Sobre mim

Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.

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sábado, 30 de julho de 2011

Barcelona esquecida

Hola, amigos!

Esqueci de colocar esse post no fim das postagens de Barcelona, então ele ficou aqui, meio fora de ordem, mas acho que dá para acompanhar, né?

Hoje foi nosso último dia na Espanha e resolvemos sair cedo para conhecer outra obra de Gaudí: O Parc Guell. A história desse parque começa em 1900, quando Eusebi Guell criou um projeto de uma espécie de condomínio fechado, com 60 terrenos, onde as famílias ricas de Barcelona poderiam fugir do agito da cidade e construir suas casas em um lugar mais bucólico, perto das montanhas. Para esse projeto inovador na época, o senhor Guell chamou ninguém menos que Gaudí para fazer a parte arquitetônica e o artista criou ali sua obra mais lúdica.
Contudo, as famílias da burguesia catalã não se interessaram pelo projeto que fracassou por completo e em 1923 o local foi doado ao governo e virou o parque que vemos hoje. Se tivesse dado certo, Barcelona não teria um de seus lugares mais encantadores abertos ao público (a entrada do parque é gratuita e muito gente vai para lá fazer cooper)

Entramos pelo parque por uma entrada lateral, na subida do Carrer de la Glória. O lugar é tão íngreme que existem escadas rolantes em plena rua para ajudar na subida. Depois de chegar quase perto de Deus de tanto que subimos, finalmente, entramos no parque e fomos descendo por dentro dele. O lugar é muito bonito, super arborizado e cada recanto tem sua história. Começamos pelo banco curvilíneo cheio de desenhos usando a técnica do “trencadis” (que expliquei no último post sobre Barcelona). É lindo! Parece uma onda colorida! O responsável pela montagem desse banco não foi Gaudí e sim Josep Maria Jugol. Dizem que quando ele é iluminado pelo sol alto sua cor é espetacular. Não vimos isso porque, além de não estar no horário de pico do sol, não havia muito sol ontem, o dia estava meio chuvoso.


Dali, subindo umas escadas encontra-se a “Casa-Museu Gaudí” (aberta de 10h às 18h), onde o arquiteto morou durante 20 anos com sua sobrinha. A casa é pequena, cor de rosa e não foi construída por ele e sim por Francesc Berenguer i Mestres, braço direito de Gaudí e responsável por uma substancial ajuda em muitos de seus projetos, incluindo a Casa Batló e La Pedrera, entretanto ele não recebeu a notoriedade devida.



Paga-se 6 euros para entrar na casa (idosos e estudantes têm desconto) e pode-se tirar fotos sem flash. O mobiliário da casa é bem interessante e tem mesmo a cara de Gaudí, mas a casa é bem simples, o que era de se esperar para um homem que dedicou quase toda a sua vida à religiosidade. Essa casa só se tornou um museu em 1963.



Descendo um pouco mais encontramos a “floresta de colunas”, um local que possui 86 colunas dóricas inclinadas. No projeto original, esse espaço serviria para ser um mercado de alimentos coberto para as 60 famílias que morariam ali, mas hoje em dia é apenas um local de descanso onde se pode fugir do calor já que a disposição das colunas faz com que o vento que vem do mar percorra todo o ambiente. É também um local de apresentações musicais devido à excelente acústica.. Nos tetos, entre as colunas, há espécies de mandalas cheias de mosaicos formando desenhos um tanto psicodélicos.


Descendo na frente dessa floresta está a fonte com o famoso dragão ou salamandra. Lindo!!!! Esse dragão faz referência à lenda de São Jorge, um dos padroeiros de Barcelona e cuja imagem aparece em diversos monumentos.

Descendo mais, até a entrada principal do parque, encontramos duas casinhas com cogumelos em cima. Esse é o pedaço do parque que mais lembra as histórias infantis, pois uma é até conhecida como “Alice no país das Maravilhas”(embora eu a tenha achado mais parecida com a casa de doces da bruxa de João e Maria). A outra casa possui um cogumelo pontudo e a cruz grega que é padrão nas obras de Gaudí.




Saímos do parque bem cansadas de tanto andar (ainda bem que fizemos o trajeto inverso, já que chegamos pelo saída e viemos descendo até a entrada, o que tornou a caminhada mais suave); passamos por algumas lojinhas, compramos umas lembranças e nos encaminhamos ao metrô para irmos até a Catedral de Barcelona, um dos maiores templos góticos catalão, construído em 1298 sobre uma antiga basílica romana. É dedicada à Santa Eulália, virgem martirizada pelos romanos no século IV d.c. por causa de sua fé cristã.


É uma linda igreja, mas estava em obras, por isso era complicado conseguir ter a dimensão de toda sua grandiosidade. Pela manhã (entre 8 h e 12 h) a entrada é gratuita (mas o claustro e o museu são pagos), entretanto, como fomos à tarde, pagamos 6 euros por pessoa para entrar (com claustro e museu incluídos). Há belos vitrais e capelas riquíssimas. É possível tirar fotos, com ou sem flash, menos no museu! Ali há um rapaz controlando por câmera, então melhor não arriscar.


O claustro é lindo! Tem uma fonte de água potável encimada por uma estátua de São Jorge e alguns gansos são criados ali, pois era o animal de estimação de Santa Eulália, cujos restos mortais estão na cripta da Igreja.


Há um elevador, pelo qual se sobe para ver a vista, mas como a igreja estava em obra, a vista fica limitada a um lado da catedral. É bonita, mas nada especial.


De lá fomos para o hotel arrumar nossas malas pois amanhã iremos retornar a Paris. À noite, jantamos no restaurante do hotel. Comi um bife com um tal molho a L'Oporto que era de comer rezando!!! Fechamos nossa passagem pela Espanha com chave de ouro, pois a comida era deliciosa!
Minha impressão da Espanha foi a de um país organizado, com funcionários muito simpáticos e prestativos em todos os lugares que fomos, com muitas liquidações e preços muito baixos (principalmente em Madri) tanto de comida como de roupas e outros objetos, comida farta e boa, lugares bonitos a serem visitados, mas com entradas para as atrações muito caras (principalmente nos lugares em que não se podia fotografar). Contudo é um país onde as pessoas andam muito insatisfeitas com seus governantes, o que acaba refletindo em diversas passeatas e manifestações. Gostei de conhecer a Espanha, mas, como sempre, sinto falta de Paris.
Hasta Luego!

VIAGEM REALIZADA EM JULHO DE 2011

Um comentário:

ilma disse...

Adorei as fotos deste post, e curioso é que fiz um comentário sobre um lugar parecido de "açucar" e lendo agora sei post via a razao. Muito interessante.
Adorei o que vc escreveu sobre Barcelona e Madri. Preciso voltar.
Bjs de viajante

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