Sobre mim

Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.

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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Ultimo dia em Milano, com Leonardo DaVinci

Ciao,amigos!

Cá estou eu numa Lan House tentando contar pra vocês como anda minha viagem, já que, decididamente, a internet do hotel não pega nem por decreto lei!
Hoje o dia foi bom! Comecei a simpatizar com Milão, embora ache os milaneses muito parecidos com os cariocas em alguns aspectos! Aqui parece que ninguém tem pressa pra nada, todos andam pelas ruas como se estivessem passeando (e eu não estou falando dos turistas!), mas até que a cidade parece bem interessante...
Fui até a Igreja de Santa Maria della Grazie, que é na verdade um convento, onde Leonardo DaVinci pintou o famoso afresco “A última Ceia”. Como eu já tinha comprado o ingresso com antecedência pela internet (ainda bem, pois estava com lotação esgotada para as próximas duas semanas!) foi só trocar na bilheteria e esperar. Já que havia chegado cedo, resolver conhecer a Igreja, que é uma graça e tem suas paredes pintadas com afrescos de vários pintores menos famosos que DaVinci.







Quando deu a hora marcada, eu e mais 22 pessoas entramos. Como eu havia dito em um post anterior, só é possível entrar até 25 pessoas de 15 em 15 minutos. A gente passa por duas salas de “despoluição” para podermos finalmente entrar na sala com a pintura de Leonardo, já que hoje em dia a pintura é protegida por um sofisticado sistema que filtra a poluição e controla a temperatura. É enorme! Uma parede inteira (claro que não se pode fotografar para não danificar a obra)! Fiquei ali observando aquela pintura tão famosa e tão deteriorada pelo tempo. Ela já foi restaurada inúmeras vezes e a última foi em 1999, depois de mais de 20 anos de árduo trabalho, a pintura que vemos hoje é o resultado dessa restauração.
Descobri que DaVinci chegou a Milão em 1482 e recebeu dos Duques Milaneses a encomenda de inúmeros trabalhos, incluindo a “Santa Ceia” no convento de Santa Maria della Grazie. Só que ali, não usou a técnica convencional do afresco (aplicar a tinta sobre o gesso úmido) porque isso faria com ele tivesse que concluir a obra com rapidez, já que, uma vez seco, não é possível modificar a pintura. Nessa obra, ele usou uma técnica nova na época chamada “a seco” que consistia em aplicar têmpera sobre o gesso seco, o que permitia que ele obtivesse um melhor aproveitamento da luz e da sombra e pudesse demorar o tempo que quisesse para terminar, pois essa técnica permitia modificações na obra. Tanto que ele demorou 4 anos para finalizá-la, de 1494 a 1498! No entanto, essa técnica tornou a pintura extremamente frágil e documentos da época dizem que após 5 anos ela já começou a se deteriorar.
Em 1943, durante a segunda Guerra, uma bomba caiu sobre a Igreja provocando a queda do muro da sala (milagrosamente a obra sobreviveu!) e até 1947 ela ficou exposta a céu aberto, enquanto terminavam a reforma das partes destruídas.
Passados 15 minutos, somos convidados a deixar o local, mas não sem antes reparar outra obra, na parede em frente, chamada “A crucificação” de Giovanni Donato (1495), contemporâneo de DaVinci e que usou a técnica normal do afresco para fazer sua imensa e linda obra. É impressionate ver a diferença de conservação delas, pois a de Donato mantêm as cores vivas, já a de DaVinci, apesar de todas as restaurações, está esmaecida.
Na saída há uma reprodução da “Santa Ceia”, em tamanho bem menor, que se pode fotografar e uma lojinha de souvenirs com tudo o que você puder imaginar sobre a vida e a obra de Leonardo DaVinci.



Foi um passeio breve e muito enriquecedor. Gostei muito! Saí de lá leve, leve! Tanto que resolvi voltar andando até o Duomo. No caminho passei por uma Igreja lindíssimma chamada San Maurizio. É uma igreja barroca com afrescos em todas as paredes! As fotos não dão a dimensão do que é! Fiquei encantada!




Dali fui até a Via Dante, uma rua de pedestres que liga o Duomo ao Castelo Sforzesco e que tem uma estátua equestre de Garibaldi que também andou por essas bandas de cá.
Comi algo perto do Duomo e depois fui até a estação de metrô Loreto, onde, na saída, há vários camelôs vendendo malas ótimas e baratas. Como a minha mala começa a ficar pequena, resolvi comprar outra um pouco maior. Consegui até um desconto de 10 euros! Acho que meu italiano está melhorando!




Aproveitei para, no fim do dia, ir até a Estação Milano Centrale e comprar todas as minhas passagens, já que há um balcão da “Trenitlalia”, a concessionária que administra todos os trens no país. Assim eu não preciso comprar em cada estação que chegar. Fica mais fácil.
Fechei minha estadia em Milão de forma muito prazerosa e amanhã parto rumo à Veneza, a cidade dos meus sonhos há 25 anos! Espero que ela me receba com os braços abertos pois eu estou indo de coração aberto para aproveitar o melhor que a cidade tiver para me oferecer!

Arrivederci!

VIAGEM REALIZADA EM JULHO DE 2010

terça-feira, 27 de julho de 2010

Passeio do Trem do chocolate, na Suiça

Ciao,amigos!

Estou na Itália! Mais precisamente em Milão. Cheguei ontem depois de 4 dias na Suiça, porém, antes de contar como andam as coisas na terra da pizza, vou narrar meu último dia na Suiça.
Domingo eu fiz o passeio que me trouxe até Genebra:o trem do chocolate! Há algum tempo eu tinha lido na revista “Viagem e Turismo” sobre esse trem e foi por causa dele que a Suíça entrou no meu roteiro desse ano.
Eu comprei, ainda no Brasil, a passagem pelo site http://www.goldenpass.ch que me custou 89 SF. Esse trem sai de Montreux, uma cidade que fica a uma hora de trem de Genebra. Peguei o trem bem cedo, com medo de chegar lá em Montreux e ainda ter de descobrir de onde partiria o trem, mas acabei chegando cedo demais, pois o trem do chocolate parte da mesma estação onde chega o trem vindo de Genebra. Resultado: Fiquei lá mais de uma hora esperando num frio danado (pois é, na Suíça faz frio mesmo no verão!Ainda bem que eu trouxe casaco!) em uma estação em que não há absolutamente NADA para fazer. Fiquei lá subindo e descendo as escadas rolantes, lendo todos os folhetos e cartazes e ouvindo meu MP3. Finalmente o trem chegou. Devia ser umas 9h. É um trem muito bonito, estilo Belle Époque, com cadeiras enormes e confortáveis.


Há dois guia que nos acompanham por toda a viagem. O trem saiu as 9h15 (atrasado! Na minha passagem estava escrito 09h12! Cadê a precisão suíça?? rsrs) e foi subindo uma serra, subindo, subindo...de repente lá estava eu de frente para os alpes suíços, para aquelas paisagens que a gente vê em filme de casinhas incrustadas na montanha com fumaça saindo pela chaminé e vaquinhas pastando ao longe...me lembrou um pouco a “Noviça Rebelde”(ok, era na Áustria, mas é parecido!). Depois de algumas curvas é possível ver o Lac Léman embaixo e o Mont Blanc ao fundo. Bem cara de cartão postal!


A primeira parte do percurso demora mais ou menos 1 hora e é servido um café da manhã com croissant recheado de chocolate, café ou chá a nossa escolha e um tabletezinho de chocolate suíço para aguçar o paladar. Lá fui eu apreciando a paisagem e tomando café em um trem como se estivesse no século passado! Pitoresco!
A primeira parada é na “Maison Gruyéres”, uma fábrica de queijo suíço em que somos recebidos com um audioguia explicativo em que é narrada toda a fabricação do queijo. O mais curioso é que no audioguia quem narra tudo é a vaca! Ela começa dizendo: “oi,eu sou a vaca, principal fabricante do melhor queijo suíço...” é engraçado!



No fim tem degustação de queijo, claro! E uma lojinha para quem quiser comprar mais. Dali um ônibus nos conduz a “Gruyére Village”, a pequena cidadezinha medieval onde morava o conde de Gruyéres (dizem que ele ganhou esse nome por causa de um pássaro da região chamado 'grue'). Nessa cidadezinha existe o castelo que pertenceu a essa família e a visitação fazia parte do ingresso do trem (para quem quisesse ir, não era obrigatório, muita gente ficou só olhando as lojinhas da cidade). O castelo é lindo! É uma mistura de 8 séculos de arquitetura, história e cultura. Ele é datado de 1270 e foi sofrendo várias modificações ao longo dos anos.



São 20 aposentos a serem visitadas no total, mas a que mais me impressionou foi a chamada “sala dos cavaleiros”! Os murais foram pintados no século XIX e tentam retratar aquela época medieval em que os cavaleiros lutavam por honra, justiça e dignidade.



O castelo por fora também é lindo e tem atrás um jardim em “estilo francês” ( Realmente lembra muito os jardins do palácio de Versailles), adorei o muro e a visão panorâmica que se tem lá de cima! Terminada a visita ao castelo, fui passear pelas ruelas de pedra, com casinhas cheias de flores nas janelas.


Fui até a Igreja, olhei alguma lojas, comi um crepe, comprei um ímã de geladeira como lembrança e já era hora de partir. O mesmo ônibus nos levou, então, para a cidade de Broc, onde fica nada mais, nada menos que a fábrica de chocolates da Cailler-Nestlé. Por fora parece uma fábrica comum, mas quando entrei a sensação que eu tive foi de estar na fábrica do Willy Wonka (só faltaram os Lumpa-Lumpas)! É que o passeio começa em um elevador cujas paredes são em alto relevo com motivos astecas e depois, a cada porta que se abre, entramos em uma nova sala com luzes, som, efeitos especias, cheiros e tudo mais que é possível para contar a história do chocolate, dede sua origem, até chegar a Suíça e se tornar a iguaria mais famosa de lá. É realmente um passeio encantador! No fim de tudo, chegamos a fábrica propriamente dita, vimos como o chocolate é feito, processado e embalado e por fim, abre-se à nossa frente uma sala com 22 tipos diferentes de chocolate para degustação! Uma delícia! E no fim de tudo, a loja, para quem quiser levar para casa aquele que mais gostou durante a degustação.


Saindo da fábrica, pegamos novamente o trem e retornamos a Montreux. De lá, eu ainda peguei outro trem e mais 1 hora de viagem até Genebra. Voltei direto para o albergue. Estava casada, mas com uma sensação boa de ter valido a pena! O passeio foi muito bonito e foi, sem dúvida, o melhor da minha estadia na Suíça. Foi exatamente como eu esperava!


Tentei dormir cedo pois meu trem saía hoje as 07h42 e seriam 4 horas até Milão. As duas primeiras foram boas pois as poltronas ao meu lado e à minha frente estavam vazias e pude ficar mais confortável, mas em dado momento, o trem foi enchendo e todas foram ocupadas. Dormi uma parte da viagem, mas é meio complicado dormir em trem, ainda mais viajando de segunda classe em que a poltrona nem reclina. Ouvi música, olhei a paisagem e pensei muito! Pensei em tudo o que eu estou vivendo, tudo o que estou descobrindo, tudo o que abri mão para estar aqui, todo o estudo e planejamento que vai virando realidade, toda a cultura que é tão diferente fora do nosso país, o jeito das pessoas reagirem, a maneira como elas se tratam...enfim, tive bastante tempo para pensar!
Eis que, finalmente, depois de 4 longas horas, cheguei a estação Central de Milão. Desci e descobri que estava mesmo na Itália! Muita gente se esbarrando, um tumulto só, um povo falando alto, muito calor e uma sensação de que brasileiros e italianos não são lá muito diferentes...mas o idioma, esse sim é bem diferente! Eu entendo tudo o que eles falam, mas quem disse que consigo lembrar das palavras na hora de falar? Me fazer entender está sendo um desafio, principalmente porque vim parar em um hotel em que os donos são tailandeses ou coreanos ou chineses ou de qualquer lugar da Ásia. A questão é que eles falam muito mal o italiano e eu não falo inglês, logo a nossa comunicação tem sido basicamente por mímica! Deus me livre de um dia ir a um país que eu no entendo a língua! Aqui já está sendo complicado...
O hotel se chama “San Tomaso” e, tirando a localização que é boa, o resto é lamentável. É estranho, sujo, com um staff que não fala italiano! Tinha que ser eu mesma para achar um hotel na Itália com pessoas que não falam a língua!Mas serão só 3 dias, então, posso aguentar.
Como eu cheguei muito cansada aqui, fiz pouca coisa hoje. Apenas fui ao Duomo (lindo, lindo, lindo!!!! De impressionar!) e à Galleria Vittorio Emmanuelle II, que é onde ficam as famosas marcas italianas: Gucci, Dolce & Gabanna, Armani, etc, etc, etc...A galeria tem uma arquitetura bem bonita.



Depois peguei um daquele ônibus turísticos para ter uma ideia da cidade, mas, como estava cansada, não fiz aquele esquema de subir e descer. Só passeei mesmo. Amanhã vou pegá-lo novamente e saltar para ver uns pontos turísticos. Comi uma pizza (deliciosa!) e voltei para o hotel. Minha primeira impressão de Milão é que ela se parece muito com o Rio de Janeiro. É quente, mas sopra uma brisa, tem gente para todo lado, todos muito simpáticos e uma arquitetura que mistura o antigo com o moderno. Contudo, amanhã irei conhecê-la melhor.

Arrivederci!

VIAGEM REALIZADA EM JULHO DE 2010

sábado, 24 de julho de 2010

Última postagem de Genebra

Bonjour amigos,

Essa postagem vai sem foto mesmo porque meu tempo na internet já vai acabar.
Fui à Catedral de Saint Pierre assistir ao concerto de órgão. Lindo! O rapaz tocou obras de Bach...voei longe até uma certa praia no Rio de Janeiro com concertos de música clássica...ai, ai...
Depois saí para dar uma última voltinha pela cidade já que amanhã devo voltar super cansada do passeio do "trem do chocolate" e talvez nem queira passear.
Genebra não me impressionou. Eu esperava bem mais. É uma cidade muito grande e com pouca coisa para se fazer. Vale a pena apenas para passar dois dias, mais que isso é exagero, a não ser que você queira torná-la uma base para alguns outros passeios!
Os suíços não são tão bonitos como imaginei, aliás, são bem comuns (ou serei eu que estou vendo todos comuns porque meu coração está ocupado?) e há muita gente estranha por aqui. Hoje mesmo vi um cara de idade já, numa bicicleta, bêbado, todo tatuado, sem camisa, com um casaco de couro estilo motoqueiro, uma minissaia plissada colorida e um sapato alto. Visualizou? Pois é...pode rir!
Aqui também tem muitos africanos e árabes, esses estão por toda parte! Impressionante! Paris estava cheia deles e aqui não é diferente.
Percebi que esse bairro onde estou é de pessoas mais humildes e onde se concentram os mendigos e pedintes. Como não saio à noite (aqui só escurece às 22h) não tive problemas, mas escuto da minha janela as brigas, confusões e batidas de carro na madrugada.
Hoje quase fui abordada por um ser, no mínimo, suspeito. Eu estava parada no sinal esperando para atravessar e abri meu mapa. Quando olho, um sujeito estranho com cara de mendigo vem na minha direção fazendo menção de falar alguma coisa. Nem esperei. Fechei o mapa e saí andando! Só ouvi ele dizer em francês: "Espere, brasileira!" pois eu tava com a minha mochila do Brasil. Nem dei ideia! Mal sabe ele que estava lidando com uma carioca acostumada aos mendigos do Rio de Janeiro. Não tenho noção do que ele queria, mas não fiquei para saber...cuidados que se deve ter quando se viaja sozinha.
De um modo geral tem corrido tudo bem, tenho entendido as pessoas (na medida do que meu parco francês permite) e tenho me feito entender. Hoje no trem para Yvoire até conversei uns 10 minutos com uma moça de Marseille! No início foi meio complicado,mas depois deu pra falar...
Creio que vou levar uma bela bagagem cultural dessa viagem, embora eu sinta muita falta da minha família, dos meus amigos e do meu namorado! Espero que a Itália seja mais animada que Genebra. Meu próximo post será de lá, direto de Milão!

A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM JULHO DE 2010
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