Sobre mim

Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.

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sábado, 5 de setembro de 2009

Como aproveitar Paris gastando pouco

Bonjour!

Que Paris é uma das cidades mais caras do mundo não é novidade pra ninguém, contudo descobri nessa viagem que é muito possível gastar pouco em Paris. Existem programas maravilhosos que podem ser feitos gratuitamente, gastando, no máximo, uma passagem de metrô. Isso sem que você precise se programar para estar na cidade no primeiro domingo do mês, dia em que a maioria dos museus (como o Louvre, por exemplo) é gratuito.
Caso você não tenha dinheiro para subir o Arco do Trinfo, a Torre Eiffel ou mesmo a Notre Dame e queira ter uma visão de Paris de cima, poderá subir as escadas rolantes do Centre Georges Pompidou (metrô Rambuteau) de graça e ver a cidade lá do alto! A vista é linda e você pode observar, ao mesmo tempo, os meus dois monumentos preferidos: a Torre Eiffel e a Notre Dame. Com boa vontade, elas até saem juntas na mesma foto!



Ainda na Rive Droite, vc poderá ir até a Place des Vosges (metrô Saint Paul) para observar gratuitamente aquela bela praça com 36 casas simétricas. Ali, no número 6, morou o escritor Victor Hugo (aquele do "Concunda de Notre Dame", lembra?)  e sua casa se transformou em um museu muito bonito com entrada grátis.



Caso você seja uma pessoa interessada na história da França e, principalmente, na história de Paris, vale a pena dar uma passadinha no Museu Carnavalet, que fica bem pertinho da Place des Vosges. Esse museu, com entrada gratuita, conta a história de Paris e tem o seu segundo andar dedicado à Revolução Francesa, com chaves originais da Bastilha, armas usadas pelo exército de Napoleão, entre outras preciosidades. Reserve algum tempo para esse museu, pois ele não é pequeno.


E caso você queira aproveitar uma rede wi-fi gratuita é só levar o seu laptop para os jardins desse museu.
Se, em vez de museus, você prefere visitar Igrejas, existem muitas em Paris com entrada livre, às vezes você só paga para ver uma parte dela (como a cripta ou o Domo), mas mesmo vendo apenas o que é 0800, vale a pena visitar, ao menos quatro:

1- Notre Dame (metrô Saint Michel)- Esta é, na minha opinião, a igreja mais linda em que eu já entrei na vida! Não apenas por ser bonita, mas porque ela contém toda uma história para os amantes da boa literatura. Foi ali o palco do amor platônico de Quasímodo, o corcunda, pela cigana Esmeralda. Quando se entra na Notre Dame dá quase para sentir a aura desses personagens, que embora sejam fictícios, ganharam ao longo do tempo uma aura de realismo, da mesma forma que Romeu e Julieta.

2- Igreja Saint- Germain-des-Prés (metrô Mabillon)- Esta é a igreja mais antiga de Paris, construída em 990d.C. Descartes está enterrado lá. Mas a graça dessa igreja é observar seu interior escuro e tentar reviver, por alguns segundos,aquele tempo medieval.

3- Igreja de Saint Sulpice (metrô saint-sulpice)- Esta ficou famosa pelo livro do Dan Brow "O código da Vinci", mas, para mim, ela é importante porque foi lá que Victor Hugo se casou. Lá você encontra também murais de Delacroix e, diante da igreja, há uma belíssima fonte.

4- Igreja de Sacre Coeur (metrô Anvers)- É preciso fazer um certo esforço para se chegar lá em cima, pois são várias escadas. Se você não quiser gastar dinheiro com o funicular (1,70 euros para subir e outro tanto para descer), pode respirar fundo e subir os degraus que levam ao topo. De qualquer modo, você não irá se arrepender, pois, além da Basílica (que, segundo um amigo meu, é o "Taj Mahal parisiense"), há ainda a belíssima vista da cidade. Dá para se sentir dentro do filme "O fabuloso destino de Amélie Poulin" sem gastar quase nada! E depois, você pode caminhar um pouco e chegar à Place de Tertre, bem atrás da Sacre Coeur, onde estão vários pintores exibindo sua arte. Mesmo que não se queira (ou não se possa!) comprar nada, é um passeio que vale a pena, afinal, foi ali que grandes pintores, como Renoir e Pissaro, um dia já montaram seus cavaletes.

Pode ser que seu fraco não sejam igrejas e sim jardins. Nesse caso há muito para ver em Paris! A maioria de seus jardins têm entrada gratuita e pode-se ficar ali sentado em uma daquelas cadeiras observando o modo de vida parisiense. os três que recomendo são:

1- Jardin de Tuileries (metrô Tuileries)- Fica ao lado do Louvre. Dele você pode ter uma visão privilegiada, pois estará entre a pirâmide do museu e a Torre Eiffel. Ambiente extremamente agradável, principalmente para um piquenique (contudo, não é permitido sentar no chão, seu piquenique terá de ser feito nas cadeiras do jardim). É montada, nesse jardim, todo ano, uma Roda Gigante e, se vc não estiver com a grana muito apertada, vale a pena dar uma volta. O bilhete custa 6 euros e ela dá 5 voltinhas. A vista é deslumbrante, principalmente ao anoitecer!



2- Jardin de Luxembourg (metrô Luxembourg)- É um ótimo local para passear, ler, ficar observando o tempo...Florido, agradável e, no verão, nos finais de tarde, com alguma sorte, você ainda é surpreendido por algum show gratuito.



3- Jardins do castelo de Versalhes (RER C- Versailles Rive Gauche)- Como você deve ter lido nos post anterior, os Jardins de Versailles são muito bonitos e, se você gosta desse tipo de passeio, recomendo ir até lá tirar umas fotos, fazer um piquenique e passear pela propriedade. Tudo o que você irá gastar é a passagem de RER e o lanche que levar, pois a entrada para os jardins é gratuita.

Para coroar os passeios gratuitos, eu não poderia deixar de falar nela! A torre Eiffel! Não, a entrada da Torre não é gratuita! Mas vê-la de baixo é, cá entre nós, muito mais interessante que subir nela. O metrô mais perto é o Trocadéro ou o RER Champs de mars. Observar aquele monumento gigantesco não custa nada além de uma percepção diferenciada do conceito de beleza. Há muita gente que acha que a torre não passa de um amontoado de ferro...mas com olhos de viajante, aberto à novas culturas, a novos hábitos e a gostos diferentes, certamente você será capaz de se emocionar quando aquele monstro de ferro começar a piscar as 22h!


Há ainda uma infinidade de artistas que mostram sua arte pelas ruas e pontes de Paris. São malabaristas em corda bamba; homens que brincam com fogo; ciganas que apresentam suas danças; rapazes que dão show sobre patins; solitários tocando um triste saxofone ou grupos alegres cantando músicas folclóricas no metrô...enfim, tantos que nem teria como eu colocar todos aqui nesse post. Em geral as pessoas dão algum dinheiro, pois na Europa, tudo isso é valorizado e os artistas conseguem viver apenas da sua arte. Mas, se você não tiver nenhum dinheiro para dar, pode ver os shows que ninguém vai olhar pra vc de cara feia só porque você não contribuiu.
Paris pode ser uma das cidades mais caras da Europa, mas com um bom planejamento ela pode se tornar acessível a todos os bolsos. E o melhor: aproveitando ao máximo toda a essência dessa cidade tão linda!

A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO DE 2009

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Um castelo sob o sol de Paris

Bonjour!

Uma das visitas que eu tinha muita vontade de fazer quando fosse a Paris era ao Castelo de Versalhes. Havia toda uma questão histórica envolvida, pois eu tinha estudado sobre a Revolução Francesa, em que o povo, revoltado por estar morrendo de fome enquanto sua monarquia vivia sob toda aquela pompa e circunstância, saiu de Paris e marchou até os portões do palácio para tirar satisfações com seu rei. Havia também aquela famosa frase de Maria Antonieta ("Se não têm pão, que comam brioches") que os historiadores juram que ela jamais proferiu; havia o salão dos espelhos ricamente decorado; havia a sala em que o tratado (aquele mesmo, o de Versalhes!) foi assinado, dando fim à primeira guerra mundial; enfim, havia uma infinidade de fatores que me faziam querer conhecer esse lugar que, de casa de caça da família real, se transformara no maior símbolo de ostentação da nobreza da França em meados do século XVI.
E foi assim que, naquela quinta-feira, pela manhã, saímos de casa com direção à História!
Eu já havia me informado como chegar lá, sabia que havia um trem direto e era justamente o RER linha C, com destino a "Versailles Rive Gauche" que deveríamos pegar. Acontece que o metrô de Paris está em obras e o RER que saía da estação Saint Michel (ao lado do nosso ap) não estava operando. Pensei: "E agora? Como faremos para chegar lá?", mas Paris é uma cidade preparada para os turistas e a moça no guichê do metrô nos disse que poderíamos pegar um ônibus bem ali ao lado que nos deixaria na próxima estação de RER após a obra. Detalhe: O tal ônibus era gratuito!
Isso é que é uma cidade preocupada com os turistas!
Bem, pegamos o tal ônibus e de lá, fomos até a estação "Invalides" onde pegamos o RER C- Versailles Rive Gauche, que segundo minhas informações, nos deixaria bem perto do castelo.
A viagem dura em média uns 45 minutos e o trem é confortável, com poltronas acolchoadas, bem diferente dos outros trens RER...
Ao sair da estação é bem simples: basta atravessar no sinal, virar à direita e depois à esquerda na primeira avenida grande (depois de um Hotel Ibis e um Mc Donald's) e voilá! Você já estará na frente do palácio! Aí é só andar até os portões dourados. Logo na entrada há uma estátua do Rei-Sol Louis XIV.




Acontece que justamente naquele dia fazia um calor quase desértico na França! Parecia que tinham aberto a porta do inferno e deixado escapar seu vapor quente! Estava insuportável! A tal ponto de abrirmos nossos guarda-chuvas para tentar fazer alguma sombra! Quando chegamos, nos deparamos com uma fila gigantesca!!!! Embaixo daquele sol de meio dia! Olhamos bem, analisamos a nossa capacidade física e, com dó no coração, desistimos de entrar no palácio! Até porque teríamos de enfrentar duas filas: uma para comprar o ingresso (13,50 euros) e outra para entrar.
Mas não queríamos que a viagem fosse (totalmente) perdida, então fomos passear pelos jardins do castelo...



A visita aos jardins é gratuita e pode-se ter uma vaga ideia da opulência com que os reis viviam...o local é todo planejado e tem várias estátuas em estilo grego.
Mais adiante há um trenzinho (6 euros) que se pode pegar para dar a volta por toda a propriedade. Esse trem te dá a possibilidade de saltar no Petit Trianon; no Grand Trianon ou nos domínios de Maria Antonieta, onde ela simulou ter uma fazenda e brincava de ser camponesa. Depois, para voltar, é só pegar o próximo trem. Contudo, nós não saltamos, apenas demos a volta de trem. O calor estava assando todo mundo que ousasse ficar fora da sombra!





Fizemos um pequeno piquenique antes de irmos embora. Sanduíche, suco e água, que havíamos levado de casa. Passamos na lojinha de souvenirs e compramos uns postais do interior do castelo, já que não tiramos fotos, pois não entramos...voltamos para a estação.
Na volta, por volta de 15h já não havia mais fila para entrar e até pensei que poderíamos, finalmente, entrar, mas o calor nos deixara muito cansadas e acabamos mesmo indo embora. Pegamos o RER para voltar, depois o ônibus até a estação Saint Michel e chegamos em casa com a estranha sensação de termos perdido o melhor da festa...paciência...Versailles fica pra uma próxima visita a Paris...

No entanto, eu descobri uma coisa importante: além de não ter mais fila depois de 15h, o ingresso que custava originalmente 13,50 cai para 10 euros depois desse horário, ou seja, se vc planeja ir a Versalhes no verão europeu, programe-se para ir à tarde, pois certamente irá aproveitar bem mais do que eu...

A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO DE 2009
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