Ciao, amigos!
Hoje acordei mais tarde para compensar o tanto que acordei cedo ontem e, como não poderia faltar em uma visita à Roma, fui visitar as ruínas da chamada “Roma Antiga”que compreende o Foro Romano, Palatino e Coliseu.
Comecei meu percurso pelo “Circo Massimo” que era o local onde aconteciam as corridas de bigas e quadrigas (vide filme “Ben Hur”). Hoje, ali é apenas um descampado, e se não fosse eu já ter estudado antes sobre a cidade e já ter passado por ali com o ônibus turístico, esse local passaria batido pois, pra variar, não há nenhuma placa indicando o que foi aquilo ali um dia.
Andando pela via di San Gregorio, chega-se ao Arco de Constantino, que foi construído em homenagem a esse que foi o primeiro imperador romano a conceder liberdade de culto aos cristãos, em 326 d.c. Conta a lenda que Constantino sonhara com uma enorme cruz sendo incendiada e que, no sonho, dizia que aquela cruz seria seu caminho, por isso ele resolveu aceitar o cristianismo. Em 330 ele fundou Constantinopla, que mais tarde veio a se tornar a nova sede do império romano oriental.
Passei do Arco e fui em direção ao Foro Romano para comprar meu ingresso, pois ouvi dizer que no Foro há menos filas e como o sol estava de rachar, não queria perder muito tempo numa fila. Realmente ali a fila era pequena e andava bem depressa, acho que fiquei só uns 15 minutos até chegar na bilheteria. O ingresso dá direito a visitar o Foro Romano, o Palatino e o Coliseu, custa 12 euros e vale por dois dias consecutivos. Pode-se começar a visita por qualquer um dos monunentos, mas como eu já estava ali, resolvi começar pelo Foro mesmo.
O Foro Romano foi o centro político, religioso e comercial da república romana do século VI antes de Cristo até o século I depois de Cristo. Ele compreende o Comitium (local onde o povo vinha escutar os magistrados); a Cúria (sede do Senado), as Basílicas (que na época não eram Igrejas e sim centros de assuntos políticos e econômicos) e os Templos (esses sim, de culto aos deuses como Saturno e Vesta). O difícil era conseguir identificar tudo isso, pois não existe nenhum folheto explicativo (estou me repetindo, eu sei, mas em Roma não há explicação de nada e isso me deixa louca porque numa cidade como essa, com tanta história, eles deviam, no mínimo, colocar uma plaquinha ao lado das coisas pra gente saber o que é o quê!). Algumas coisas eu consegui saber por já ter estudado antes, outras por saber um pouco de latim e ler metade do que sobrou de algumas placas da época antiga. O Foro é bonito e seria um passeio realmente inesquecível se houvesse alguma informação.
Dali, passa-se ao Palatino, o monte onde Rômulo fundou a cidade e Roma em 753 antes de Cristo. Conta a lenda que Rômulo e Remo foram abandonados na floresta para serem devorados pelos lobos, contudo, uma loba se afeiçoou às crianças e os adotou amamentando-os. Eles cresceram e um dia resolveram fundar uma cidade, mas Remo queria fundá-la à margem do rio Tibre, já Rômulo queria construí-la na montanha do Palatino. Eles brigaram e Rômulo matou o irmão e fundou cidade onde queria. Deu a ela o nome de Roma em homenagem ao irmão morto.
É ali no Palatino que estão as ruínas dos palácios imperiais, aliás, o nome “palácio”vem exatamente de “palatino” e ali dá pra perceber bem tudo aquilo que a gente estuda nos livros (em tempo: estude antes de vir a Roma senão não saberá o que é o quê!), todas aquelas construções antigas. É bem bacana. De todas os três conjuntos de ruínas que o ingresso dá direito, o Palatino foi, sem dúvida, o que mais gostei! Só ali que percebi a Roma dos livros de História. Nem no Coliseu! Mas isso eu conto daqui a pouco....acho que foi porque ali no Palatino as ruínas estão mais bem preservadas e há algumas (poucas!) indicações do que eram aquelas construções.
Saindo do Palatino, me encaminhei até a horda de turistas que lotavam a entrada do Coliseu. Ainda bem que comprei o ingresso no Foro, pois a fila era colossal (com o perdão do trocadilho tosco)! Mas entrei rapidinho pela parte de quem já possuía o bilhete. Eu tinha uma grande expectativa em relação ao Coliseu. Depois de ver tantos filmes sobre gladiadores ao longo da vida, não há como não imaginar como seria aquela arena repleta de pessoas que iam assistir àquelas verdadeiras carnificinas. Pois bem, estava eu ali diante de tudo aquilo imaginando uma mega construção quando olhei para o centro do estádio e me perguntei...é só isso?? É impressionante como nos filmes de Hollywood o Coliseu parece imenso! Mas ali, ao vivo, ele era pequeno. Pelo menos para os padrões que eu imaginei! Fiquei um tanto decepcionada...
Mas vamos à história: O Coliseu foi erguido em 72 depois de Cristo e seu nome verdadeiro é “Anfiteatro Flávio”, o apelido veio de uma estátua chamada “Colosso de Nero”que foi encontrada ali durante a construção do estádio. Ao longo de sua história eram realizadas lutas violentas que sempre terminavam em morte e mais de 65 mil romanos recebiam ingressos que eram distribuídos gratuitamente para essas lutas. Em 523 depois de Cristo esses espetáculos deixaram de ser realizados.
Havia uma mostra chamada “Gladiadores” lá no Coliseu com reproduções de roupas usadas na época em que esses homens lutavam por sua vida. Havia alguns adereços que eram mesmo daquela época como elmos e protetores para braços e pernas feitos de bronze.
Ao sair eu ia ao Campidoglio, mas estava muito cansada, fazia muito calor e eu estava meio decepcionada com a cidade, pois o Coliseu era um dos passeios que achei que seria legal por aqui...
Passei pelo Campo dei Fiori que é o principal mercado de Roma e onde está a estátua de Giordano Bruno, filósofo, que em 1600 foi queimado vivo ali pela Inquisição.
Terminado o passeio à história antiga de Roma, voltei ao hotel. Amanhã vou para Nápoles e Pompeia. Espero que seja um passeio agradável! Sexta-feira finalmente vou embora para Cinque Terre, na Ligúria. Lá não terei internet, então, provavelmente meu próximo post será só na segunda, quando eu retornar à Paris.
Arrivederci!
VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO DE 2010
Imagine este blog como um laboratório de química: são muitas informações, sendo algumas conflitantes, algumas explosivas, algumas sem efeito, mas que no fim, acabam se transformando em um fantástico experimento! Viajar foi, sem dúvida, o melhor experimento da minha vida!
Sobre mim
Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.