Sobre mim

Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.

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quinta-feira, 30 de abril de 2009

A viagem dos porcos voadores

Saudações!!

A chamada gripe suína começa a dar indícios de que, provavelmente, será pior que a gripe aviária. Ela está por aí, contaminando as pessoas. No México, onde ela começou, o pânico já está instalado! Escolas cancelaram as aulas por tempo indeterminado, as pessoas evitam sair de casa, ir a locais com muita concentração de gente como cinemas e metrôs e quando têm de sair, usam máscaras cirúrgicas para tentar se proteger. 8 pessoas já morreram. Quase 100 estão contaminadas.
Aqui a gripe ainda não chegou de fato. Há apenas suspeitas, mas em países como EUA, Canadá e Espanha, alguns casos já foram confirmados e as pessoas estão sendo tratadas pelas autoridades sanitárias.
Ando preocupada com essa celeuma toda. Minha viagem está marcada e um dos locais por onde vou passar é a Espanha, que é um dos países da Europa com maior número de casos da doença! Contudo, a minha maior preocupação é que a coisa se alastre a um ponto em que não possamos mais ir e vir normalmente. Os aeroportos já estão cancelando voos de e para o México.

É claro que tudo pode ser apenas uma faísca e o incêndio propriamente dito nem vir a acontecer, mas na dúvida, é bom criar um plano B para a viagem. Como diz um amigo meu: "Não se deve sofrer por antecipação". Estou me esforçando pra seguir esse conselho, mas devo confessar que não está fácil...
Espero que tudo acabe bem como das outras vezes...e depois da doença da vaca louca, da gripe aviária e da gripe suína, o peixe que se cuide, porque ele é a bola da vez!!

A bientôt!!!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Meu caso de amor com São Paulo...

Saudações!

Viajei a São Paulo no último fim de semana...é engraçado como, de uns tempos pra cá, começei um caso de amor com essa cidade que me era tão inóspita na época em que morei lá...É claro que o fato de eu ter feito muitos amigos por lá faz toda a diferença. Antes eu estava em Sampa por obrigação, agora vou pra lá a lazer! E confesso que A-D-O-R-O!!!!!
Nesse feriado de Tiradentes eu fui até a terra da garoa rever meus queridos amigos: os novos, que conheci em Buenos Aires e os antigos, já conhecidos de anos...foi maravilhoso! E o melhor é que estou começando a me soltar mais, a andar mais sozinha, a me localizar por ali (pelo menos na região da avenida Paulista...)
Cheguei sábado na rodoviária lá pelas 14h30. O lugar estava lotado! Encontrei a saída para o metrô e cheguei até o hotel Formule 1, onde eu já havia feito uma reserva. Esse hotel é perfeito, pois é barato, fica em uma região movimentadíssima a qualquer hora do dia ou da noite e é bastante confortável. A relação custo-benefício vale muito a pena. (Formule 1- rua da consolação 2303, telefone (11) 3123-7755).

Depois de tomar um belo banho ( o chuveiro do hotel é uma delícia!), fui encontrar os amigos na "Livraria Cultura" (avenida Paulista, 2073), um lugar simplesmente INCRÍVEL!!!Tem todos os livros que se puder imaginar, de todos os temas, em todas as línguas...dava pra morar ali!!
Marquei lá com alguns amigos que fiz em Buenos Aires (talvez na tentativa de relembrarmos o Ateneo...), mas nem todos puderam ir...Conversamos, rimos, saímos pra comer, passeamos um pouco, mas por volta de meia noite e meia eu já estava na cama.


Dia seguinte foi o dia dedicado a um grande e querido amigo. Ele foi me buscar e almoçamos em um local delicioso chamado "América", ali mesmo na avenida Paulista. Comida deliciosa! O menu foi um bife de fraldinha acompanhado de uma salada de agrião com molho de alcaparras, tomate-cereja e cogumelos. Mas o melhor foi a sobremesa: petit gâteau de nutella acompanhado com uma bola de sorvete de morango da Häagen-Dazs...um pecado de tão bom!!! É impressionante como esse meu amigo sempre escolhe locais maravilhosos para a gente almoçar! Da outra vez que estive em Sampa foi a mesma coisa! Perfeito!
De lá, passeamos um pouco, conversamos muito, tomamos um café na FNAC e depois fomos assistir a uma peça de teatro de bonecos baseada em contos do Guimarães Rosa com uma companhia chamada "Pia Fraus", que significa: uma mentira contada com boas intenções. A peça foi ótima! Eram 4 contos, cada um com um diretor diferente. Gostei muito!
Dessa vez ele tinha que ir embora mais cedo por causa da monografia da pós, então nos despedimos ali, em frente ao Masp. Uma pena, pois sempre temos assunto até não poder mais! É muito bom conversar com ele!
Outro amigo (que conheci em Buenos Aires) foi me buscar para irmos ao Vermont, numa tarde de samba, mas quando chegamos lá estava muito cheio e decidimos mudar os planos. Primeiro demos uma passada no apto dele que é uma graça! Com um astral maravilhoso! Depois acabamos indo à Bela Paulista, uma padaria na Haddock Lobo 354, que fica aberta 24h. Claro que, a essas alturas, eu não aguentava comer mais nada, mas não me contive e comprei uma tortinha de morango pra comer no dia seguinte como café da manhã. Uma delícia!
Segunda foi o dia de eu encontrar o povo da montanha. O Hugo me fez uma surpresa, indo me ver lá no hotel. Esperamos o Leo e fomos pra casa da Cintia, que estava com o pé quebrado e por isso pediu que o encontro fosse na casa dela. A Gabi também encontrou a gente lá e o papo transcorreu leve e gostoso, como há muito não acontecia em um encontro da montanha. Falamos de viagens, dos planos futuros para nossas vidas, rimos, falamos bobagens e tiramos muitas fotos. Foi um dia bem agradável.
Depois eu, Leo e Hugo fomos até um café Havanna, na Bela Cintra 1829, para encontrarmos o Caio, pois como ele estava trabalhando, não pôde ir á casa da Cíntia. O café é muito bonito, bem parecido com os de Buenos Aires. Os alfajores são os mesmos, salvo um que eu comi lá,de marmelo, que não tinha em Sampa. Mais conversa, mais fotos!

Depois, de volta ao hotel. Dia seguinte, cedinho, rumo à rodoviária! Fui encontrar o Rô no metrô e ele me acompanhou até lá. Foi gostoso. Sinto muita saudade dele e como ele não pôde estar muito presente nos outros dias, pelo menos, encontramos uma maneira de passar mais um tempinho juntos.
A volta foi chuvosa. O tempo tinha virado naquela terça. Mas, pelo menos, Sâo Pedro me brindou com dias bonitos no tempo em que estive em Sampa. A viagem foi maravilhosa, voltei feliz e me sentindo cada vez mais com rodinhas nos pés...
Próximo destino: Europa daqui a 3 meses...não vejo a hora do tempo passar logo!

Atualizando: O Café Havanna da Bela Cintra não existe mais, ele foi transferido para o shopping Paulista

A bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM ABRIL DE 2009

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Brinquedo novo

Saudações!

É uma brincadeira engraçada essa de viajar...no início dá medo, depois vem a ansiedade e por fim, o vício. E aí, de repente, a gente começa a viajar também em tudo o que faz: no trabalho, no lazer, no cinema, em uma conversa com amigos...tudo vira motivo para aprender e para viajar em uma viagem interna e que nos faz aprender a cada momento com o outro e com o mundo.
Hoje fui à minha aula de dança. Atividade, aliás, que começei a fazer depois da minha viagem a Buenos Aires, pois somente lá, depois de anos tentando, encontrei o prazer de dançar...Ok. Estava eu lá na minha aula quando começei a viajar na música e consegui me sair bem nos passos! Não sei se foi a condução do cavalheiro com quem dançei, mas o fato é que hoje eu estava leve e consegui até conversar durante a dança, coisa que nunca faço, dada a minha preocupação em acertar os passos e não pisar no pé da pobre vítima que está tentando me conduzir.
E mais que viajar na música, viajei também nas histórias que os cavalheiros me contaram, durante a dança, sobre suas vidas. Eu nunca havia dançado com nenhum dos dois e, hoje, pela primeira vez, consegui me sentir bem o suficiente para relaxar e ouvir sobre a vida daquele que me levava pela pista.
Ficamos ali um tempo conversando e treinando os passos básicos do bolero. Foi nesse momento que me dei conta de como sou uma pessoa feliz. Sei lá, hoje fui tomada por uma felicidade estranha que me invadiu sem pedir licença e se fez presente durante toda a minha noite.
Não foi nada do que eles disseram que me fez sentir assim, mas certamente foi a postura deles me deixando mais confiante e me permitindo perceber que, apesar de eu ter nascido com "duas pernas esquerdas" , eu serei capaz de aprender a dançar um dia.
Ali, naquele salão, naquela noite chuvosa, pude perceber como a gente esbarra em pessoas que têm tanto para contar, que têm tanto para ouvir e como, sem querer, somos unidos a essas pessoas por um gosto em comum que se transforma na nossa maneira de viajar ali toda noite, por uma ou duas horas!
Viagens externas são maravilhosas, mas aprender a viajar internamente é uma arte trabalhosa que exige um certo grau de confiança e uma generosidade em partilhar experiências, em não apenas falar, mas também ouvir. Creio que estou engatinhando nessa arte, mas tenho absoluta certeza de que as viagens externas foram fundamentais para fortalecerem o meu espírito para que eu começasse a percorrer o caminho de/para dentro de mim mesma.

Hasta Luego!

sábado, 21 de março de 2009

Vai pra onde?

Saudações!

É tão estranho como o abstrato vai se concretizando diante dos nossos olhos e nem nos damos conta de tal transformação...
Antes eu planejava minha vida em função dos meses do ano, por exemplo: janeiro é mês de férias; fevereiro é carnaval; em março é meu aniversário; julho é aniversário da minha mãe e assim por diante...ou seja, minha linha do horizonte se expandia de acordo com os acontecimentos fixos que existiam no meu calendário. Agora, de uns dois meses pra cá, começei a planejar minha vida em função das minhas viagens e só agora me dei conta disso! Por exemplo: janeiro é mês de estudar em Buenos Aires; em abril, vou a São Paulo; em julho, Europa e assim por diante... cada vez que começo a fazer um plano para um futuro levemente distante, eu acabo pensando :" Ah, quando eu voltar de tal lugar, penso nisso".
Quando eu lia alguns blogueiros viajantes, que também faziam seu calendário de acordo com suas viagens, achava um exagero. Achava impossível alguém viver pensando em viajar. Como podia mal a pessoa chegar de uma viagem e já estar pensando em outra?? Isso era algo impensável pra mim, afinal, uma viagem era pra ser curtida muito tempo depois que ela acabasse, como se fosse um remédio cujo efeito pudesse durar aguns meses...até que fui contaminada por esse espírito viajandão e hoje em dia impensável, para mim, é examente a possibilidade de não viajar. Na verdade, agora vejo não como um remédio, mas como uma droga que vicia e que se quer cada vez mais. Contudo não é uma droga maléfica, pelo contrário! Ela traz em si um benefício que dificilmente será encontrado em outro lugar: a sensação de liberdade, a sensação de que o mundo é, ao mesmo tempo, menor e maior do que se pode imaginar!
Acredito que viajar dá essa sensação exata de quem nós somos naquele momento e, principalmente, faz com que a gente perceba a metamorfose em tempo real. Quando olhamos no espelho novamente nos damos conta de quem nos tornamos e de como foi esse processo! Talvez por isso ela seja tão viciante...
O que sei é que agora minha vida se divide em viagens. Sejam aquelas já feitas; sejam as planejadas e quase concretizadas ou sejam aquelas que ainda estão na categoria de sonho/desejo/objetivo. E minha mais frequente pergunta tem sido: pra onde?

Hasta Luego

sexta-feira, 6 de março de 2009

Síndrome de viajante

Saudações!

Agora que já tem quase dois meses que voltei de Buenos Aires é que a vida está tomando sua rotina habitual...na verdade, nem tão habitual assim, visto que certos hábitos se modificaram ao longo desse caminho. Eu me modifiquei! Tenho gostos diferentes, valores diferentes, perspectivas diferentes agora!
Porém uma coisa que eu li em alguns blogs de viagem que acompanho é certa: depois que a gente sai do ninho pela primeira vez, parece que um vício toma conta da gente e não é mais possível viver sem viajar.
Viajar torna-se uma necessidade! E por mais que, aos olhos dos outros, isso pareça supérfluo ou secundário, na vida de uma viajante é como água no deserto. Não consigo mais conceber minha vida daqui pra frente sem planos de viagens. Ora mais curtas, ora mais longas, ora para perto, ora para longe. Contudo, elas estão ali, presentes no meu dia a dia, presentes nas minhas prioridades.
Não consigo mais entrar em uma livraria sem dar uma passadinha na seção de viagens para ver as novidades; não consigo mais passar por uma loja de malas sem imaginar qual seria aquela mais prática para minha próxima viagem; não consigo mais passar por uma agência de viagens sem olhar, mesmo que de relance, para os preços das promoções afixados no vidro; não consigo mais passar por uma casa de câmbio sem ter a curiosidade de saber a cotação das moedas estrangeiras. Hábitos adquiridos ao longo do último ano e que, ao que parecem, não irão embora depois da próxima viagem...
Certo estava Fernando Pessoa ao afirmar: "Navegar é preciso!"
Navegar por mares nunca dantes navegados(para continuar citando os portugueses) ou por mares já conhecidos, navegar em grandes navios ou em canoas, navegar com um computador de bordo ou sendo guiado pelas estrelas...tanto faz. O que importa é a sensação aventureira de se lançar ao mar, como Sinbad. O que importa é o caminho e não apenas o destino. Até porque a viagem não se dá apenas externamente, há também a viagem que acontece dentro de nós! E essa ocorre sem bússula, sem pontos cardeais, pois aquele é um território desconhecido que vamos desbravando aos poucos.
Nunca mais somos os mesmos depois de uma viagem, isso vale para o bem ou para o mal, pois como dizia o filósofo Heráclito:
"Não é possível tomar banho duas vezes no mesmo rio"

Hasta Luego
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