Hola, amigos!
Buenos Aires é uma cidade cosmopolita, não há dúvida, contudo, um ar bucólico se instala em pequenos recantos de área verde preservados. São bosques, praças e parques onde se pode respirar um ar mais puro, esquecer um pouco da correria do dia-a-dia e relaxar ouvindo o barulho do vento nas árvores, o canto dos pássaros e vendo a beleza da flora. A maioria desses lugares se encontra em um bairro antes pantanoso que fora convertido em um bairro residencial cheio de jardins. Seu nome é Palermo.
É ali que está o Jardim Bothânico, criado por Carlos Thays, um francês radicado em Buenos Aires que se tornou um orgulho porteño. O jardim é enorme e possui várias estátuas em estilo grego...
...além da réplica da Loba Capitulina, aquela onde Rômulo e Remo (fundadores da cidade de Roma) mamaram quando meninos. A réplica foi um presente romano aos argentinos e tem lugar de destaque no jardim.
Ao lado desse jardim, escontra-se o Bosque de Palermo, também criação de Carlos Thays, inspirado no Bois de Boulogne de Paris. É dentro desse bosque que está um jardim das rosas, conhecido como El Rosedal...
...e o pátio andaluz...
...e o lago onde andamos de pedalinho. Aliás, vivemos uma aventura a bordo daquele pedalinho, pois ao tentarmos contornar a ilha que ficava no meio do lago, encalhamos em um barco afundado e não conseguimos mais sair.
Estávamos eu, Vinícius, Filipe e Sushi e naquele momento só nos restava rir da situação. Em dado momento ouvimos o número do nosso carro ser chamado pelo microfone. Era hora de voltarmos, contudo não conseguíamos sair dali e começamos a berrar:
- Por favor, Ayudanos! No podremos salir!
Foi muito engraçado ter que pedir socorro numa outra língua, ainda mais por um motivo tão bobo! Não sabíamos se ríamos, se lamentávamos, se colocávamos a culpa em alguém ou se apenas aproveitávamos mais alguns minutos ali naquele lugar tão bonito! Certamente foi uma aventura inesquecível e rendeu lindas fotos!
Ali bem perto há também o Jardín Japonés, muito bem cuidado e cheio de pontes, lagos e totens para se tirar fotos.
Outro lugar onde fui tentar encontrar um pouco de verde em meio à cidade foi na Reserva Ecológica Costañera Sur, que fica em Puerto Madero. Ali está a escultura conhecida como "Fuente de las Nereidas" ou "Fuente Lora Mora", o nome de sua escultora, que foi a primeira mulher a se tornar escultora na Argentina. Essa fonte causou furor na época pela nudez ali retratada. É lindíssima!
Ir a Buenos Aires é conhecer além do seu aspecto urbano também o seu aspecto silvestre. Quem vai deve ir a pelo menos um desses parques e explorar o lado mais bucólico de uma cidade que não dorme.
Hasta Luego!
VIAGEM REALIZADA EM JANEIRO DE 2009
Imagine este blog como um laboratório de química: são muitas informações, sendo algumas conflitantes, algumas explosivas, algumas sem efeito, mas que no fim, acabam se transformando em um fantástico experimento! Viajar foi, sem dúvida, o melhor experimento da minha vida!
Sobre mim
Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.
sábado, 31 de janeiro de 2009
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Show de Tango no Café Tortoni
Hola, amigos!
Este post é muito especial, pois desde que começei a pensar em ir a Buenos Aires e começei a estudar sobre a cidade me encantei com o Café Tortoni. É o café mais antigo da cidade, fundado em 1858, e por onde já passaram figura ilustres como Einstein, Julio Cortazar, Jorge Luis Borges, Carlos Gardel e até mesmo Sartre já tomou seu cafezinho lá.
Quem conhece o Rio de Janeiro, compara o Tortoni à Confeitaria Colombo, contudo, o Tortoni é , na minha opinião, mais bonito e com mais cara de antigo que a Colombo, mas não posso negar que ambos guardam alguma semelhança.
Quando estive em Buenos Aires fui ao Café Tortoni por duas vezes: a primeira apenas para tomar um submarino (leite quente com uma barra de chocolate derretido) e sentir o clima do lugar. Era maravilhoso estar ali, onde pessoas que eu tanto admiro também já estiveram. Dava pra sentir a aura de filosofia e literatura presentes no ar!
Eu e Filipe, um amigo que conheci no hostel, fomos naquela noite à Avenida de Mayo, 825 e ao entrarmos naquele café, parecia que estávamos entrando em outro tempo! Tudo ali lembrava o século passado e tive uma sensação estranha de também estar fazendo parte da história daquele lugar. É um tanto difícil explicar com palavras a sensação que tive ao entrar no Tortoni pela primeira vez. Eu estava ali, saboreando um submarino, vendo as pessoas à minha volta conversando em castellano, ouvindo o zum-zum dos garçons, o estalido das louças, e por um momento me transportei ao século XIX e imaginei como eram as reuniões literárias que aconteciam ali. Dava pra sentir o cheiro do café e do cigarro daqueles homens que fizeram a história não apenas da Argentina, mas do mundo!
A segunda vez que fui ao Tortoni foi para assistir a um show de tango. A dança tradicional porteña era ali representada desde a sua origem até os dias atuais. Descobri que o Tango começou como uma luta entre dois homens com faca em punho! Depois é que ele virou uma dança, inicialmente praticada em bordéis e prostíbulos ao som do violino, flauta e violão. No início do século XX o bandoneón substituiu a flauta. No tango há um jogo de sedução onde a mulher seduz o homem. Os passos são sensuais e provocantes. Com o passar do tempo os bordéis começaram a contratar pequenos grupos para mostrar a dança ao público e dizem que foi assim que surgiu o tango como conhecemos hoje.
O show de tango do café Tortoni é um dos mais tradicionais e baratos de Buenos Aires (70 pesos, só o show, sem consumação) e apesar de ser, é claro, voltado para os turistas não tem aquelas interferências quase cinematográficas que outros shows têm, como colocar cavalos em pleno palco. É um show dançado em um palco pequeno com um cantor que interpreta músicas de Gardel e bailarinos que parecem flutuar! Eu fiquei encantada!
A música era forte, o show de luzes e som era perfeito, cadenciado e marcante, como as batidas do coração. A orquestra tocava lindamente e em alguns momentos tive até vontade de chorar de tão emocionada que eu estava.
Quem vai a Buenos Aires pela primeira vez deve ir ao Café Tortoni e mesmo que não queira assistir ali o show de tango, deve ir apenas para sentir a clima de história antiga que a casa exala.
Só um aviso para quem for em janeiro: os churros, tradicionais do lugar, não são servidos nesse mês. Fiquei um pouco desapontada, mas isso, de jeito nenhum, tirou a magia do Café Tortoni!
Hasta Luego!
VIAGEM REALIZADA EM JANEIRO DE 2009
Este post é muito especial, pois desde que começei a pensar em ir a Buenos Aires e começei a estudar sobre a cidade me encantei com o Café Tortoni. É o café mais antigo da cidade, fundado em 1858, e por onde já passaram figura ilustres como Einstein, Julio Cortazar, Jorge Luis Borges, Carlos Gardel e até mesmo Sartre já tomou seu cafezinho lá.
Quem conhece o Rio de Janeiro, compara o Tortoni à Confeitaria Colombo, contudo, o Tortoni é , na minha opinião, mais bonito e com mais cara de antigo que a Colombo, mas não posso negar que ambos guardam alguma semelhança.
Quando estive em Buenos Aires fui ao Café Tortoni por duas vezes: a primeira apenas para tomar um submarino (leite quente com uma barra de chocolate derretido) e sentir o clima do lugar. Era maravilhoso estar ali, onde pessoas que eu tanto admiro também já estiveram. Dava pra sentir a aura de filosofia e literatura presentes no ar!
Eu e Filipe, um amigo que conheci no hostel, fomos naquela noite à Avenida de Mayo, 825 e ao entrarmos naquele café, parecia que estávamos entrando em outro tempo! Tudo ali lembrava o século passado e tive uma sensação estranha de também estar fazendo parte da história daquele lugar. É um tanto difícil explicar com palavras a sensação que tive ao entrar no Tortoni pela primeira vez. Eu estava ali, saboreando um submarino, vendo as pessoas à minha volta conversando em castellano, ouvindo o zum-zum dos garçons, o estalido das louças, e por um momento me transportei ao século XIX e imaginei como eram as reuniões literárias que aconteciam ali. Dava pra sentir o cheiro do café e do cigarro daqueles homens que fizeram a história não apenas da Argentina, mas do mundo!
A segunda vez que fui ao Tortoni foi para assistir a um show de tango. A dança tradicional porteña era ali representada desde a sua origem até os dias atuais. Descobri que o Tango começou como uma luta entre dois homens com faca em punho! Depois é que ele virou uma dança, inicialmente praticada em bordéis e prostíbulos ao som do violino, flauta e violão. No início do século XX o bandoneón substituiu a flauta. No tango há um jogo de sedução onde a mulher seduz o homem. Os passos são sensuais e provocantes. Com o passar do tempo os bordéis começaram a contratar pequenos grupos para mostrar a dança ao público e dizem que foi assim que surgiu o tango como conhecemos hoje.
O show de tango do café Tortoni é um dos mais tradicionais e baratos de Buenos Aires (70 pesos, só o show, sem consumação) e apesar de ser, é claro, voltado para os turistas não tem aquelas interferências quase cinematográficas que outros shows têm, como colocar cavalos em pleno palco. É um show dançado em um palco pequeno com um cantor que interpreta músicas de Gardel e bailarinos que parecem flutuar! Eu fiquei encantada!
A música era forte, o show de luzes e som era perfeito, cadenciado e marcante, como as batidas do coração. A orquestra tocava lindamente e em alguns momentos tive até vontade de chorar de tão emocionada que eu estava.
Quem vai a Buenos Aires pela primeira vez deve ir ao Café Tortoni e mesmo que não queira assistir ali o show de tango, deve ir apenas para sentir a clima de história antiga que a casa exala.
Só um aviso para quem for em janeiro: os churros, tradicionais do lugar, não são servidos nesse mês. Fiquei um pouco desapontada, mas isso, de jeito nenhum, tirou a magia do Café Tortoni!
Hasta Luego!
VIAGEM REALIZADA EM JANEIRO DE 2009
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