Sobre mim

Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.

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sábado, 9 de abril de 2011

Saudade




Olá, amigos!!

Ando com saudade de Paris, com saudade de Veneza, com saudade de viajar...mas acho que estou com saudade da liberdade que uma viagem sozinha me proporciona. Viajar sozinha tem inúmeras vantagens: você faz tudo no seu ritmo, sem se preocupar com ninguém. Acorda a hora que quer, planeja e replaneja o dia à medida que as vontades de ir ali ou acolá vão surgindo, come o que quer, na hora que quer e SE quiser!
Ouve a música que quer no MP3, fica no computador o tempo que achar que deve, passa nos lugares que quer e olha os museus do jeito que acha melhor, sem ter de se deter em uma obra que não interessou ou ficando mais de meia hora em frente a um quadro que ama.
Viajar sozinho só tem duas desvantagens a meu ver: não há ninguém para registrar que você esteve ali nas suas fotos e, a não ser que você seja cara de pau e peça a desconhecidos para tirarem fotos suas (que nem sempre ficam boas!), você não terá muitas fotos com a sua presença diante dos monumentos e paisagens mais interessantes que visitou.
A outra desvantagem é a conversa. Pode ficar chato passar muito tempo sem ter com quem compartilhar o que está vivendo, contudo, eu resolvi esse problema blogando e tendo o retorno dos meus amigos e leitores em tempo real, além disso, sempre que eu ouvia algum brasileiro conversando, me metia e começava a conversar também. Aliás, brasileiro tem essa característica quando viaja sozinho: não pode ouvir português que já quer logo virar amigo de infância da pessoa. Eu era meio cara de pau mesmo, mas nunca excedia os 15 minutos de conversa. Algumas vezes levei foras, mas na maioria, todos estavam querendo compartilhar suas vivências também.
Tirando isso, só vi vantagens em viajar sozinha e estou com saudade disso. Não é que eu não goste de viajar acompanhada (que isso fique bem claro!), mas acho que, vez por outra, preciso dessa liberdade de sair pelo mundo (nem precisa ser para longe, pode ser até  para São Paulo) e ver tudo no meu ritmo, do meu jeito, comigo mesma.
Nem sei explicar por que inventei de fazer esse post hoje, mas acho que, como  minha vida pessoal anda passando por turbulências, acabei lembrando de como foram prazerosas as viagens que fiz comigo.
De qualquer modo, sou uma defensora das viagens solo! Acho que, ao menos uma vez na vida, as pessoas deveriam ter o prazer e o direito de viver essa experiência!

Até!

terça-feira, 22 de março de 2011

A paciência "tsunâmica" dos japoneses

Olá, amigos!

Passado algum tempo do terrível terremoto/tsunami que atingiu o Japão, não venho aqui com nenhuma intenção de dar notícias sobre o assunto, até porque esse é um blog de viagens, contudo, apesar de o Japão nunca ter feito parte das minhas intenções de viagem, tenho que mencionar a admirável paciência que venho percebendo nos japoneses! É incrível como eles se importam com o outro!
Tenho um conhecido que mora lá (a cidade dele não foi atingida!) e ele já havia me falado sobre essa cultura oriental de tentar importunar o mínimo possível o outro. Ele havia dito que os japoneses usam máscaras no seu dia a dia justamente para não contaminar o outro com uma possível gripe; os japoneses, ao chegarem em casa, tiram seus sapatos para não importunar o vizinho do apartamento de baixo; ou ainda: no metrô todos ouvem suas músicas (COM FONES DE OUVIDO!!! Será que os cariocas já ouviram falar nisso??) e nem olham para os outros para não correr o risco de estarem sendo inoportunos e indelicados. Achei tudo isso muito estranho, mas agora, vendo a tragédia que se abateu sobre aquele país, percebo o quanto esse tipo de cultura é importante para manter a ordem.
Vi pessoas ficando horas (literalmente!) nas filas dos postos para abastecerem seus carros. Sem reclamar. Sem buzinar. Apenas esperando, pois todos estavam ali na mesma situação! E, como eles têm a consciência de que ninguém é melhor que ninguém, de que ninguém precisa mais que ninguém, simplesmente não há arruaça, não há confusão. TODOS esperam sua vez com calma.
Também vi senhores e senhoras ficarem horas em filas para receberem um bolinho de arroz, o que seria toda a sua refeição diária, pois é o que o governo está podendo dar a todos. Ninguém reclama ou protesta. Todos sabem que, quem está ali, naquela situação, está porque não tem o que fazer, por isso, protestar seria inútil.
Há uma cultura de paciência intrínsica aos orientais e é isso que evita o caos de saques, assaltos e imposição de toque de recolher, que é o que normalmente acontece nos países ocidentais que passam por tragédias semelhantes. Fiquei admirada em ver como um país pode reagir de forma tão positiva e pacífica a uma tragédia dessa proporção! Até tive vontade de estudar mais sobre essa cultura que, confesso, nunca me interessou muito. Porém, agora, vendo o comportamento exemplar desse povo passei a admirá-los e até a ter vontade de conhecer tudo mais de perto um dia.
Fico vendo o brasileiro que nem precisa de tragédia para mostrar seu imenso egoísmo! Sua política de "farinha pouca, o meu pirão primeiro!". É tão triste perceber o pouco que as pessoas se importam umas com as outras. Vejo gente nos ônibus, literalmente, roubando o lugar dos idosos, grávidas e deficientes. E nem se importam! Acham que têm razão!  São as mesmas pessoas que ouvem música em seus celulares SEM fone de ouvindo, obrigando todo o ônibus a compartilhar de seu mau gosto musical. Certamente são as mesmas pessoas que furam fila no banco, que não devolvem um troco que recebem a mais ou que sonegam impostos inventando dependentes inexistentes para poderem pagar menos.
Todas essas atitudes revelam a falha de caráter latente no brasileiro (provavelmente na maioria dos ocidentais, mas só posso falar pelo meu país) que aprendeu que o certo é levar vantagem em tudo, mesmo que, para isso, tenha que prejudicar outras pessoas. E isso vai desde o limpador de rua até o presidente da república. São poucos os que escapam! Honestidade virou artigo de luxo nesse país! Pior: quem é honesto passou a ser visto como idiota, como alguém que não merece ser levado a sério.
Às vezes eu fico imaginando o que aconteceria se uma tragédia como a do Japão acontecesse por aqui! Como a população se comportaria? Eu sei que existem muitos brasileiros dispostos a ajudar os outros, haja vista as campanhas feitas na época da tragédia da região serrana, mas mesmo nesse episódio, que foi a maior catástrofe natural do país, houve desvio de doações e, provavelmente, de verbas para as mesmas.
Infelizmente fomos forjados no ferro do "jeitinho brasileiro" onde todo desvio de caráter é justificável para trazer vantagens a quem o desviou.
Quem dera o Brasil pudesse aprender um pouco com os japoneses que sabem respeitar seu próximo e que pensam que o outro é um igual e não um inimigo.

Até a próxima!
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