Ciao, amigos!
Hoje acordei cedo, pois queria tomar café da manhã no hotel e pegar o ônibus turístico até Fiésole, onde estão as ruínas etruscas.
O café desse hotel é ótimo! Melhor que o dos outros que fiquei! Tem até ovo cozido! Uma delícia! Depois de bem alimentada, lá fui eu até esse local que dista 9km de Firenze e que mantém preservadas as ruínas históricas. O ingresso custa 12 euros e te dá direito ao passeio completo, incluindo o Teatro Romano, Templo de Minerva, Termas e Museu arqueológico. O teatro romano é do século I d.c. e acomodava até 2000 espectadores.
O templo dedicado à deusa Menrva ( que depois os romanos vieram a chamar de Minerva) é bem interessante...
...mas o melhor de tudo são as termas! Olhar aqueles espaços em pedra onde ficavam as piscinas públicas, com águas frias (frigidarium), águas mornas (tepidarium) e águas quentes (caldarium), e imaginar como era aquilo há mais de 2000 anos, que pessoas eram aquelas que frequentavam aquele lugar, sobre o quê elas conversavam enquanto tomavam banho...foi uma verdadeira viagem no tempo!
Depois fui ao Museu arqueológico com peças etruscas do século I e até algumas mais antigas, de antes de Cristo.
De lá, peguei novamente o ônibus até o centro de Florença onde está a Casa Buonarroti, que era a casa da família de Michelângelo. Ali, há a exposição da coleção de arte que pertenceu à família, incluindo, claro, peças do próprio Michelângelo.
Saindo de lá tomei um sorvete na deliciosa “Gelateria dei Neri”, que fica na Via dei Neri 22 e rumei até a Ponte Vecchio, famosa por ser a mais antiga da cidade e a única que os nazistas não explodiram ao saírem da cidade. Ela também sobreviveu à grande enchente de 1966 e está mais ou menos do mesmo jeito desde 1345. Desde o século XVI que as lojas da ponte são laboratórios de ourives florentinos. As joias são lindas e muito caras...
Florença está sendo uma grata surpresa. A cidade é uma gracinha, com ruelas medievais e prédios históricos. Estou gostando de admirar toda essa arquitetura tão diferente!
Arrivederci!
VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO DE 2010
Imagine este blog como um laboratório de química: são muitas informações, sendo algumas conflitantes, algumas explosivas, algumas sem efeito, mas que no fim, acabam se transformando em um fantástico experimento! Viajar foi, sem dúvida, o melhor experimento da minha vida!
Sobre mim
Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
A bela e medieval Firenze
Ciao, amigos!
Saí de Veneza ontem com um certo aperto no coração e uma esperança de que Firenze (ou Florença, em português) fosse linda e acolhedora como todos diziam que era, pois, depois de Veneza, acho que seria difícil eu me encantar com outra cidade.
Depois de uma viagem de pouco mais de 2 horas num trem Eurostar, cheguei à capital da Toscana. Passei no posto de informações turísticas da estação, peguei alguns folhetos e saí para procurar meu hotel. Na verdade, quando eu escolhi ficar em Florença, recebi de uma amiga a indicação de um bom albergue próximo à estação Santa Maria Novella e havia feito reserva para um quarto compartilhado de 4 pessoas,contudo, ao longo da viagem, tenho ficado em apartamentos, albergues e hotéis sempre em quarto individual e acho que não estava me sentindo muito disposta a compartilhar um quarto com 3 desconhecidos por 6 dias! Então, cancelei a reserva desse albergue e me hospedei no Hotel Boccaccio, indicação de outra amiga, e que fica a uns 200 metros da estação em uma rua que tem de tudo: mini-market, lojas com lembrancinhas baratas, pizzarias, internet, enfim...a rua é ótima e o hotel é bem simpático. Claro que foi mais caro que ficar no albergue, mas eu havia economizado lá em Veneza já com essa intenção.
Depois de me instalar, fui passear pela cidade e, como gosto de fazer assim que chego, dei uma volta em um daqueles ônibus turísticos de 2 andares. A empresa se chama “Citysightseeig” e existe em várias cidades italianas, inclusive o meu ingresso de Milão me deu 10% de desconto no ingresso para esse passeio (custo normal: 22 euros para 48h, são duas rotas que percorrem toda a cidade, incluindo Fiésole), só que o ônibus de Milão tinha opção de língua em português, esse não tem, por isso resolvi treinar meu italiano e fiquei ouvindo a descrição do passeio na língua de Dante.
O primeiro local onde saltei foi na Piazzale Michelângelo, uma espécie de mirante de onde se pode ver toda a cidade. É lindo ver a cúpula do Duomo toda em tijolos vermelhos lá de cima, ver a sinagoga com sua cúpula verde e ver a torre do Palazzo Vecchio, além de se ter uma visão do rio Arno (que, cá entre nós, é bem sem graça).
Esse mirante, como seu nome já diz, faz uma homenagem a Michelângelo, com uma réplica em bronze de seu famoso “Davi”. Há também várias barraquinhas vendendo uma infinidade de souvenirs de todo tipo.
Saindo de lá, peguei o próximo ônibus que me deixou de volta na estação, onde troquei o cupom por meu brinde (ao comprar o tiket do ônibus a gente ganha um cupom que vale uma garrafa de água ou uma bebida gelada a base de sorvete em uma lojinha ao lado) e fui bater perna pela cidade. O primeiro lugar escolhido foi, óbvio, o Duomo, a catedral da cidade, que é dedicada à Santa Maria das Flores e teve sua construção iniciada em 1294. Vários artistas famosos como Giotto, autor do projeto do Campanário e Brunelesco, autor do projeto da cúpula, participaram de sua construção e depois de 140 anos, finalmente, a Igreja ficou pronta. É realmente linda! Parece um doce, todo colorido em mármore branco, rosa e verde. Ficar ali na piazza observando o prédio é um prazer para os olhos. Sua arquitetura é suave e, apesar da riqueza de detalhes, nada fica pesado como, por exemplo, o Duomo de Milão.
O interior da catedral é imenso e um tanto escuro, mas tem uma bela pintura no teto (eu e os tetos..adoro um teto!). Lá dentro, pode-se descer até as ruínas da antiga catedral de Santa Reparata sobre às quais o Duomo foi construído. Não desci, pois queria conhecer mais da cidade lá fora.
Na frente do Duomo está o Batistério de San Giovanni que possui uma lindíssima porta em ouro, feita por Ghiberti, que usou uma perspectiva que prolonga as cenas para um plano de fundo, o que era um conceito novo na época. Essa porta contém 10 cenas bíblicas e foi apelidada por Michelângelo de Portal do Paraíso. Realmente é um encanto poder ver essa preciosidade tão de perto.
Estava eu ali, calmamente tirando minhas fotos, quando de repente fui envolvida por uma excursão de espanhóis e, já que eu entedia o que a guia falava, fiquei ali ouvindo um pouquinho. Descobri que aquela porta que vemos hoje não é a original e sim uma réplica, pois a original foi levada pela grande enchente que houve em 1966, quando o rio Arno subiu mais de 8 metros e chegou a piazza com uma força incrível! Porém, mesmo sendo uma réplica, a porta é, literalmente, um tesouro!
Saindo dali fui procurar a Piazza della Signoria, sobre a qual eu ouvira muito falar nos livros. É um verdadeiro museu a céu aberto! Cada escultura de deixar a gente sem saber para onde olhar! Primeiro me deparei com a réplica de Davi, de Michelângelo! A escultura original ficava nessa praça, contudo, para evitar depredações e vandalismos, ela foi transferida para a Galleria dell'accademia e, para não deixar os florentinos órfãos, aqui foi colocada essa réplica. Ao lado dela está Hércules e o centauro, de Bandinelli. Ambas ficam em frente ao Palazzo Vecchio, um museu que ainda não entrei, mas que está no meus planos pois só a fachada me deixou deslumbrada!
Ao lado do castelo está a Fonte de Netuno, uma obra de Bartolomeo Ammannati que me fez ficar ali uma meia hora só observando os detalhes. Dizer que é linda seria dizer o mínimo!
Mais adiante me deparei com a estátua de Perseu, de Bevenuto Cellini. Ali ele é retratado no momento em que corta a cabeça da Medusa e não pude deixar de lembrar de quantas aulas eu dei sobre esse tema e quantas vezes passei o filme “Fúria de Titãs” ( o antigo, da década de 80, que é bem mais fiel à mitologia) para os meus alunos tentando fazê-los apreender um pouco da riqueza da cultura grega.
Sentei ali nos degraus da escadaria que leva ao Pórtico e fiquei um tempo observando e absorvendo aquelas belíssimas obras de arte. Tudo tão acessível, tudo tão bonito e tudo com tanta história!
Florença é uma bela cidade com um estilo bem medieval e muito diferente de Veneza. No entanto, ela tem seus encantos e, apesar de ser bem pequena, é uma cidade acolhedora e simpática. Um tanto zoneada, como se deve esperar das cidades italianas, mas nada que não se possa tirar de letra. Estou gostando de Firenze e amanhã vou desbravar mais um pouco dos encantos desse lugar.
Arrivederci!
VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO DE 2010
Saí de Veneza ontem com um certo aperto no coração e uma esperança de que Firenze (ou Florença, em português) fosse linda e acolhedora como todos diziam que era, pois, depois de Veneza, acho que seria difícil eu me encantar com outra cidade.
Depois de uma viagem de pouco mais de 2 horas num trem Eurostar, cheguei à capital da Toscana. Passei no posto de informações turísticas da estação, peguei alguns folhetos e saí para procurar meu hotel. Na verdade, quando eu escolhi ficar em Florença, recebi de uma amiga a indicação de um bom albergue próximo à estação Santa Maria Novella e havia feito reserva para um quarto compartilhado de 4 pessoas,contudo, ao longo da viagem, tenho ficado em apartamentos, albergues e hotéis sempre em quarto individual e acho que não estava me sentindo muito disposta a compartilhar um quarto com 3 desconhecidos por 6 dias! Então, cancelei a reserva desse albergue e me hospedei no Hotel Boccaccio, indicação de outra amiga, e que fica a uns 200 metros da estação em uma rua que tem de tudo: mini-market, lojas com lembrancinhas baratas, pizzarias, internet, enfim...a rua é ótima e o hotel é bem simpático. Claro que foi mais caro que ficar no albergue, mas eu havia economizado lá em Veneza já com essa intenção.
Depois de me instalar, fui passear pela cidade e, como gosto de fazer assim que chego, dei uma volta em um daqueles ônibus turísticos de 2 andares. A empresa se chama “Citysightseeig” e existe em várias cidades italianas, inclusive o meu ingresso de Milão me deu 10% de desconto no ingresso para esse passeio (custo normal: 22 euros para 48h, são duas rotas que percorrem toda a cidade, incluindo Fiésole), só que o ônibus de Milão tinha opção de língua em português, esse não tem, por isso resolvi treinar meu italiano e fiquei ouvindo a descrição do passeio na língua de Dante.
O primeiro local onde saltei foi na Piazzale Michelângelo, uma espécie de mirante de onde se pode ver toda a cidade. É lindo ver a cúpula do Duomo toda em tijolos vermelhos lá de cima, ver a sinagoga com sua cúpula verde e ver a torre do Palazzo Vecchio, além de se ter uma visão do rio Arno (que, cá entre nós, é bem sem graça).
Esse mirante, como seu nome já diz, faz uma homenagem a Michelângelo, com uma réplica em bronze de seu famoso “Davi”. Há também várias barraquinhas vendendo uma infinidade de souvenirs de todo tipo.
Saindo de lá, peguei o próximo ônibus que me deixou de volta na estação, onde troquei o cupom por meu brinde (ao comprar o tiket do ônibus a gente ganha um cupom que vale uma garrafa de água ou uma bebida gelada a base de sorvete em uma lojinha ao lado) e fui bater perna pela cidade. O primeiro lugar escolhido foi, óbvio, o Duomo, a catedral da cidade, que é dedicada à Santa Maria das Flores e teve sua construção iniciada em 1294. Vários artistas famosos como Giotto, autor do projeto do Campanário e Brunelesco, autor do projeto da cúpula, participaram de sua construção e depois de 140 anos, finalmente, a Igreja ficou pronta. É realmente linda! Parece um doce, todo colorido em mármore branco, rosa e verde. Ficar ali na piazza observando o prédio é um prazer para os olhos. Sua arquitetura é suave e, apesar da riqueza de detalhes, nada fica pesado como, por exemplo, o Duomo de Milão.
O interior da catedral é imenso e um tanto escuro, mas tem uma bela pintura no teto (eu e os tetos..adoro um teto!). Lá dentro, pode-se descer até as ruínas da antiga catedral de Santa Reparata sobre às quais o Duomo foi construído. Não desci, pois queria conhecer mais da cidade lá fora.
Na frente do Duomo está o Batistério de San Giovanni que possui uma lindíssima porta em ouro, feita por Ghiberti, que usou uma perspectiva que prolonga as cenas para um plano de fundo, o que era um conceito novo na época. Essa porta contém 10 cenas bíblicas e foi apelidada por Michelângelo de Portal do Paraíso. Realmente é um encanto poder ver essa preciosidade tão de perto.
Estava eu ali, calmamente tirando minhas fotos, quando de repente fui envolvida por uma excursão de espanhóis e, já que eu entedia o que a guia falava, fiquei ali ouvindo um pouquinho. Descobri que aquela porta que vemos hoje não é a original e sim uma réplica, pois a original foi levada pela grande enchente que houve em 1966, quando o rio Arno subiu mais de 8 metros e chegou a piazza com uma força incrível! Porém, mesmo sendo uma réplica, a porta é, literalmente, um tesouro!
Saindo dali fui procurar a Piazza della Signoria, sobre a qual eu ouvira muito falar nos livros. É um verdadeiro museu a céu aberto! Cada escultura de deixar a gente sem saber para onde olhar! Primeiro me deparei com a réplica de Davi, de Michelângelo! A escultura original ficava nessa praça, contudo, para evitar depredações e vandalismos, ela foi transferida para a Galleria dell'accademia e, para não deixar os florentinos órfãos, aqui foi colocada essa réplica. Ao lado dela está Hércules e o centauro, de Bandinelli. Ambas ficam em frente ao Palazzo Vecchio, um museu que ainda não entrei, mas que está no meus planos pois só a fachada me deixou deslumbrada!
Ao lado do castelo está a Fonte de Netuno, uma obra de Bartolomeo Ammannati que me fez ficar ali uma meia hora só observando os detalhes. Dizer que é linda seria dizer o mínimo!
Mais adiante me deparei com a estátua de Perseu, de Bevenuto Cellini. Ali ele é retratado no momento em que corta a cabeça da Medusa e não pude deixar de lembrar de quantas aulas eu dei sobre esse tema e quantas vezes passei o filme “Fúria de Titãs” ( o antigo, da década de 80, que é bem mais fiel à mitologia) para os meus alunos tentando fazê-los apreender um pouco da riqueza da cultura grega.
Sentei ali nos degraus da escadaria que leva ao Pórtico e fiquei um tempo observando e absorvendo aquelas belíssimas obras de arte. Tudo tão acessível, tudo tão bonito e tudo com tanta história!
Florença é uma bela cidade com um estilo bem medieval e muito diferente de Veneza. No entanto, ela tem seus encantos e, apesar de ser bem pequena, é uma cidade acolhedora e simpática. Um tanto zoneada, como se deve esperar das cidades italianas, mas nada que não se possa tirar de letra. Estou gostando de Firenze e amanhã vou desbravar mais um pouco dos encantos desse lugar.
Arrivederci!
VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO DE 2010
Até breve, minha linda Veneza!
Ciao, amigos!
Ontem foi meu último dia em Veneza e como eu já havia feito praticamente tudo que tinha planejado, resolvi sair para passear sem destino. Fui andando pela margem que beira o Grande Canal, desde a Piazza de San Marco até o Giardinni Publicci, um jardim muito simpático e com muito verde. Lugar ideal para se descansar da overdose de museus e igrejas que existem na cidade. Fiquei um bom tempo ali, ouvindo meu MP3, e curtindo aquela paisagem belíssima, afinal estou em Veneza!
Depois de muitas fotos e muita música, voltei passeando e me deparei com um “Museu Histórico Naval”. Entrei e descobri coisas lindas lá dentro, incluindo aqueles aparelhos antigos de medição de tempo e espaço como o astrolábio e a bússola usados pelos colonizadores ao saírem de suas terras em busca de novos horizontes...começo a perceber que desde sempre o ser humano tem essa necessidade de desbravar lugares desconhecidos, logo, não sou muito diferente dos homens que empreenderam as grandes navegações...é assim que tenho me sentido: descobrindo novas terras e abrindo novos horizontes pessoais.
Saindo do museu fui caminhando até a outra ponta de Veneza onde está a Igreja de Nossa Senhora della Salute, contudo, pelo caminho, fui encontrando outras igrejas e acabei fazendo praticamente um tour religioso. Primeiro passei pela Igreja de Santa Maria del Giglio e depois pela Igreja de San Maurizio onde estava havendo uma exposição do Museu da música, com diversos instrumentos musicais antigos. Lindo!
Passando pela laguna dourada finamente cheguei a Ponte della Academia e peguei um vaporetto para ir até a Igreja della Salute que é muito bonita, mas o que ela tem de melhor é a vista. Sentar em seus degraus e observar Veneza é uma sensação indescritível!
Saindo dali, ainda embevecida com aquela paisagem, acabei dando a volta na Igreja e me deparei com vistas ainda mais espetaculares! E não é que pelo caminho eu acabei descobrindo um dos locais onde as gôndolas são fabricadas!? Aliás, naquele momento eu estava em um ponto bem pouco turístico de Veneza e, de onde, a vista da laguna é esplendorosa! Como era bom estar ali naquela tarde de sábado, olhando o brilho cor de ouro daquelas águas e observando a cidade mais linda que o homem já foi capaz de criar!
Ao ir embora para o hotel, peguei um vaporetto pois estava cansada de tanto andar no sol e fui arrumar minhas malas para depois ir até a Piazza San Marco, à noite, me despedir de todo aquele sonho que eu havia vivido por 10 dias. Fiquei ali, que nem boba, olhando tudo...a Basílica, o Campanário, a Torre do Relógio, o Palácio dos Doges, o café Florian e o café Quadri, cada um com sua orquestra, aquele céu anoitecendo, as luzes da praça se acendendo, tudo ficando com aquela cor meio amarelada, igual fotografia antiga...era uma Veneza em sépia, ao vivo, ali, só pra mim! Pelo menos, era assim que eu a sentia.
Veneza, meu sonho de menina que tinha se tornado uma doce realidade. Veneza, a minha cidade tão perfeita na imaginação e que tinha sido ainda mais perfeita ao vivo. Veneza, uma expectativa de tantos anos que se tornou uma vivência única. Veneza: dez dias de felicidade nas suas ruas tão diferentes, nos seus museus tão ricos, nas suas igrejas tão belas! Veneza, uma cidade que foi exatamente tudo o que eu sonhei!
Ao voltar para o hotel, naquela noite, tive a certeza de que irei retornar a Veneza. Ali, a beira do Grande Canal, parafraseando a Fontana de Trevi, joguei uma moeda e fiz a promessa: "Eu volto! Pode esperar, Veneza, que eu volto!"
No dia seguinte, acordei, fiz o check-out no hotel e peguei o vaporetto rumo à Ferrovia. Ao subir as escadas, dando uma última olhada para trás para ver o Grande Canal, dei para ele uma piscadela de cumplicidade, sorri e fui embora com a certeza de retornar em breve a esse universo paralelo de sonho e felicidade!
Arrivederci!
VIAGEM REALIZADA EM JULHO/AGOSTO DE 2010
Ontem foi meu último dia em Veneza e como eu já havia feito praticamente tudo que tinha planejado, resolvi sair para passear sem destino. Fui andando pela margem que beira o Grande Canal, desde a Piazza de San Marco até o Giardinni Publicci, um jardim muito simpático e com muito verde. Lugar ideal para se descansar da overdose de museus e igrejas que existem na cidade. Fiquei um bom tempo ali, ouvindo meu MP3, e curtindo aquela paisagem belíssima, afinal estou em Veneza!
Depois de muitas fotos e muita música, voltei passeando e me deparei com um “Museu Histórico Naval”. Entrei e descobri coisas lindas lá dentro, incluindo aqueles aparelhos antigos de medição de tempo e espaço como o astrolábio e a bússola usados pelos colonizadores ao saírem de suas terras em busca de novos horizontes...começo a perceber que desde sempre o ser humano tem essa necessidade de desbravar lugares desconhecidos, logo, não sou muito diferente dos homens que empreenderam as grandes navegações...é assim que tenho me sentido: descobrindo novas terras e abrindo novos horizontes pessoais.
Saindo do museu fui caminhando até a outra ponta de Veneza onde está a Igreja de Nossa Senhora della Salute, contudo, pelo caminho, fui encontrando outras igrejas e acabei fazendo praticamente um tour religioso. Primeiro passei pela Igreja de Santa Maria del Giglio e depois pela Igreja de San Maurizio onde estava havendo uma exposição do Museu da música, com diversos instrumentos musicais antigos. Lindo!
Passando pela laguna dourada finamente cheguei a Ponte della Academia e peguei um vaporetto para ir até a Igreja della Salute que é muito bonita, mas o que ela tem de melhor é a vista. Sentar em seus degraus e observar Veneza é uma sensação indescritível!
Saindo dali, ainda embevecida com aquela paisagem, acabei dando a volta na Igreja e me deparei com vistas ainda mais espetaculares! E não é que pelo caminho eu acabei descobrindo um dos locais onde as gôndolas são fabricadas!? Aliás, naquele momento eu estava em um ponto bem pouco turístico de Veneza e, de onde, a vista da laguna é esplendorosa! Como era bom estar ali naquela tarde de sábado, olhando o brilho cor de ouro daquelas águas e observando a cidade mais linda que o homem já foi capaz de criar!
Ao ir embora para o hotel, peguei um vaporetto pois estava cansada de tanto andar no sol e fui arrumar minhas malas para depois ir até a Piazza San Marco, à noite, me despedir de todo aquele sonho que eu havia vivido por 10 dias. Fiquei ali, que nem boba, olhando tudo...a Basílica, o Campanário, a Torre do Relógio, o Palácio dos Doges, o café Florian e o café Quadri, cada um com sua orquestra, aquele céu anoitecendo, as luzes da praça se acendendo, tudo ficando com aquela cor meio amarelada, igual fotografia antiga...era uma Veneza em sépia, ao vivo, ali, só pra mim! Pelo menos, era assim que eu a sentia.
Veneza, meu sonho de menina que tinha se tornado uma doce realidade. Veneza, a minha cidade tão perfeita na imaginação e que tinha sido ainda mais perfeita ao vivo. Veneza, uma expectativa de tantos anos que se tornou uma vivência única. Veneza: dez dias de felicidade nas suas ruas tão diferentes, nos seus museus tão ricos, nas suas igrejas tão belas! Veneza, uma cidade que foi exatamente tudo o que eu sonhei!
Ao voltar para o hotel, naquela noite, tive a certeza de que irei retornar a Veneza. Ali, a beira do Grande Canal, parafraseando a Fontana de Trevi, joguei uma moeda e fiz a promessa: "Eu volto! Pode esperar, Veneza, que eu volto!"
No dia seguinte, acordei, fiz o check-out no hotel e peguei o vaporetto rumo à Ferrovia. Ao subir as escadas, dando uma última olhada para trás para ver o Grande Canal, dei para ele uma piscadela de cumplicidade, sorri e fui embora com a certeza de retornar em breve a esse universo paralelo de sonho e felicidade!
Arrivederci!
VIAGEM REALIZADA EM JULHO/AGOSTO DE 2010
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