Hola, amigos!
Desculpem por toda essa ausência. É que ando meio sumida por
conta dos novos rumos da minha vida, mas voltei para continuar a narração da
minha viagem.
Saí de Madri após o café da manhã. Na estação Atocha-Renfe
peguei o AVE em direção a Sevilha, capital da região da Andaluzia. São 2h30 de
viagem em um trem bastante confortável. Viagem bem tranquila e céu azul lá
fora. Ao chegar na estação Sevilha-Santa Justa (que é bem simpática), peguei a
saída central. Bem em frente, passando o estacionamento, há um ponto de ônibus,
onde peguei o ônibus 32 em direção a Plaza del Duque. Essa praça é o ponto
final e são mais ou menos 15 minutos até lá, passando por ruelas estreitas,
outras nem tanto e alguns lugares que eu já havia visto em fotos. Eu estava me
encantando, pouco a pouco, por Sevilha mas ainda não tinha me dado conta.
Fiquei hospedada em um hostel chamado Nuevo Suizo, na calle
Azofaifo, que é, na verdade, um bequinho sem saída, transversal a calle
Sierpes. Super fácil de chegar a partir da Plaza del Duque. Fiquei em um quarto individual com banheiro e
gostei muito da decoração do albergue. O melhor é que o recepcionista era
brasileiro e carioca, como eu.
Depois de me instalar, resolvi passear para reconhecer a área.
E a cada passo que eu dava, era uma foto nova; a cada nova rua, um novo
encantamento. Que cidade linda!!! Eu jamais imaginei que fosse amar tanto uma
cidade, arquitetonicamente, como eu amava Veneza, mas ali em meio a
laranjeiras, a construções de mais de 600 anos, a tantas culturas e religiões
misturadas e, ao mesmo tempo, tão harmônicas, eu não pude conter o sorriso e as
lágrimas. Estava apaixonada!
E como se só a arquitetura não fosse suficiente para me
deixar feliz, andando pelas ruas, ainda dei de cara com um casal fazendo um
pequeno show de flamenco na rua. Que delícia ver aquele espetáculo sentada ali
no meio fio, numa tarde de inverno, com céu azul e sol! Pois é, sol! Porque, de
todas as cidades que visitei nessa minha viagem, Sevilha era a mais quente.
Fazia uns 15 graus, o que é considerado
bem alto para janeiro na Europa.
Depois de rodar umas 3 horas pelas ruas coloridas da cidade,
resolvi almoçar em um dos pequenos restaurantes que rodeiam a catedral. E naquele momento, sentada em frente à belíssima
Catedral com sua Giralda, ouvindo um violão doloroso e solitário ao fundo, compreendi
a frase de João Cabral de Mello Neto: “No hay que cilvilizar el mundo, hay que
sevillizar el mundo!”
VIAGEM REALIZADA EM JANEIRO DE 2016