Sobre mim

Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.

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domingo, 23 de junho de 2013

A noite numa cidade de conto de fada





Bonjour, amigos!

Carcassonne é uma cidade de conto de fada, pelo menos é o que dizem todos os guias de viagem quando se referem ao seu castelo que teria até inspirado a história da Bela Adormecida. Mas o que pouca gente diz é que Carcassonne é mais do que sua cidade medieval, conhecida como La Cité e que fica 2km para cima da estação de trem. Ali, bem ao lado da estação, está uma Carcassone atual, alegre e cheia de vida, com mercado de rua, lojinhas e até um Monoprix.
A parte de baixo é chamada de Bastide St. Louis e é bem grande, vale a pena dar uma voltinha no entorno para ver um pouco dessa parte da cidade. Caso haja mais tempo, ali existe também um passeio de barco que eu não cheguei a fazer, mas ouvi dizer que é bem interessante.
Para se chegar a La Cité pode-se pegar, em frente ao rio, que fica diante da estação, um ônibus de número 4, ele deixa exatamente na Porta principal de Carcassone, onde adentrando um pouco, à direita, encontra-se o balcão de informações turísticas onde se pode pegar, gratuitamente, um mapa da cidade. A cidade é pequena e até eu consigo andar por ela sem precisar de mapa, mas se seu tempo na cidade é curto, é bom pegar um para se chegar mais facilmente a Basílica Saint Nazare, que data do século IX e tem belos vitrais e rosáceas.
Basílica de Saint Nazare

Pôr do sol

lojinha de doces com apelo medieval

Na praça central há vários restaurantes, mas todos servem a especialidade local: o cassoulet, que é uma espécie de feijoada de feijão branco com bastante pimenta.
As lojinhas da região vendem diversos souvenirs com apelo medieval e há muitos sabonetes com aroma de violeta, a flor típica da região.
Contudo, na minha opinião, o mais interessante de Carcassonne acontece à noite: as muralhas da fortificação medieval se iluminam trazendo à cidade um ar antigo que conserva uma magia que não se perdeu no tempo. É lindo ver o castelo todo iluminado!

Castelo iluminado com a lua ao lado
Uma boa opção de hospedagem é o hotel “La Rapière” que fica bem em frente às muralhas e de onde se pode ter uma linda vista. Passar uma noite em Carcassonne é, certamente, uma experiência inesquecível.

A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM JUNHO DE 2013

domingo, 16 de junho de 2013

O que há para ver em Montpellier

Bonjour, amigos!

Montpellier é uma cidade que fica na região francesa de Languedoc-Roussillon. Ela tem esse nome porque antes do francês ser imposto como língua oficial, o dialeto falado aqui era o Occitan, portanto “Languedoc” é a junção de “Langue”(língua, em francês) com d’Oc ( d’Occitan) e Roussillon é o nome de uma cidade no centro dessa região. Aquela famosa perfumaria “L’Occitanne” tem esse nome em homenagem a esse dialeto antes falado nessa região.
Montpellier é uma cidade agradável, quente e cheia de jovens por todos os lados. Sua praça principal, chamada de Place de la Comèdie, por causa do teatro de comédia feito em seu centro, fica a poucos metros da estação de trem e tem vários restaurantes, além do posto de informação turística.

catedral de Saint Pierre
Montpellier, curiosamente, não tem ônibus. Seu transporte público é o tramway, uma espécie de metrô de superfície que tem 4 linhas diferentes e atravessa a cidade de ponta a ponta, incluindo a Estação de trem (gare saint Roch) e a Place de la Comèdie. Ele só não passa por dentro do centro histórico, onde está a bela catedral de Saint Pierre, em estilo gótico fundada em 1364 (funciona todo dia de 9h às 12h e de 14h às 19h). Ao lado da igreja fica a “Tour des Pins”, ou torre dos pinheiros, uma das duas torres que sobraram das antigas muralhas da cidade, que data do século X. A outra é a “Tour de Babote”, que tem uma pracinha atrás dela com simpáticos restaurantes de comida natural.

Tour de la Babote
A linha 1 (azul) do tramway leva também até o Odysseum, um bairro planejado como centro de entretenimento com restaurantes, cinema, boliche, pista de patinação e planetário. Ali dentro existe um hipermercado fantástico (fica no andar de cima) que tem uma seção de queijos de dar água na boca. E essa linha passa ainda pela bairro de Antigone, um conjunto residencial pós moderno onde está uma filial da Gallerie Laffayette, de Paris.

Lafa de Montpellier

tramway linha 1

ponto de tramway com máquinas para comprar o bilhete (em todos os pontos tem uma dessas)

máquina que vende bilhetes de tramway, só aceita moedas ou cartão de crédito com chip
Outro atrativo de Montpellier é seu famoso museu Fabbre (13, rue Montpellierèt, funciona de terça a domingo de 10h às 18h e custa 6 euros) que tem um acervo imenso, com mais de 900 obras de arte desde o século XV até os dias de hoje. Pessoalmente, eu não gostei muito desse museu, mas ele é um dos mais importante da cidade, talvez por ter sido fundado por Napoleão em 1803.

museu Fabbre

Museu Fabbre

Montpellier é uma boa cidade para se usar como base para conhecer tanto a região de Languedoc quanto a região da Provence, já que tem trens direto para quase todas as cidades, além disso, é uma cidade cuja hospedagem é barata e cujos habitantes são muito simpáticos, talvez por ser uma cidade universitária, talvez por ser verão.
O fato é que, apesar dos muitos árabes e africanos que vemos por aqui, Montpellier me pareceu ser segura e com uma boa estrutura para uma cidade pequena.

A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM JUNHO DE 2013

Museu Jacquemart-André, um lindo lugar para passear e comer em Paris


Bonjour, amigos!
Um dos muitos museus que me encantou em Paris foi o Jacquemart-André (158, Boulevard Haussmann, aberto todos os dias de 10hàs 18h, metrô St. Augustin) que tem um belo acervo particular doado pelo casal que dá nome ao lugar. É muito interessante ver como pessoas com dinheiro e bom gosto podem deixar um belo legado para sua cidade. A casa, por si só já é um deslumbre, com suas escadas e jardins mas os quadros, tetos, móveis e esculturas que ornam seu interior são de cair o queixo. Há uma sala inteira dedicada à pintura italiana com vários Boticcelis e Tieoplos.

escada do museu


uma das lindas salas do museu


o jardim do museu

Uma parte muito agradável da mansão é seu café em estilo colonial que funciona de segunda a sábado de 11h45 às 17h30 e domingo de 11hàs 15h. Ali pode-se almoçar e depois  comer deliciosas tortas, incluindo uma feita a base de macarrons com recheio de pistache que era dos deuses!


Saindo de lá, pode-se visitar o Parc Monceau (35, Boulevard Courcelles) que funciona de 7h às 20h e fica bem pertinho do museu. É um lugar bem aprazível, cheio de pessoas fazendo piquenique, mães passeando com seus filhos e atletas fazendo cooper.

parc monceau

parc monceau
Esses são dois lugares que valem a pena conhecer em Paris.

A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM JUNHO DE 2013

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Quero minha igreja de volta





Bonjour, amigos!
A Paris de que me lembro é sempre ensolarada. Conheci Paris no verão. Era julho e haviam acabado de montar a "Paris Plages", um evento anual curioso que traz para a cidade a aura dos dias quentes na praia, sem que, contudo, haja praia em Paris. E se ela não existe, por que não criá-la, ali, bem às margens do rio Sena? É divertido passar a tarde lendo nas espreguiçadeiras e vendo as crianças correndo e montando castelinhos com aquele areia que, de fato, nem pertence àquele lugar. A "Paris Plages" é um evento temporário e não descaracteriza a beira do rio. É diferente, é interessante, mas não dura muito.
Paris se apresentou para mim assim: linda, quente, dourada de sol e com muitos turistas sorridentes e felizes. E também foi assim que me acostumei a admirá-la, afinal, foram alguns anos indo a Paris sempre na mesma época do ano e sendo brindada com essa magia que a cidade exala no verão.
É estranho ver Paris nublada, fria e melancólica.  Ruas vazias, céu cinza e vento cortante. Eu não reconheço essa Paris triste, com pessoas vestidas todas de preto ou cinza andando apressadas para fugir daquele ar frio que machuca os ossos. Essa, definitivamente, não é a minha Paris. A minha tem cores, tem azuis, amarelos, alaranjados, rosados e verdes. A minha Paris tem turistas de todas as etnias lotando suas ruas e tirando milhares de fotos, tem o bom humor dos franceses (que só aparece no verão) com sorrisos e solicitudes. Todos sempre tão dispostos a ajudar. Na minha Paris o dia amanhece as 6h mas o sol só se põe às 22h. É uma Paris de dias longos e bem aproveitados. É uma Paris com música nas ruas, nos metrôs, nas pontes. É uma Paris onde os artistas de ruas se apresentam até meia noite e trazem felicidade para tantos turistas que, como eu, nunca viram isso em seu país.
E, principalmente, a minha Paris tem uma Notre Dame imponente e que ocupa todo o centro da Île de la Cité e não essa Notre Dome acanhada em frente a uma estrutura que criaram para transformar aquele lugar num palco das comemorações pelos 850 anos da Igreja. Concordo que há motivos para comemorações, mas sem descaracterizar o local, que, infelizmente,  foi o que aconteceu. Ali, onde se ficava sentado observando a grandiosidade da mais bela igreja gótica de Paris, onde alguns artistas faziam pequenos shows com fogos de artifício, agora existe uma espécie de arquibancada, onde se pode subir e ver a Notre Dame de um novo ângulo, mais alto, porém, ficou impossível tirar foto com toda a igreja ao fundo. Espero que isso seja provisório e que, passadas as comemorações, minha Notre Dame volte a ser como era, até porque, o que sempre me encantou em Paris foi justamente esse quê de passado que ela carrega mesmo estando em pleno século XXI. Não é muito difícil, vendo a Paris de hoje, imaginar como era a Paris do século XIX com seus escritores  e pintores boêmios, suas dançarinas de cabarés e seus carruagens passeando pelas ruas. Paris pouco mudou desde que o barão de Haussmann foi prefeito da cidade entre 1853 e 1870. E é nisso que reside parte do charme da cidade. Torço para que a Notre Dame volte a ser a Igreja que sempre foi desde a reforma de Viollet-le-Duc no século XIX, reforma esta que acrescentou à estrutura da Igreja o que hoje é um de seus maiores símbolos: os gárgulas.
A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM JUNHO DE 2013

terça-feira, 4 de junho de 2013

A Paris do cinema e da vida real



Acho que eu me encantei por Paris muito antes de, de fato, me encantar por Paris. Eu tinha uns 14 ou 15 anos quando li “O corcunda de Notre Dame” e era ali que eu estava me apaixonando por Paris sem perceber. A falta de percepção se devia principalmente ao fato do meu coração pertencer à Veneza.
Ah, Veneza...
A cidade mais romântica do mundo que me encantou através de um filme que, curiosamente, era passado em Paris. O nome do filme? “Um pequeno romance” com Diane Lane (que bem mais tarde viria a protagonizar “Sob o sol de Toscana”) e Sir Laurence Olivier. Filme adolescente e até meio bobo, mas na época, eu também era adolescente e boba, e por isso me identifiquei completamente com os personagens.
A história é a seguinte: Dois jovens de 13 anos se conhecem em Paris. Ele, francês. Ela, americana. Nasce uma paixão entre eles, principalmente pelo fato de ambos se sentirem diferentes dos adolescentes de sua época. A mãe dela não aprova o namoro e, ao descobrir que o pai seria retransferido aos Estados Unidos, ela decide fugir com o rapaz para Veneza para que pudessem fazer cumprir uma lenda que ouviram de um velho amigo que conheceram acidentalmente.
A lenda dizia que se dois amantes se beijassem numa gôndola, sob a ponte dos suspiros, no pôr do sol, quando tocassem os sinos do campanário, eles se amariam para sempre.
O filme continua com a saga dos dois tentando concretizar essa lenda.
É um belo filme, embora bem açucarado (mas eu adoro filmes carregados de açúcar). Ali eu descobri Veneza e descobri o óbvio: era a cidade mais linda do mundo! Passei quase 25 para concretizar o sonho de conhecê-la, e para ter a plena certeza de que tudo o que eu vira no filme é verdade: Veneza é uma cidade de sonho!
Contudo, bem antes de eu vivenciar esse sonho, fui a Paris, assim, meio sem pretensões de me encantar pela cidade. Na verdade, ela era a paixão da minha mãe e como eu havia estudado francês, achei que seria boa ideia conhecer a tal cidade da qual tantos falavam.
Quando cheguei a Paris e me deparei com o Notre Dame, aquela do livro que eu lera há muito tempo atrás, quase não contive as lágrimas! Foi uma visão inesquecível. Foi ali, naquele momento, que Paris virou meu grande amor! Era como se a literatura, que é algo tão abstrato, pudesse se tornar concreta ali naquelas paredes, naquelas torres, naquele chão.
Veneza foi uma paixão (que ainda aquece meu coração vez ou outra), mas amor mesmo eu sinto por Paris. Aquele lugar para onde quero voltar sempre, aquela cidade onde me sinto confortável, onde me sinto em casa mesmo sendo turista. Veneza é uma cidade de sonho e Paris é a cidade real! Uma cidade onde se pode viver, onde se pode existir!
É claro que eu não moro em Paris e talvez nunca more, portanto, minha visão é única e exclusivamente a visão de uma turista que volta lá todo ano ávida por mais um pouco daquela sensação de felicidade. Não tenho a visão de uma local e nem sei se quero ter, porque temo que isso tire um pouco desse encanto, desse deslumbramento tão gostoso de sentir cada vez que volto à Paris. Ser turista em uma cidade onde me sinto tão “em casa” é maravilhoso!
Veneza me encantou por sua peculiaridade. É uma cidade única no mundo, mas Paris me pegou pelo seu dia-a-dia, e sem que eu percebesse, já estava amando esse lugar tão mágico, que Wood Allen soube traduzir tão bem em seu filme “Meia noite em Paris”.
Sou deslumbrada por Paris sim, mas só quem foi lá e se permitiu sentir a aura da cidade sabe do que eu estou falando e compartilha secretamente desse deslumbramento. Quem nunca foi não faz ideia do que é Paris, não faz ideia do que é andar por aquelas ruas, sentir aqueles cheiros, ver aquelas cores nas vitrines, nos parques, nas construções. Ir a paris é poder andar, ao mesmo tempo, no presente e no passado, em uma cidade super atual que conserva seu fascínio dos séculos anteriores. Quem nunca foi a Paris só tem duas alternativas: desdenhar de quem foi ou se render aos encantos da cidade-luz e pegar o próximo avião em busca do seu universo paralelo.

Boa viagem!
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