Ciao, amigos!
Ontem foi meu último dia em Veneza e como eu já havia feito praticamente tudo que tinha planejado, resolvi sair para passear sem destino. Fui andando pela margem que beira o Grande Canal, desde a Piazza de San Marco até o Giardinni Publicci, um jardim muito simpático e com muito verde. Lugar ideal para se descansar da overdose de museus e igrejas que existem na cidade. Fiquei um bom tempo ali, ouvindo meu MP3, e curtindo aquela paisagem belíssima, afinal estou em Veneza!
Depois de muitas fotos e muita música, voltei passeando e me deparei com um “Museu Histórico Naval”. Entrei e descobri coisas lindas lá dentro, incluindo aqueles aparelhos antigos de medição de tempo e espaço como o astrolábio e a bússola usados pelos colonizadores ao saírem de suas terras em busca de novos horizontes...começo a perceber que desde sempre o ser humano tem essa necessidade de desbravar lugares desconhecidos, logo, não sou muito diferente dos homens que empreenderam as grandes navegações...é assim que tenho me sentido: descobrindo novas terras e abrindo novos horizontes pessoais.
Saindo do museu fui caminhando até a outra ponta de Veneza onde está a Igreja de Nossa Senhora della Salute, contudo, pelo caminho, fui encontrando outras igrejas e acabei fazendo praticamente um tour religioso. Primeiro passei pela Igreja de Santa Maria del Giglio e depois pela Igreja de San Maurizio onde estava havendo uma exposição do Museu da música, com diversos instrumentos musicais antigos. Lindo!
Passando pela laguna dourada finamente cheguei a Ponte della Academia e peguei um vaporetto para ir até a Igreja della Salute que é muito bonita, mas o que ela tem de melhor é a vista. Sentar em seus degraus e observar Veneza é uma sensação indescritível!
Saindo dali, ainda embevecida com aquela paisagem, acabei dando a volta na Igreja e me deparei com vistas ainda mais espetaculares! E não é que pelo caminho eu acabei descobrindo um dos locais onde as gôndolas são fabricadas!? Aliás, naquele momento eu estava em um ponto bem pouco turístico de Veneza e, de onde, a vista da laguna é esplendorosa! Como era bom estar ali naquela tarde de sábado, olhando o brilho cor de ouro daquelas águas e observando a cidade mais linda que o homem já foi capaz de criar!
Ao ir embora para o hotel, peguei um vaporetto pois estava cansada de tanto andar no sol e fui arrumar minhas malas para depois ir até a Piazza San Marco, à noite, me despedir de todo aquele sonho que eu havia vivido por 10 dias. Fiquei ali, que nem boba, olhando tudo...a Basílica, o Campanário, a Torre do Relógio, o Palácio dos Doges, o café Florian e o café Quadri, cada um com sua orquestra, aquele céu anoitecendo, as luzes da praça se acendendo, tudo ficando com aquela cor meio amarelada, igual fotografia antiga...era uma Veneza em sépia, ao vivo, ali, só pra mim! Pelo menos, era assim que eu a sentia.
Veneza, meu sonho de menina que tinha se tornado uma doce realidade. Veneza, a minha cidade tão perfeita na imaginação e que tinha sido ainda mais perfeita ao vivo. Veneza, uma expectativa de tantos anos que se tornou uma vivência única. Veneza: dez dias de felicidade nas suas ruas tão diferentes, nos seus museus tão ricos, nas suas igrejas tão belas! Veneza, uma cidade que foi exatamente tudo o que eu sonhei!
Ao voltar para o hotel, naquela noite, tive a certeza de que irei retornar a Veneza. Ali, a beira do Grande Canal, parafraseando a Fontana de Trevi, joguei uma moeda e fiz a promessa: "Eu volto! Pode esperar, Veneza, que eu volto!"
No dia seguinte, acordei, fiz o check-out no hotel e peguei o vaporetto rumo à Ferrovia. Ao subir as escadas, dando uma última olhada para trás para ver o Grande Canal, dei para ele uma piscadela de cumplicidade, sorri e fui embora com a certeza de retornar em breve a esse universo paralelo de sonho e felicidade!
Arrivederci!
VIAGEM REALIZADA EM JULHO/AGOSTO DE 2010
Imagine este blog como um laboratório de química: são muitas informações, sendo algumas conflitantes, algumas explosivas, algumas sem efeito, mas que no fim, acabam se transformando em um fantástico experimento! Viajar foi, sem dúvida, o melhor experimento da minha vida!
Sobre mim
Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.
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