Sobre mim

Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.

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sábado, 10 de setembro de 2011

Copa e Olimpíadas no Rio de Janeiro- Tô fora!

Olá, amigos!

Esse título pode parecer meio estranho para a maioria dos leitores desse blog, até porque, vocês devem estar se perguntando o motivo desse tema em um blog de viagens. A questão é a seguinte: estava eu andando pelas ruas do meu bairro, outro dia, quando fiquei na calçada esperando o sinal ficar vermelho para os carros para que eu pudesse atravessar e me dei conta de como somos diferentes dos milhares de turistas que, provavelmente, virão para cá nesses dois eventos esportivos. Depois de algumas idas à Europa e à América do Sul, percebi como nosso trânsito desrespeita o pedestre!
Em alguns países, quando o sinal fica amarelo, os moradores já começam a atravessar na faixa, pois sabem que, obviamente, aquele é um aviso para que os carros parem. Fico imaginando a quantidade de turistas desavisados que serão atropelados nas ruas do Rio de Janeiro em que os motoristas acham que estão fazendo um imenso favor ao pararem no sinal vermelho (depois que ele já está vermelho há algum tempo!).
Isso sem falar na quantidade de sinais sem faixa de pedestre, ou de lugares em que se atravessa "quando dá". Como um suíço vai compreender isso?
Outra diferença marcante é na questão do respeito dos ciclistas aos pedestres. Lá fora existem ciclovias e elas têm regras próprias, os ciclistas param em sinais como se estivessem na rua. Aqui, segundo o que andei lendo, o Rio de Janeiro é a cidade com a maior malha cicloviária do país (ai, Jizuis! ), só que isso não significa que tenhamos, de fato, ciclovias. A não ser nas praias da zona sul. Por outro lado, temos cada vez mais ciclistas e ciclistas que insistem em andar na contra-mão da rua, ou seja, o pedestre que  quer atravessar  (levando em conta que ele tenha a sorte de estar em uma via com sinalização e faixa de pedestre), além de se preocupar se os carros pararam, terá de olhar para TODOS os lados, pois, do nada,, uma bicicleta pode surpreendê-lo, vindo a toda velocidade  na contra-mão. A colisão provoca estragos sérios, acredite!
E há a questão monetária. Fora do Brasil existem moedas e 1 e 2 centavos em circulação e elas são utilizadas normalmente. Aqui, se o preço é R$2,99 já sabemos que não haverá troco para R$3,00, já que o governo alega que é muito caro fazer moedas de 1 centavo, mas os turistas não sabem disso! Eles vão ficar ali, na fila, esperando seu 1 centavo! E com razão! Ao não receberem, sairão com a sensação de terem sido lesados, já que o preço era R$2,99 e não R$3,00. Parece uma bobagem para nós, brasileiros, tão acostumados a não acreditar que moedas também são dinheiro, mas para eles será um choque.
E o transporte público? Isso é um caso à parte, principalmente aqui no Rio de Janeiro onde o metrô não tem grande abrangência. Europeu está acostumado a metrô. Fico pensando, por exemplo, em um dia em que haja um jogo no estádio de São Januário, em São Cristóvão, de manhã e outro no Maracanã, à tarde. Dois lugares tão próximos mas que só serão alcançados pelos turistas de táxi, pois não existe uma linha de ônibus que faça esse trajeto nem um metrô que atenda a esses lugares. O pior é que os bairros são tão próximos que daria até para ir a pé, se a estrutura física da cidade permitisse, mas não é possível, pois há de se passar por viadutos que são vedados aos pedestres! Como fazer os turistas entenderem isso?
Como fazer com que eles entendam que entre o Rio de Janeiro e São Paulo, locais que sediarão, provavelmente, a abertura e o fechamento da Copa do Mundo, existe apenas a possibilidade de se ir de ônibus enfrentando horas de engarrafamento na Avenida Brasil, Dutra e Marginal Tietê? Não existe um trem que cruze os meros 480 km que separam essas duas cidades.
Isso sem falar no problema dos aeroportos que, provavelmente, não ficarão prontos a tempo; na dificuldade de infra-estrutura que os aeroportos, já inchados, como Tom Jobim e Guarulhos enfrentam já hoje, sem nenhum evento para atrair milhões de pessoas.
Sem mencionar também na violência urbana que impera no Rio de Janeiro e que o governo estadual tenta, a todo custo, mascarar através de instalações de UPPs. A violência é tanta que uma parte da linha amarela está sendo chamada de "faixa de Gaza carioca". Acho que nem preciso falar mais do quesito "violência" depois disso...
Para os governos a Copa e as Olimpíadas são boas, afinal, trazem obras que podem ser superfaturadas para que eles possam roubar mais sem serem notados (haja vista a questão da obra do Maracanã que custará quase 100 milhões a menos depois que o Tribunal de Contas da União reviu o orçamento. Tá aqui, ó: http://www1.folha.uol.com.br/esporte/968277-tcu-encontra-sobrepreco-em-obra-do-maracana.shtml ).

Esses são apenas alguns dos diversos problemas que os turistas estrangeiros e nós, brasileiros enfrentaremos aqui durante esses eventos esportivos, que foram tão alardeados como "alavancadores do turismo nacional". Tenho uma certa pena principalmente daqueles marinheiros de primeira viagem que nunca vieram para as bandas da América do Sul. Fico triste de ver que temos tanto potencial, poderíamos ser uma grande nação e não apenas um país grande em termos de dimensões.
Não gosto da ideia de ter uma Copa e uma Olimpíada no meu país e na minha cidade, não vejo progresso nisso, pelo menos, não para o cidadão comum, aquele que paga seus impostos regularmente. Não pretendo estar no país na época desses eventos. Ainda não planejei nada, mas se eu puder, estarei bem longe da confusão que vai se instalar por aqui. Caso a sua intenção seja fazer o mesmo, sugiro ler o blog "Turomaquia", pois agora há um "cadernos de viagens" em que a blogueira planeja uma ótima viagem para você. Recomendo! Esse blog já me ajudou muito e acho que essa iniciativa irá auxiliar muitos que nem sabem por onde começar na hora de sair do país, mas que, assim como eu, não querem estar aqui quando Nero colocar fogo em Roma.
Eis o link: http://turomaquia.com/cadernos-de-viagem-roteiros-personalizados/
E boa viagem!
Até a próxima!

domingo, 7 de agosto de 2011

Dificuldades de se visitar um país em crise


Olá, amigos!

Estou de volta ao Brasil, mas para chegar aqui foi muito complicado! Começou com a Air France adiando nosso voo de 23h20 da noite do dia 2 de agosto para 11h40 da manhã do dia seguinte, ou seja, mais de 12 horas de atraso. Como fomos avisadas, pudemos nos organizar e procurar outro hotel, mas eu soube de gente que descobriu que o voo tinha sido trocado lá no aeroporto.
Contaram que os mecânicos da Air France estão em greve há uns dois meses e os pilotos também resolveram fazer uma greve de um fim de semana para alertar que, daqui a pouco, vai ficar inseguro voar, já que não há manutenção mecânica!
Chegamos ao aeroporto as 8h40 da manhã e logo descobrimos que o voo tinha sido atrasado para 13h30. Ficamos mais de duas horas na fila do check-in, que estava uma confusão! Depois, ainda tínhamos que passar pela imigração e raio X, ou seja, mais uma hora de fila.
Passado tudo isso, fomos até a sala de embarque esperar, olhamos o freeshop e sentamos (no chão! já que estava tudo lotado!) para esperar abrir o embarque. De repente, a tela que indica o voo mostrou que ele não sairia mais às 13h30 e sim às 14h15. Na verdade, só levantamos voo mesmo às 14h40, ou seja, desde que chegamos no aeroporto, esperamos 6 horas até conseguirmos embarcar!!! Isso nunca tinha acontecido comigo! Nem na França, nem em Buenos Aires e nem no Brasil!
O voo em si foi tranquilo, sem turbulências, mas eu descobri, em conversas pelos corredores, que naquele voo só tinha gente de voos anteriores, ou seja, todo mundo que estava ali, tinha comprado passagem para outro voo e acabou indo parar naquele voo que estava lotadíssimo!
Chegamos ao Brasil e fomos para a esteira esperar nossas malas que demoraram quase uma hora para chegar! Como o Brasil pretende sediar uma Copa do mundo e uma Olimpíada com essa estrutura de aeroporto?? Tenho pena dos estrangeiros que virão para cá.

Aliás, esse ano a Europa estava muito diferente dos outros anos. Depois das guerras árabes em que refugiados foram pedir asilo em diversos países europeus, depois das novas medidas econômicas de países como Espanha, Itália e Portugal para que sua economia não quebre e depois que o índice de desemprego chegou a alarmantes 20% em vários países europeus, começou a ficar complicado viajar para o velho continente.
É claro que isso é uma visão pessoal de alguém que não se interessa em ver a desgraça alheia para tirar proveito. Muitos brasileiros vão adorar ir para a Europa agora, onde tudo está barato e o euro está acessível, entretanto, eu via nas ruas, nos metrôs, restaurantes e lojas a insatisfação do povo, o medo estampado nos olhos de se perder o emprego, o desespero de pessoas que não tinham mais onde morar e acampavam nas praças. É muito triste ver um continente inteiro que tem um potencial cultural tão maravilhoso, ficar assim, jogado aos desígnios das bolsas de valores e políticos inescrupulosos, tanto quanto os nossos, pois, acreditem, na crise, não existe político honesto em lugar nenhum do mundo. A política do "farinha pouco, meu pirão primeiro" está em todo o ocidente.
Vi muitos mendigos em Paris, muitos pedintes na Espanha, inúmeras manifestações por melhorias nas condições de vida das pessoas, fui alertada (mais de uma vez) a tomar cuidado com meus pertences pois havia muitos ladrões por lá.
A globalização me mostrou ali o seu lado nefasto, onde o desemprego reina entre os jovens, onde a perspectiva de melhoria é nula. Vi ali, naquela Europa de 2011, um pouco do que eu via no Brasil dos anos 80 e fiquei triste. Não tanto por eles, mas por perceber que aquela ilusão que nós temos de que na Europa tudo é diferente, não passa mesmo de uma ilusão.
Só o que resta ali na Europa, de diferente, e que eu ainda pude perceber, é a confiança nas pessoas. Lá ainda se confia na palavra do outro. Basta dizer que as pessoas pressupõe que aquilo é verdade. A pergunta é: até quando isso vai durar?

VIAGEM REALIZADA EM JULHO DE 2011

Fechando a estadia em Paris com passeio de barco

Bonjour, amigos!

Hoje foi nosso último dia em Paris. Na verdade, nosso voo sairia as 23h20, mas a Air France acabou transferindo o voo para amanhã e, por isso, ficamos mais uma noite aqui. Pela manhã tivemos de trocar de hotel, pois como não estava prevista essa noite, o hotel onde estávamos não tinha mais vaga e trocamos para o mesmo hotel em que fiquei ano passado, o MontBlanc, situado na rue de la Huchette. Arrumamos nossas coisas no novo quarto e saímos para almoçar no "Café de Flore", famoso restaurante que, nos anos 60, era frequentado por Sartre e Simone de Beauvoir. Ali comi um delicioso omelete e minha mãe, um "croque monsieur" que é a versão francesa do nosso misto quente (só que bem mais incrementada). Tudo delicioso.



Dali, fomos até a "Ladurée" (21, rue Bonaparte), uma confeitaria super famosa em Paris pelos "macarrons", que são docinhos que lembram suspiros, porém mais macios e com diversos sabores. Chegando lá, descobrimos que poderíamos comer lá mesmo e fomos até a parte de restaurante (que eu nem sabia que existia) para pedirmos a nossa sobremesa. Eu comi um eclair de citron vert ( que é uma bomba com recheio de limão que estava dos deuses!!!!!!!! Que doce delicioso!!!) e minha mãe pediu o famoso macarron.
O lugar é bem bonito, com decoração meio exótica, lembrando uma praia ou algo assim bem caribenho.


De lá fomos até a rue Scribe, perto do Opera, para assistir a um filme que eu já tinha visto ano passado e tinha adorado. Chama-se "Paris Story" e, como o nome diz, conta toda a história da cidade, desde a sua fundação até os dias de hoje. É uma verdadeira aula de história parisiense e o audioguia tem em português. Custa 10 euros e demora mais ou menos 1 hora.
Dali fomos descansar no hotel até à noite pois queríamos fazer o passeio de barco pelo Sena e ver nossa linda Paris toda iluminada. Pegamos o barco das 23 h (era o último) e aproveitamos muito! A cidade fica realmente bonita ao luar!





Dali ainda fomos ver um pouco do show de rua em frente a Notre Dame, nos despedimos dela e voltamos para o hotel, já que o outro dia prometia ser bem cansativo!
A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM JULHO DE 2011
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