Saudações!
É tão estranho como o abstrato vai se concretizando diante dos nossos olhos e nem nos damos conta de tal transformação...
Antes eu planejava minha vida em função dos meses do ano, por exemplo: janeiro é mês de férias; fevereiro é carnaval; em março é meu aniversário; julho é aniversário da minha mãe e assim por diante...ou seja, minha linha do horizonte se expandia de acordo com os acontecimentos fixos que existiam no meu calendário. Agora, de uns dois meses pra cá, começei a planejar minha vida em função das minhas viagens e só agora me dei conta disso! Por exemplo: janeiro é mês de estudar em Buenos Aires; em abril, vou a São Paulo; em julho, Europa e assim por diante... cada vez que começo a fazer um plano para um futuro levemente distante, eu acabo pensando :" Ah, quando eu voltar de tal lugar, penso nisso".
Quando eu lia alguns blogueiros viajantes, que também faziam seu calendário de acordo com suas viagens, achava um exagero. Achava impossível alguém viver pensando em viajar. Como podia mal a pessoa chegar de uma viagem e já estar pensando em outra?? Isso era algo impensável pra mim, afinal, uma viagem era pra ser curtida muito tempo depois que ela acabasse, como se fosse um remédio cujo efeito pudesse durar aguns meses...até que fui contaminada por esse espírito viajandão e hoje em dia impensável, para mim, é examente a possibilidade de não viajar. Na verdade, agora vejo não como um remédio, mas como uma droga que vicia e que se quer cada vez mais. Contudo não é uma droga maléfica, pelo contrário! Ela traz em si um benefício que dificilmente será encontrado em outro lugar: a sensação de liberdade, a sensação de que o mundo é, ao mesmo tempo, menor e maior do que se pode imaginar!
Acredito que viajar dá essa sensação exata de quem nós somos naquele momento e, principalmente, faz com que a gente perceba a metamorfose em tempo real. Quando olhamos no espelho novamente nos damos conta de quem nos tornamos e de como foi esse processo! Talvez por isso ela seja tão viciante...
O que sei é que agora minha vida se divide em viagens. Sejam aquelas já feitas; sejam as planejadas e quase concretizadas ou sejam aquelas que ainda estão na categoria de sonho/desejo/objetivo. E minha mais frequente pergunta tem sido: pra onde?
Hasta Luego
Imagine este blog como um laboratório de química: são muitas informações, sendo algumas conflitantes, algumas explosivas, algumas sem efeito, mas que no fim, acabam se transformando em um fantástico experimento! Viajar foi, sem dúvida, o melhor experimento da minha vida!
Sobre mim
Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.
sábado, 21 de março de 2009
sexta-feira, 6 de março de 2009
Síndrome de viajante
Saudações!
Agora que já tem quase dois meses que voltei de Buenos Aires é que a vida está tomando sua rotina habitual...na verdade, nem tão habitual assim, visto que certos hábitos se modificaram ao longo desse caminho. Eu me modifiquei! Tenho gostos diferentes, valores diferentes, perspectivas diferentes agora!
Porém uma coisa que eu li em alguns blogs de viagem que acompanho é certa: depois que a gente sai do ninho pela primeira vez, parece que um vício toma conta da gente e não é mais possível viver sem viajar.
Viajar torna-se uma necessidade! E por mais que, aos olhos dos outros, isso pareça supérfluo ou secundário, na vida de uma viajante é como água no deserto. Não consigo mais conceber minha vida daqui pra frente sem planos de viagens. Ora mais curtas, ora mais longas, ora para perto, ora para longe. Contudo, elas estão ali, presentes no meu dia a dia, presentes nas minhas prioridades.
Não consigo mais entrar em uma livraria sem dar uma passadinha na seção de viagens para ver as novidades; não consigo mais passar por uma loja de malas sem imaginar qual seria aquela mais prática para minha próxima viagem; não consigo mais passar por uma agência de viagens sem olhar, mesmo que de relance, para os preços das promoções afixados no vidro; não consigo mais passar por uma casa de câmbio sem ter a curiosidade de saber a cotação das moedas estrangeiras. Hábitos adquiridos ao longo do último ano e que, ao que parecem, não irão embora depois da próxima viagem...
Certo estava Fernando Pessoa ao afirmar: "Navegar é preciso!"
Navegar por mares nunca dantes navegados(para continuar citando os portugueses) ou por mares já conhecidos, navegar em grandes navios ou em canoas, navegar com um computador de bordo ou sendo guiado pelas estrelas...tanto faz. O que importa é a sensação aventureira de se lançar ao mar, como Sinbad. O que importa é o caminho e não apenas o destino. Até porque a viagem não se dá apenas externamente, há também a viagem que acontece dentro de nós! E essa ocorre sem bússula, sem pontos cardeais, pois aquele é um território desconhecido que vamos desbravando aos poucos.
Nunca mais somos os mesmos depois de uma viagem, isso vale para o bem ou para o mal, pois como dizia o filósofo Heráclito:
"Não é possível tomar banho duas vezes no mesmo rio"
Hasta Luego
Agora que já tem quase dois meses que voltei de Buenos Aires é que a vida está tomando sua rotina habitual...na verdade, nem tão habitual assim, visto que certos hábitos se modificaram ao longo desse caminho. Eu me modifiquei! Tenho gostos diferentes, valores diferentes, perspectivas diferentes agora!
Porém uma coisa que eu li em alguns blogs de viagem que acompanho é certa: depois que a gente sai do ninho pela primeira vez, parece que um vício toma conta da gente e não é mais possível viver sem viajar.
Viajar torna-se uma necessidade! E por mais que, aos olhos dos outros, isso pareça supérfluo ou secundário, na vida de uma viajante é como água no deserto. Não consigo mais conceber minha vida daqui pra frente sem planos de viagens. Ora mais curtas, ora mais longas, ora para perto, ora para longe. Contudo, elas estão ali, presentes no meu dia a dia, presentes nas minhas prioridades.
Não consigo mais entrar em uma livraria sem dar uma passadinha na seção de viagens para ver as novidades; não consigo mais passar por uma loja de malas sem imaginar qual seria aquela mais prática para minha próxima viagem; não consigo mais passar por uma agência de viagens sem olhar, mesmo que de relance, para os preços das promoções afixados no vidro; não consigo mais passar por uma casa de câmbio sem ter a curiosidade de saber a cotação das moedas estrangeiras. Hábitos adquiridos ao longo do último ano e que, ao que parecem, não irão embora depois da próxima viagem...
Certo estava Fernando Pessoa ao afirmar: "Navegar é preciso!"
Navegar por mares nunca dantes navegados(para continuar citando os portugueses) ou por mares já conhecidos, navegar em grandes navios ou em canoas, navegar com um computador de bordo ou sendo guiado pelas estrelas...tanto faz. O que importa é a sensação aventureira de se lançar ao mar, como Sinbad. O que importa é o caminho e não apenas o destino. Até porque a viagem não se dá apenas externamente, há também a viagem que acontece dentro de nós! E essa ocorre sem bússula, sem pontos cardeais, pois aquele é um território desconhecido que vamos desbravando aos poucos.
Nunca mais somos os mesmos depois de uma viagem, isso vale para o bem ou para o mal, pois como dizia o filósofo Heráclito:
"Não é possível tomar banho duas vezes no mesmo rio"
Hasta Luego
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