Sobre mim

Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.

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terça-feira, 1 de setembro de 2009

Ao mestre, com carinho

Bonjour!

Em minhas andanças pela internet, antes da viagem, descobri algo que me soou como um paraíso na cosmopolita Paris: Giverny! O local onde o mestre do impressionismo Claude Monet havia morado nos últimos anos de sua vida e onde ele havia se inspirado para criar suas mais belas obras de arte!
Eu soube da existência de Giverny, há alguns anos, quando ganhei um calendário com as belas paisagens de seus jardins. Tão belas que, até hoje, elas enfeitam a minha janela, criando em mim uma ilusão de paisagem, já que minha janela tem vista apenas para a janela do vizinho. Contudo eu não sabia a história daquele lugar nem o que ele provocara no grande mestre.

Não me lembro exatamente onde descobri a informação da Fundação Claude Monet, mas o fato é que esse lugar fazia parte integrante dos meus planos nessa viagem à França. Dito e feito! Depois que voltamos da Bélgica, inebriadas com aquele show de luzes que acontecia todos os dias na Grand Place, queríamos algo que superasse aquela maravilha e fomos a Giverny.

Giverny é, na verdade, uma região da cidade francesa Vernon. Não fica em Paris, embora seja bem perto (cerca de 1h15). O processo para chegar até lá é simples: A gente vai até a estação de trem Saint Lazare (caso vá de metrô, suba até o nível da estação) e lá há um guichê da SNCF de venda de passagens. Ali você pede para ir a Giverny (existem vários trens que vão para diversas cidades e param lá). O atendente era super simpático (sim, existem franceses simpáticos! Muitos, por sinal!) e nos disse que o próximo trem iria sair as 10h50 (eram 10h30). A passagem custou 25 euros (ida e volta para quem não tem, como eu, qualquer tipo de deconto. Para idosos, estudantes e menores de 26 anos o preço cai um pouco). O próprio atendente já nos disse qual era a plataforma e saímos andando bem rápido até ela, já que ficava meio distante de onde estávamos.
Chegamos, perguntei ao controlador se eu estava no lugar certo e diante da afirmativa dele, compostamos o bilhete e entramos ( "compostar" é colocar o bilhete em uma máquina amarela na frente da plataforma para ele ser marcado com o dia e a hora, caso não faça isso e seja pego, a multa é alta!). Aí era só apreciar a paisagem. Casinhas, muito campo, uma ou outra vaquinha lá longe, mais casinhas, um céu cheio de nuvens, mas muito bonito...

A cada estação uma voz avisa em francês e em inglês onde estamos parando. A nossa era a estação VERNON, que é a cidade onde fica Giverny. Acho que era uma ou duas estações depois de partirmos (não se preocupe, pois a hora prevista para chegada lá está impressa na passagem, é só ficar de olho no relógio, mesmo que você só fale ou entenda português). Saltamos,a estação é bem bonitinha, típica estação de trem de cidade pequena, bem parecida com aquelas que a gente vê em filmes europeus.
Ao sair, a gente foi seguindo pela direita até a lateral da estação onde fica o ponto do ônibus 240 (VERNON-GIVERNY). A fila era grande, mas todos são colocados dentro do ônibus que tem sua saída coordenada com as chegadas dos trens. Ou seja, se seu trem chegou e você está no ponto do ônibus, pegue aquele que está ali, mesmo que você tenha que ir em pé, pois o próximo só virá quando o outro trem chegar na estação ( e os horários são distantes, para se ter uma ideia, depois do nosso, só saía outro de Paris às 14h). Custa 4 euros (ida e volta, mas não deixe de guardar seu tíquete, pois terá de apresentá-lo para voltar).
O ônibus chega em uma espécie de descampado e dali, seguimos o fluxo. Todos foram até o busto de Monet que fica no meio do mato. Fotos, fotos, fotos e aí, é cada um por si para encontrar as placas que indicam "Museu Claude Monet" ou "Giverny" ou "Fundation Monet".



O caminho é bonito, cheio de casinhas que parecem saídas de um livro...a gente foi andando, andando, até que em dado momento, chegamos ao "Atelier des Nynpheas" e , é claro que, Ninféias lembram Monet...estávamos no caminho certo!
Logo adiante estava a bilheteria. Compramos o bilhete completo que dava direito à casa e aos jardins. 6 euros. Ali começava nossa viagem pelo universo mágico do pintor.
A gente já entra logo na loja de souvenirs que é um sonho! Dá vontade de levar tudo! Tem reproduções dos quadros de Monet, canetas, cadernos, postais, prendedores de cabelo, guardanapos, guarda-chuvas, espelhos, chaveiros, livros e mais uma infinidade de lembrancinhas com as mais famosos pinturas do mestre.
Claro que eu tive que tirar uma foto ao lado do retrato de Monet para mostrar a minha alegria em estar ali. Saindo dali (cuidado para não ser levado à falência, pois tudo é muito caro) demos de cara com os jardins de Monet. Aqueles que inspiraram o artista a criar tantos quadros conhecidos. Era tão lindo que não há palavras capazes de descrever as cores, o visual, a atmosfera, a aura daquele lugar!




Depois de andar pelos jardins entramos na casa onde Monet morou. Infelizmente não é permitido tirar fotos, mas eu consegui uma foto na internet da cozinha dele, que a parte mais linda de toda a casa! Ali a gente vê os móveis que ele usava, os pratos, as toalhas, as cortinas...é tudo tão especial...com uma atmosfera tão boa...




















Saindo da casa fui procurar a ponte japonesa, aquela que ele imortalizou em inúmeros quadros! Lá estava ela, cheia de gente, por sobre o lago com as Ninféias. Fácil entender porque os quadros de Monet são tão lindos e por quê ele pintou tanto! Morando em um lugar como este é quase impossível não se inspirar!



Ficamos ali um tempinho, observando, sentindo a aura do lugar...depois saímos e fomos tomar um chocolate quente em um restaurante ali das redondezas. Uma graça, até os pratos tem enfeites de flores!



Uma coisa que me chamou a atenção, no entanto, foi quando estávamos saindo e eu perguntei à garçonete onde era o banheiro, ela me indicou e ao chegar lá, havia duas cabines: uma com a inscrição "Reservado aos clientes do restaurante" (foi a que eu usei) e a outra com uma máquina de moedas que abria a porta com o preço: 50 centavos. Ou seja, quem não estivesse no restaurante e quisesse usar o banheiro, pagaria os 0,50 e entraria. Contudo não havia ninguém ali para fiscalizar! E quando eu estava lavando as mãos, uma mulher entrou e foi no de 0,50! Pura consciência! Pura honestidade! Pura estupefação a minha, pois tenho certeza de que, se fosse aqui, ninguém pagaria...é algo que impressiona alguém que vive sob a cultura do "jeitinho"!
Saindo dos jardins, passamos pelos campos de feno, também imortalizados por Monet em seus quadros.


Realmente a sensação que eu tinha era a de que estava perdida em algum quadro dele! Como naquele filme "Amor além da vida"...eu me sentia imersa naquelas cores, naquelas pinceladas, naquela textura, naquelas impressões...



Monet era mesmo um gênio e que felicidade foi poder conhecer o lugar que tanto o inspirou!
A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO DE 2009

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Paris, sempre Paris

Bonjour!

Apesar de eu já ter voltado ao Brasil há um tempinho, ainda tenho muito o que contar sobre nossa segunda semana em Paris.
Depois de uma semana em Bruxelas, finalmente voltamos pra "casa". A Bélgica é um lindo país, Bruxelas é uma cidade belíssima, mas eu estava mesmo sentindo falta de passear pelo rio Sena, de ver a Notre Dame e de sentir o clima de Paris.

Na primeira semana, nós compramos o Paris Museum Pass (aquele passe que dá direito a entrar em diversos museus da cidade, lembra?) e o usamos até o fim! Fomos a 11 atrações com o passe e eu o recomendo muito! Mesmo que vc vá ficar apenas 3 ou 4 dias em Paris, vale a pena adquiri-lo.
Contudo, na segunda semana, queríamos ir a lugares que o passe não cobria e queríamos ver mais parques, jardins e ruas, para os quais o passe não seria necessário, portanto, não o compramos novamente.

Como tínhamos tido uma excelente experiência com o ônibus turístico de Bruxelas, resolvemos também experimentar o ônibus turístico de Paris chamado L'Open Tour. Funciona da seguinte forma:
Você compra o bilhete dentro do próprio ônibus, com o motorista para 1 dia (29 euros) ou para 2 dias consecutivos (32 euros) e pode fazer quantas viagens quiser pelos 4 trajetos desse ônibus. Junto com o ingresso você recebe um folheto com as rotas e um carnê de descontos para alguns lugares que possa querer visitar.
Nós pegamos o ônibus, no primeiro dia, ao lado da Notre Dame, onde iniciava o trajeto VERDE (cada um dos 4 trajetos tem uma cor e a mesma está na frente do ônibus, exatamente pra você saber onde está indo). Esse trajeto era o chamado "Paris Grand Tour" e levava aos principais pontos da cidade, passando pela Torre Eiffel que estava lindíssima naquela manhã!

















Demos a volta completa nesse tour e na última parada, ao lado da Igreja de la Madelaine, pegamos outro ônibus para fazer o trajeto AMARELO, que levava a Montmartre, pois queríamos ir a Igreja da Sacre Coeur. Saltamos na parada adequada (pelo fone de ouvido, ficamos sabendo exatamente o que há em cada parada) e fomos até o funicular (uma espécie de bondinho/elevador) que nos levaria a Sacre Coeur. Também é possível subir de escada, sem pegar o funicular, mas achamos que compensava pagar um bilhete de metrô para subir sem tanto esforço.















Ao saltarmos do Funicular já é possível ver bem de perto aquela maravilha arquitetônica, alvo de muita polêmica entre os franceses. Alguns a acham belíssima, outros acham que é muito feio aquela mistura de estilos todos em uma mesma igreja. Divergências à parte, eu a acho linda e, mesmo subindo de funicular, ainda tínhamos que subir algumas escadas no melhor estilo Amélie Poulin!















Infelizmente é proibido tirar fotos dentro da Igreja. Saindo de lá, ficamos um tempo ali observando o lugar...um cara tocando harpa no meio da rua...















...a linda vista de Paris e as ruelas apinhadas de gente...como Paris é linda!!!Descobrimos que o "Espace Dalí" ficava ali ao lado da Basílica, então fomos ver o acervo com as incríveis esculturas do pintor surrealista. Minha mãe, que nem gostava tanto dele, já estava encantada com sua obra, pois essa era a segunda exposição que víamos dele nessa viagem. A outra foi em Bruxelas. De fato, as esculturas são o que há de melhor no trabalho de Salvador Dalí.
















Saindo de lá, tomamos um sorvete na Place de Tertre e depois pegamos nosso ônibus e saltamos na parada do Musée Grevin. Esse é o museu de cera de Paris, com um ingresso caríssimo (19,90 euros, tarifa adulto), mas tínhamos um desconto por causa do carnê que recebemos no ônibus turístico.
Esperamos mais de uma hora na fila para entrar, mas valeu a pena! O museu é simplesmente incrível! Suas esculturas de cera só faltam falar!! Perfeitas!


E o mais interessante é que não há apenas figuras de pessoas famosas, mas de épocas famosas também, como os iluministas discutindo em uma mesa, o assassinato do revolucionário Marat, da época da Revolução Francesa e alguns presos da Inquisição.















Mas o que eu mais gostei foi ver as estátuas de Quasímodo e Esmeralda, personagens de "O corcunda de Notre Dame", um dos livros que fez com que eu me apaixonasse por Paris.



Na volta, pegamos o ônibus novamente, saltamos perto de casa e fomos descansar. O dia tinha sido cansativo!
A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO DE 2009
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