos). Há belos vitrais e capelas riquíssimas. É possível tirar fotos, com ou sem flash, menos no museu! Ali há um rapaz controlando por câmera, então melhor não arriscar.


O claustro é lindo! Tem uma fonte de água potável encimada por uma estátua de São Jorge e alguns gansos são criados ali, pois era o animal de estimação de Santa Eulália, cujos restos mortais estão na cripta da Igreja.


Há um elevador, pelo qual se sobe para ver a vista, mas como a igreja estava em obra, a vista fica limitada a um lado da catedral. É bonita, mas nada especial.


De lá fomos para o hotel arrumar nossas malas pois amanhã iremos retornar a Paris. À noite, jantamos no restaurante do hotel. Comi um bife com um tal molho a L'Oporto que era de comer rezando!!! Fechamos nossa passagem pela Espanha com chave de ouro, pois a comida era deliciosa!
Minha impressão da Espanha foi a de um país organizado, com funcionários muito simpáticos e prestativos em todos os lugares que fomos, com muitas liquidações e preços muito baixos (principalmente em Madri) tanto de comida como de roupas e outros objetos, comida farta e boa, lugares bonitos a serem visitados, mas com entradas para as atrações muito caras (principalmente nos lugares em que não se podia fotografar). Contudo é um país onde as pessoas andam muito insatisfeitas com seus governantes, o que acaba refletindo em diversas passeatas e manifestações. Gostei de conhecer a Espanha, mas, como sempre, sinto falta de Paris.
Hasta Luego!

VIAGEM REALIZADA EM JULHO DE 2011
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