Sobre mim

Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.

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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Veneza: arte em todo lugar!

Ciao, amigos!

Hoje dormi até um pouco mais tarde, pois estava cansada da empreitada de ontem a Verona. Acordei com os sinos do campanário tocando! Estou tão perto da Piazza San Marco que posso ouvi-los tocar daqui!! Fiquei muito feliz!
Hoje fui conhecer o “Museo Civico Correr” que é o museu que conta a história de Veneza desde sua fundação. É enorme! Fica ali na Piazza San Marco mesmo e aceita o Venice Card, o que me poupou 6,50 euros. O museu é muito bonito e tem esculturas de Canova, quadros de Bellini, Tiziano e Tintoretto, mas, infelizmente, como quase tudo em Veneza, não foi possível fotografar...só puder tirar fotos da fachada do museu...





Vale a pena visitá-lo, pois descobre-se muito sobre a cidade, além de poder apreciar obras antiquíssimas (tinha até uma múmia!) e livros maravilhosos da época do surgimento da imprensa! Havia também cartas de tarot pintadas a mão! Uma raridade!!!



Saindo de lá almocei uma deliciosa pizza marguerita e fui pegar o vaporetto até a estação San Tomá onde está a belíssima Igreja Santa Maria dei Frari. É simplesmente DESLUMBRANTE!!!!!!!!!!! Lá dentro há uma pirâmide branca que contém (dizem) o coração do escultor Antonio Canova, além de pinturas magníficas como “A Assunção”, de Tiziano, sobre o altar principal e “A Madona e o menino”, de Bellini, que está na sacristia. O lugar é mágico! Tem cada quadro fantástico e cada escultura de cair o queixo, mas é óbvio que não era possível fotografar seu interior (essas fotos que vocês estão vendo eu tirei dos postais que comprei!)...









De lá fui passear um pouco por Veneza, descobrir suas ruelas labirínticas, subir e descer suas pontes, olhar suas belas vitrines de máscaras. Tudo aqui é lindo e sempre acabo voltando para a Piazza San Marco na tentativa de tirar uma foto mais bonita ou de ver um céu mais azul ou uma laguna mais dourada, porém, o fato é que sempre me surpreendo com a beleza desse lugar e acho que estou vivendo uma linda história de amor com essa cidade, uma história que esperei 25 anos para viver, mas que está sendo exatamente do jeito que eu sonhei! E por incrível que pareça, apesar de eu me perder nas direções dos vaporettos, não me perco pelas ruas da cidade, parece que adquiri um misterioso senso de direção quando estou andando por suas vielas que quase nem uso o mapa... Tenho a estranha sensação de estar em casa em Veneza...

Arrivederci!

VIAGEM REALIZADA EM JULHO/AGOSTO DE 2010

Verona, uma cidade nada romântica...

Ciao, amigos!

Muita coisa tem acontecido de interessante aqui em Veneza. Umas boas, outras, nem tanto...toda viagem, por mais planejada que seja, sempre tem o seu dia de azar e o meu foi ontem.
Como eu havia escrito aqui nesse blog, há algum tempo, eu comprei ingresso para ver a ópera “Aída” na Arena de Verona e, claro,como acabaria tarde, reservei um pernoite em um albergue da cidade.
Ontem, lá fui eu para a estação de trem de Veneza pegar um trem para Verona, só que a coisa já começou errada, pois acabei comprando bilhete para o trem regional que custa 1/3 do preço, mas demora o triplo do tempo! Ou seja, em vez de eu chegar em Verona em 1h, demorei quase 3h para chegar lá! Fazia um calor infernal e a estação de trem de Verona é muito mal sinalizada. Eu, sendo perdida como sou, vocês podem imaginar que, óbvio, peguei a rua para o lado errado! Depois de andar em círculos uns 20 minutos, consegui me localizar e lá fui eu fazer o check-in no albergue. Toquei a campainha e ninguém atendeu, toquei de novo e nada! Liguei para os telefones que eu tinha pego no site do albergue e a moça que atendeu disse que era engano. Voltei a tocar a campainha e nada! Ou seja, o albergue simplesmente não existe!!!! Portanto, se forem a Verona, jamais reservem o B&B Citadella porque é um golpe!
Resolvi ir até a cidade para trocar meu ingresso da ópera e ver se isso não era golpe também. Ok, a Arena existe, eles trocaram meu voucher pelo ingresso sem problemas, mas eu não tinha lugar para ficar, então voltei até a Estação de trem para achar um albergue no posto de informações ao turista. Qual não foi a minha surpresa quando descobri que não existe posto de informação ao turista nessa estação!!!!! Todas as cidades que já visitei têm um! Mas Verona não tinha! Eu estava muito cansada e com fome para pensar em qualquer outra alternativa, então, comi no Mc Donald's mais próximo e comprei a passagem de volta para Veneza (dessa vez no trem rápido!). Fiquei mais chateada por perder a ópera do que por perder o dinheiro do albergue. Se eu tivesse achado outro lugar acessível para ficar, nem teria me importado com o lance do albergue, mas como não encontrei, voltei para Veneza, onde me sinto segura e onde tenho um bom hotel para dormir.
Tirei umas poucas fotos de Verona porque, para dizer a verdade, achei a cidade bem sem graça...não sei onde Shakespeare estava com a cabeça para ambientar a história mais romântica do mundo aqui! Não foi à toa que Romeu e Julieta se mataram...





E, para salvar o dia, fui fazer o meu tão esperado passeio de gôndola! Acabei me lembrando de uma descrição sobre a fundação de Veneza que li em uma revista de turismo, cujo autor chamava-se Ronny Hein. Dizia assim:
“ Os vênetos, que não pertencem à família dos peixes (como seria legítimo supor), viveram em terra firme, em cidades como Padova e Verona, por muitos anos. No século 5, contudo, um ataque devastador de guerreiros hunos obrigou algumas comunidades a buscar refúgio nas ilhotas de uma laguna com 55 quilômetros de extensão e 13 quilômetros de largura, separada do Mar Adriático por longas restingas. Protegidos, os refugiados perceberam, então, que as águas plácidas dessa laguna escondiam um solo raso _ e sobre ele começaram a plantar estacas de madeira, que seriam a base da futura cidade.”






E assim nasceu a mais linda cidade do mundo! Assim, como uma alternativa de fuga dos hunos e os vênetos transformaram aquela laguna rasa em sua muralha! Não era preciso murar a cidade para que os inimigos não a invadissem, isso por dois motivos: primeiro porque qualquer inimigo teria que chegar por mar e seria visto muito antes de sua chegada, e segundo porque não era possível navegar pela laguna com um navio muito grande, aliás as gôndolas foram nascidas e criadas em Veneza e sobrevivem até hoje exatamente por isso: era o tipo de embarcação perfeita para os estreitos canais.


Até hoje só pode ser gondoleiro quem é nascido em Veneza, além de ser uma profissão eminentemente masculina (não vi nenhuma mulher gondoleira, embora tenha ouvido falar que existe uma). A gôndola tem mais de 1000 anos e continua sendo fabricada do mesmo jeito, artesanalmente. E seu ofício passa de pai para filho.
Descobri que existem também gôndolas piratas (nem isso ficou de fora da pirataria!) e para não se correr o risco de pegar uma falsa, observe a figura da proa, chamada de ferro pelos gondoleiros. A verdadeira gôndola tem seis ferros, alinhados um embaixo do outro e com um ao lado, eles representam os sestieri (bairros) de Veneza. Além disso, um verdadeiro gondoleiro usa o traje típico, que consiste em camisa listrada, calça preta e chapéu de palha com um laço da mesma cor das listras da camisa. Vai saber quando essa moda começou...



O fato é que os gondoleiros verdadeiros e suas gôndolas são, hoje em dia, um passeio apenas turístico, já que o preço é alto (100 euros por um passeio de 1 hora), mas acho um desperdício ir para Veneza e não aproveitar aquilo que ela tem de único! O passeio é maravilhoso!Veneza vista sob a perspectiva de uma gôndola tem um sabor completamente inusitado! Fiquei encantada com os canais, com a cidade, enfim, o dia que começou ruim, não poderia ter terminado de maneira mais veneziana. Voltei feliz para o hotel com a certeza de que a cidade mais romântica do mundo não é Verona, apesar da história de Romeu e Julieta e sim Veneza!

Arrivederci!

VIAGEM REALIZADA EM JULHO/AGOSTO DE 2010

domingo, 1 de agosto de 2010

Um passeio acidental ao Lido di Venezia

Ciao, amigos!

Acordei cedo hoje! Queria aproveitar o máximo de Veneza! Desci para tomar café da manhã no hotel. É bem farto! Há cereais, yogurte, salada de frutas, croisant doce, pão salgado, queijo, presunto, manteiga, nutella, café, leite, suco e chá. Excelente!
Como eu havia comprado o Venice Card ontem, mas só vou começar a usá-lo no domingo, comprei um passe de 24h para o vaporetto que custou absurdos 18 euros e fui ao Museo dell'Accademia di Venezia (que não está nos museus contemplados pelo passe), cujo ingresso custa 6,50 e é o seu passaporte para o paraíso barroco e renascentista de Tintoretto, Veronese, Ticiano e Tiepolo. Cada quadro mais bonito e impressionante que o outro! Como não poderia deixar de ser, todos com temática religiosa.



Infelizmente não eram permitidas fotos. Fiquei lá umas 2 horas contemplando tudo, observando a grandiosidade daquelas obras, a noção incrível de profundidade dada pelos artistas que fazia com que eu achasse que a figuras iriam sair da tela direto para a realidade. Magnífico!
Depois que saí, resolvi passear no entorno e percebi como a visão da Igreja da Salute é bela vista da ponte da Accademia. Fiquei meio boba ali olhando tudo...e fui andar. Fazer aquilo que todo mundo faz: me perder em Veneza!!

Fui ao Campo Santo Stefano que tem uma linda Igreja, mas que não permite fotos...caminhei, virei aqui, entrei num beco acolá e descobri a Igreja de San Vidal, uma gracinha! Também descobri que é época de concertos na Igrejas venezianas e por qualquer uma que se passe é possível ouvir o som de Vivaldi, célebre compositor da cidade que criou aqui sua obra mais famosa: “As quatro estações”!




Voltei ao “pontile”( que é o píer onde se espera pelo vaporetto) com intenção de ir a Igreja da Salute (essa ao fundo da foto), mas adivinhem? Peguei o vaporetto errado!!! Ele passou direto e não parou na estação que eu queria. Resultado: fui parar em San Marco. Sem problemas. Acabei descobrindo um simpático jardinzinho público e comi uma fatia de pizza, pois, a essas alturas, já estava com fome. Dali resolvi pegar outro vaporetto e pimba! Outra vez errado! Dessa vez era o número certo, mas a direção errada! Sou uma perdida mesmo! Fui parar na Ferrovia e, nesse momento, resolvi fazer o passe de 24h valer a pena e peguei outro vaporetto (dessa vez o certo!) até o fim da linha, no Lido.




O Lido di Venezia é uma parte ligada ao continente, na verdade, é o Lido que separa Veneza Santa Lucia do mar Adriático. É uma espécie de restinga para onde vão, no verão, as pessoas que tem dinheiro, pois o Lido é o balneário de Veneza.
Já que estava indo para lá, tirei milhões de fotos de Veneza vista de longe...e ao chegar lá fui explorar um pouco a região. Ao saltar do vaporetto, depois de quase 1 hora dentro dele, eu estava meio mareada e minha labirintite dava sinais de sua existência. Mas em alguns minutos eu estava ótima e passeando pelas belas ruas da cidade. Tudo muito florido e arborizado.



Ao sair do vaporetto, você pode seguir em frente pela rua S.M. Elizabeta até uma rotatória linda, toda florida. Ali, vira-se para a esquerda e em menos de 3 minutos você se depara com a praia! Pra quem é carioca e está acostumado com praia desde criança, é engraçado ver aquela praia fechada, quase particular, cheia de cimento em volta.



Ali pode-se alugar os guarda-sóis (ombrellones) ou uma espécie de casinha onde você guarda suas coisas e tem banheiro. Você não pode simplesmente chegar e armar sua barraca. Tem de alugar um espaço para poder ir à praia! E tudo custa muito caro! Pelo menos para o meu padrão de Rio de Janeiro, em que a praia é o programa mais barato que o carioca pode fazer. Mas valeu a pena ter conhecido o Lido. Acho que se não tivesse sido assim, meio por acaso, eu não teria ido lá. Essa é a vantagem de se ficar muito tempo em um só local: dá para descobrir tudo sem ter de deixar de ver nada do que foi planejado!



Na volta, terei lindas fotos da laguna dourada pelo sol...e saltei em San Marco,em um lado que eu ainda não tinha visto. Acabei passando, sem querer, pela “Ponte dos Suspiros” e vi que o Palazzo Ducale está em reforma, portanto, não poderei passar por baixo da Ponte, como eu gostaria.



Veneza está sendo uma descoberta mágica pra mim! Estou muito feliz! Tudo o que falam de ruim da cidade parece tão ínfimo perto da grandiosidade que ela possui que ainda não fui capaz de perceber seus problemas. Tudo o que vejo é beleza!

Arrivederci!

VIAGEM REALIZADA EM JULHO/AGOSTO DE 2010
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