Ciao, amigos!
Nossa, hoje o dia rendeu!! Fiz tanta coisa! Pra começar, hoje era o dia de trocar de hotel. É que Veneza é uma cidade com hospedagem muito cara, então eu fiquei metade da minha estadia naquele primeiro hotel, do qual falei em um post anterior e ficarei a outra metade do tempo nesse outro que é bem mais barato. Esse também é um hotel 3 estrelas,chama-se "Gorizia, a la Valigia" e fica na mesma rua do outro, mais especificamente,em frente ao anterior. Contudo, por ser 40% mais barato, tem muito menos glamour que o outro. O quarto é bom e limpo, porém, não tenho mais vista para o canal e aqueles mimos que o outro me dava ficaram pra trás...mas esse tem elevador e foi bem mais fácil subir com a mala! De qualquer modo, o que importa é a localização que não poderia ser melhor! Adoro estar ao lado da Piazza San Marco e ser acordada pelos sinos do campanário!
Depois de feito o check-in, fui passear e fazer um dos meus passeios muito esperados: O Palácio Ducal! Os Doges governaram Veneza por mil anos, eles eram nobres membros do clero que eram eleitos na cidade e conduziam um tribunal com um sistema de conselhos feito para impedir qualquer outro de tomar o poder.
O Palácio é gigantesco e toma uma manhã inteira de passeio. As salas são ricamente decoradas com pinturas de vários pintores venezianos, incluindo Tintoreto. Era impressionante a opulência de Veneza nos seus séculos de glória! Tudo era feito com muito ouro para mostrar o quanto a cidade era rica e o quanto os nobres daqui podiam viver de forma abastada e exibir ao mundo todas as suas conquistas.
Dentro do Palácio está a “Ponte dos Suspiros”, que, apesar do nome, não tem nada de romântica. Era dali que os prisioneiros condenados à morte tinham a última visão da cidade antes de serem conduzidos ao cadafalso. Apesar de essa parte do Palácio estar em reforma, ainda é possível fazer o mesmo percurso dos condenados. Fiquei ali um tempo observando Veneza por entre as treliças de pedra e tentando imaginar como se sentiam os prisioneiros que passaram por ali. Também é possível ao visitante passar pelas celas onde ficavam os prisioneiros. Foi dali que Casanova conseguiu escapar,em 1756, enquanto cumpria uma sentença de 5 anos por blasfêmia, magia e espionagem.
Deixando o Palácio dos Doges, rumei ao bairro de Dorsoduro que é um local onde se pode ver uma Veneza muito diferente dos cartões postais. Primeiro porque se passa por uma zona mais industrial, da qual pouco se ouve falar, depois porque é um lugar bem menos turístico que San Marco e, por isso, pelo canal, não se veem gôndolas passeando, apenas barcos de moradores ou táxis. Ali há uma Igreja muito bonita chamada “San Sebastiano”. Ali é a Igreja de Paolo Veronese, famoso pintor que está enterrado lá e cujas pinturas estão por toda a Igreja. Quem gosta dele deve vir ver, é lindo! O único problema é que a Igreja estava em obra e ficou complicado de captar a verdadeira beleza de suas obras.
Ali mesmo, em Dorsoduro, fui visitar a “Scuola Grande dei Carmini”, que é a sede veneziana da Ordem Carmelita, ricamente decorada com pinturas de Tiepolo, que fez pinturas bem sensuais apesar de o tema ser religioso. É muito bonita!
De lá, peguei o vaporetto e fui ao “Palazzo Mocenigo”, no bairro de San Polo. Ali era a casa de uma das mais antigas e abastadas famílias venezianas. As salas dão uma ideia de como vivia a nobreza naquela época, também há exposição de trajes usados pelos membros da família. É um palácio pequeno, com apenas 9 salas, mas gostei de visitá-lo.
Na volta, peguei um vaporetto que me trouxe a San Marco vindo por um outro caminho que eu ainda não tinha feito. É impressionante como, vista desse ângulo, Veneza parece mesmo saída das águas. É como aquelas miragens no deserto em que, de repente, tudo o que se vê é uma cidade surgindo da água. Assim aparece Veneza, como uma Vênus surgindo da laguna e me deixando cada vez mais deslumbrada com sua beleza! Não sei se pode existir no mundo um lugar mais lindo...Veneza é única e tem em sua peculiaridade todo o seu encanto.
Arrivederci!
VIAGEM REALIZADA EM JULHO/AGOSTO DE 2010
Imagine este blog como um laboratório de química: são muitas informações, sendo algumas conflitantes, algumas explosivas, algumas sem efeito, mas que no fim, acabam se transformando em um fantástico experimento! Viajar foi, sem dúvida, o melhor experimento da minha vida!
Sobre mim
Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Uma ilha de vidro e um Museu dourado
Ciao, amigos!
Hoje fui Murano! É uma ilha a uns 40 minutos de Veneza onde está a famosa indústria de vidro. Na verdade, os vidros eram fabricados aqui em Veneza até o século XIII, mas por causa do risco de incêndio, acabaram transferindo as fábricas para Murano. A cidade tem só 5 mil habitantes e tem cara de cidadezinha do interior, contudo, me pareceu um tanto abandonada... é bonitinha, mas nada especial. Tem um farol, uma igreja e um museu do Vidro, onde estão expostas diversas peças feitas com esse material e onde é possível entender como o vidro é transformado de material ordinário em obras de arte cujo valor pode chegar a quantias exorbitantes! Cá entre nós, achei as pinturas dos tetos mais bonitas que as peças em si. Claro que não era possível fotografar, como tudo aqui em Veneza. Aliás, acho que essa é a única coisa que achei de ruim na cidade até agora: o interior dos museus quase nunca pode ser fotografado. É uma pena porque há cada coisa belíssima!
Passeei um pouco por Murano, tirei fotos de suas ruazinhas pitorescas e peguei o vaporetto de volta para Veneza, no entanto, como era hora do almoço, o vaporetto estava vazio e pude ir na proa, sentindo o vento no meu rosto e vendo Veneza ali a frente, me esperando! Naquele momento consegui compreender aquela cena de Titanic onde Leonardo DiCaprio diz “I am the king of the world!” Era assim que eu me sentia! Naquele instante ter o vento batendo no rosto, ver Veneza à minha frente com aquela laguna de águas douradas e saber que estou no lugar onde sempre sonhei era suficiente para fazer eu me sentir uma rainha! Eu estava feliz e sorrindo à toa!
Cheguei a Veneza e fui até o Ca' Rezzonico, um imenso palácio do século XVII, cheio de pinturas de cair o queixo! O lugar é um escândalo de tão lindo e mais uma vez tudo o que eu pude fotografar foi a fachada...
Fico impressionada com o luxo e a riqueza com que viviam os nobres venezianos nos séculos passados. Isso sem falar em toda a inspiração para a arte que tinham os pintores e escultores da época. É cada fachada detalhada, cada porta esculpida, cada teto pintado...um mais lindo que o outro!
Veneza é uma overdose de beleza, encanto e inspiração retratados em toda a sua arte, seja nos palácios, nas Igrejas, nas ruelas ou mesmo no simples fato de os venezianos terem tornado esse conjunto de ilhas em um dos locais mais inusitados do planeta, mantendo uma aura do século XVII presente em suas vielas e becos escondidos, tudo com um cheiro de romantismo, onde, certamente, Casanova andava a seduzir as jovens do seu tempo.
Arrivederci!
VIAGEM REALIZADA EM JULHO/AGOSTO DE 2010
Hoje fui Murano! É uma ilha a uns 40 minutos de Veneza onde está a famosa indústria de vidro. Na verdade, os vidros eram fabricados aqui em Veneza até o século XIII, mas por causa do risco de incêndio, acabaram transferindo as fábricas para Murano. A cidade tem só 5 mil habitantes e tem cara de cidadezinha do interior, contudo, me pareceu um tanto abandonada... é bonitinha, mas nada especial. Tem um farol, uma igreja e um museu do Vidro, onde estão expostas diversas peças feitas com esse material e onde é possível entender como o vidro é transformado de material ordinário em obras de arte cujo valor pode chegar a quantias exorbitantes! Cá entre nós, achei as pinturas dos tetos mais bonitas que as peças em si. Claro que não era possível fotografar, como tudo aqui em Veneza. Aliás, acho que essa é a única coisa que achei de ruim na cidade até agora: o interior dos museus quase nunca pode ser fotografado. É uma pena porque há cada coisa belíssima!
Passeei um pouco por Murano, tirei fotos de suas ruazinhas pitorescas e peguei o vaporetto de volta para Veneza, no entanto, como era hora do almoço, o vaporetto estava vazio e pude ir na proa, sentindo o vento no meu rosto e vendo Veneza ali a frente, me esperando! Naquele momento consegui compreender aquela cena de Titanic onde Leonardo DiCaprio diz “I am the king of the world!” Era assim que eu me sentia! Naquele instante ter o vento batendo no rosto, ver Veneza à minha frente com aquela laguna de águas douradas e saber que estou no lugar onde sempre sonhei era suficiente para fazer eu me sentir uma rainha! Eu estava feliz e sorrindo à toa!
Cheguei a Veneza e fui até o Ca' Rezzonico, um imenso palácio do século XVII, cheio de pinturas de cair o queixo! O lugar é um escândalo de tão lindo e mais uma vez tudo o que eu pude fotografar foi a fachada...
Fico impressionada com o luxo e a riqueza com que viviam os nobres venezianos nos séculos passados. Isso sem falar em toda a inspiração para a arte que tinham os pintores e escultores da época. É cada fachada detalhada, cada porta esculpida, cada teto pintado...um mais lindo que o outro!
Veneza é uma overdose de beleza, encanto e inspiração retratados em toda a sua arte, seja nos palácios, nas Igrejas, nas ruelas ou mesmo no simples fato de os venezianos terem tornado esse conjunto de ilhas em um dos locais mais inusitados do planeta, mantendo uma aura do século XVII presente em suas vielas e becos escondidos, tudo com um cheiro de romantismo, onde, certamente, Casanova andava a seduzir as jovens do seu tempo.
Arrivederci!
VIAGEM REALIZADA EM JULHO/AGOSTO DE 2010
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Uma Veneza em Sépia
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