Sobre mim

Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.

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domingo, 22 de agosto de 2010

Um passeio por Cinque Terre

Ciao, amigos!

Essa noite eu dormi muito bem! Fazia um tempo que eu não dormia em cama de casal. O mais chato de viajar sozinha é ter de dormir em cama de solteiro, ainda mais depois de tantos anos acostumada a dormir naquela cama enorme só pra mim!
Acordei 10 horas, tomei café no apto e fui explorar as outras vilas. Comecei pela “Via dell'amore”, uma pequena trilha de 1 km à beira mar margeando o penhasco que liga Riomaggiore a vila seguinte chamada Manarola. A vista é linda! Esse caminho tem esse nome porque os casais apaixonados colocam ali seus nomes em cadeados para nunca mais se separarem. É romântico. Há um túnel com espaço nas paredes para os casais escreverem seus nomes e diz a lenda que o casal que escreve seu nome ali fica junto para sempre.




Depois de mais ou menos 30 minutos de caminhada, chega-se a Manarola, uma vilazinha bem parecida com Riomaggiore, mas com uma praia que tem uma espécie de piscina natural formada pelas pedras. Dizem que é em Manarola o melhor mergulho da região. Pelo que vi do mar, eu não duvido.


A vila seguinte chama-se Corniglia, mas resolvi pulá-la e ir, de trem, até a próxima chamada Vernazza. Comprei o “Cinque Terre Card” para um dia, custou 8,50 e dá direito a viagens de trem por todas as vilas da região, à entrada na Via dell'Amore e ao ônibus turístico que passeia em cada uma das cinco vilas (,as esse eu não usei). Vernazza é maior que as outras vilas e é bem bonitinha. Com uma praia de pedra e um mar lindo! Subi até o Castelo Dorian, de onde se tem uma vista privilegiada. Tirei várias fotos! Almocei em Vernazza. Comi bruschetta mista como entrada (mas a de Campos do Jordão continua sendo imbatível!) e pizza marguerita. Gostoso.



De lá, peguei o trem para a última das cinco vilas chamada Monterosso al Mare. Ela é praticamente só orla e é a que mais se parece com a ideia que nós, brasileiros, temos de praia, pois há uma pequena faixa de areia onde as pessoas colocam suas barracas de praia. Essa é livre e não é preciso alugar um espaço para curtir o sol. Contudo o sol, a essas alturas, já estava muito forte (pelo menos pra mim que não estou acostumada) e achei que era hora de embora.


Peguei o trem em Monterosso e depois de uns 40 minutos estava em Riomaggiore. Passei no mercado para comprar o jantar e fui para o apto pois estava cansada de andar o dia inteiro no sol, ainda mais subindo e descendo penhasco, escada e afins...
Foi bom porque pude ver o maravilhoso pôr do sol aqui da varanda do apto. Uma beleza! E fui arrumar minha mala para ir embora de volta para Milão amanhã, onde vou apenas pernoitar até segunda-feira para poder pegar meu trem de volta à Paris! Ah, Paris! Não vejo a hora de retornar à organização francesa! Estou cansada da Itália.


Estive em 6 regiões italianas e em 9 cidades diferentes (Lombardia- Milão; Vêneto- Veneza; Toscana- Firenze, Lucca e Viareggio; Lazio- Roma, Campania- Napolis e Pompeia ; Ligúria- Cinque Terre), isso porque não estou contando Verona pois só passei duas horas lá e porque estou contando as Cinque Terre apenas como uma cidade, já que fazem parte da mesma comunidade. Acho que depois disso tudo eu pude ter uma boa noção de como é a Itália e posso ter a certeza de que não quero voltar tão cedo. A não ser a Veneza, mas essa é um caso à parte! Veneza é especial demais pra mim e está nos meus planos retornar a ela com o meu amor, porém, tirando Veneza que faz parte de um universo paralelo, não pretendo mais voltar à Itália em breve. A comida é boa; as pessoas são simpáticas; a língua é, relativamente, fácil de entender, mas tudo aqui é parecido demais com o Brasil. Muito desorganizado para o padrão que eu considero como europeu. Gostei da Itália, mas não o suficiente para querer retornar (espero que o leitores desse blog não resolvam me crucificar por dizer isso!) e não vejo a hora de voltar a Paris, onde realmente me sinto na Europa. Vou aproveitar minha longa estadia para conhecer outras cidadezinhas da França e poder ter uma noção maior e melhor do país, pois até agora só conheço Paris, Vernon e Yvoire. Quero aproveitar ao máximo, pois dificilmente farei outra viagem desse tamanho à Europa novamente.


Arrivederci!

Cinque Terre, um lugar para descansar

Ciao, amigos!

Finalmente deixei a cidade eterna! E sem jogar a moeda na Fontana di Trevi, afinal, não pretendo voltar à Roma. O trem saiu na hora e cheguei em La Spezia faltando exatamente 5 minutos para fazer a baldeação com o trem que me levaria para Riomaggiore, onde aluguei um apartamento por 2 dias a 80 euros por dia. La Spezia está a apenas uma estação de Riomaggiore e quando se chega, dependendo de em qual vagão você está, irá saltar dentro de um túnel. É estranho, dá a impressão que não é ali, mas é! Eu já havia lido sobre isso em algum blog, por isso, não tive dúvidas de estar no lugar certo. Saindo do túnel, a gente dá de cara com aquele lindo mar dourado!

O rapaz do apartamento estava me esperando na estação. Passei no posto de informação turística para pegar um mapa ( que não adiantou muito porque a cidade é composta de vielas sem nome) e fui com ele até o apto que é uma gracinha, super bem localizado, com vista pra o mar! Adorei! O único inconveniente é a quantidade de escadas para subir e descer, mas eu queria o quê em uma cidade cujas casas ficam incrustadas no penhasco? O rapaz me ajudou com a mala (que a essas alturas já está realmente pesada) e me mostrou como funcionava tudo. Deixei as coisas e fui dar uma volta para me orientar e, óbvio, me perdi (até aqui eu consegui essa proeza!). Acabei indo parar na praia, que é muito diferente das praias que conheço no Brasil. A daqui não tem faixa de areia, apenas um monte de pedras onde as pessoas estendem suas cangas e tomam sol. Existem umas escadinhas de pedra para descer, achei meio perigoso, mas o povo daqui deve estar acostumado, porque essa é a terceira praia que vejo durante essa viagem que é feita de pedras. Foi assim também em Viareggio e Nápolis. Faixa de areia eu só vi no Lido de Veneza.


Tirei umas fotos e acabei achando o caminho para voltar para o centro, na rua principal (e praticamente a única!) da vila. Passei no mercadinho e comprei algumas coisas para o almoço. O apto não tem cozinha, mas tem um frigobar e um micro-ondas, suficiente para eu fazer um macarrão instantâneo com molho de tomate da região e pedacinhos de tomate-cereja. Hum! Delícia! E o mais legal foi comer na varandinha vendo um belíssimo pôr do sol!! Aliás, a vista desse apto é um escândalo de linda!





Arrumei minhas coisas e resolvi sair um pouco à noite para ver como é o vilarejo nesse horário. Todas as lojinhas já estavam fechadas, abertos só os restaurantes. Porém eu dei sorte porque ia acontecer um espetáculo de música na cidade hoje e fui para a praça central que fica a 3 minutos a pé do apto. Uma moça estava cantando músicas italianas. Foi bom. Fiquei ali um pouco, tirei umas fotos e ouvi um pouco de música. Depois voltei pra casa. Tudo muito tranquilo. Riomaggiore é uma vila de pescadores e todos se conhecem. É pitoresco. Amanhã vou conhecer as outras quatro das Cinque Terre.

Arrivederci!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO DE 2010

Nápolis e Pompeia, um passeio pela história

Ciao, amigos!

Ontem fiz um passeio bem divertido! Fui à Pompeia, aquela cidade que foi devastada pelo Vesúvio em 79 d.C.
É que meu hotel tinha um convênio com uma companhia de viagens e fazia a excursão pra lá, então, como eu não estava gostando de Roma mesmo, resolvi ir. Foi ótimo! A primeira parada é em Nápolis, uma cidade balneária que foi colonizada pelos gregos, tanto que seu nome vem de “Nea Polis” (nova cidade). Ali tiramos umas fotos e tivemos uma bela visão do Vesúvio (cujo nome significa “montanha que cospe fogo”).



Seguimos com o ônibus para Pompeia, mas antes de visitarmos as ruínas, paramos para almoçar em um restaurante chamado “Santuário”com uma comida deliciosa, com direito a primeiro prato (macarrão a bolognesa); segundo prato (vitela com legumes) e sobremesa (melão cortado em fatias). Já abastecidos fomos ver a parte mais esperada do passeio: as ruínas de Pompeia! Tínhamos um guia local, muito simpático, que falava espanhol e ia nos explicando tudo com muita paciência.
Descobri que a cidade tinha, na época, 13 mil habitantes, dos quais cerca de 3 mil morreram com as cinzas expelidas pelo vulcão. Sim, porque o que matou aquela gente não foi a lava (esta sepultou a cidade de Herculano) e sim as cinzas e os gases provenientes da nuvem piroclástica formada pela erupção do Vesúvio.
As escavações em Pompeia começaram no ano de 1748 e ali encontraram 7 metros de cinzas. Tanto que a entrada é por algo que deveria ser uma janela, visto que está a 7 metros acima do nível da cidade.


Foi impressionante visitar o que sobrou daquela cidade que, segundo nosso guia, foi extremamente rica. Ele foi nos mostrando o teatro que tinha uma acústica perfeita e cabia 12 mil pessoas sentadas...


...As casas de pessoas abastadas, com afrescos nas paredes. Descobri que, em Pompeia, uma das coisas que as pessoas ricas gostavam de fazer para se divertirem era comer. E comer muito! Por isso, dentro das casas dessas pessoas, existia um espaço ao lado da sala de jantar chamado “vomitório”, afinal o estômago humano tem um limite e como eles passavam o dia em volta da mesa comendo, tinham que fazer caber toda aquela comida.



Também descobri que Pompeia era quase uma cidade como Sodoma e Gomorra (será que por isso ela foi banida do mapa pelo vulcão? Seria a ira de Deus?) e uma das atividades principais das mulheres era a profissão mais antiga do mundo. Visitamos um prostíbulo e vimos afrescos nas paredes que deixariam o Kama Sutra no chinelo! Impressionante!


Vimos também um local que, originalmente, era um templo e que deveriam ter várias estátuas, pois sobraram os pedestais. O guia nos contou que 10 mil pessoas sobreviveram ao vulcão, mas precisavam reconstruir sua cidade, então,passado algum tempo, elas voltaram à Pompeia para pegar o que havia sobrado e levaram consigo as estátuas que, embora fossem obras de arte (e eles sabiam bem o valor da arte), eram feitas de mármore e o mármore aquecido a 400 graus vira pó de cal, a base para a construção de novas casas. Foi assim que as obra de arte pompeanas viraram novas casas no que é conhecido hoje como “Nova Pompeia”.


Ao longo do passeio fomos descobrindo hábitos comuns aos habitantes de Pompeia, como por exemplo, quando queriam escovar os dentes eles usavam uma mistura de pó de pedra pome com urina (não existia pasta de dente naquela época!), depois para desinfetar a boca, lavavam-na com uma mistura de água, vinho e mel.
Descobrimos também que o hábito de abrir a porta para dentro de casa foi criado ali, pois o espaço público terminava na soleira da porta, dali para dentro era espaço privado, logo, abrir a porta para dentro significava não pagar impostos. E os pompeanos já tinham até um sistema de porta de correr. Bem evoluídos!
No fim da visita chega-se ao ponto mais macabro e mais triste: os corpos preservados. A história é a seguinte: Quando começaram as escavações, em 1748, acharam ali quase 3 mil corpos preservados pelas cinzas, contudo, a medida que eles iam entrando em contato com o ar, iam se decompondo, já que não havia mais material orgânico dentro dos corpos. E ao se decomporem iam perdendo a forma original em que foram encontrados. Em 1800, um cientista chamado Fiorelli teve a brilhante ideia de injetar gesso líquido dentro dos corpos, assim conseguiria preservá-los na posição original. É isso o que vemos hoje. São corpos, mas com gesso dentro. Por isso são chamados de moldes. É uma visão impressionante, principalmente quando se percebe que alguns tinham a exata noção do que aconteceria com eles, pois estavam com as mãos na frente do nariz e da boca, como que querendo se proteger da inalação dos gases. Muito triste.



Depois ainda vistamos a termas com um incrível sistema para a condensação de água nas paredes e o passeio termina.



Voltamos no ônibus até perto do hotel. Cerca de 3 horas de viagem. Dali ainda saí com a Beatriz,, uma brasiliense que conheci na excursão e fomos dar uma última volta por Roma para vê-la iluminada. Não vi muita graça, não, mas de qualquer modo, foi um dia realmente divertido! Com muita história e muitas coisas diferentes para ver! Gostei de ter ido a Pompeia, foi um dinheiro bem gasto! Cheguei ao hotel tarde, tomei um banho e caí na cama, pois hoje teria de acordar cedo para fazer o check-out e me dirigir a Cinque Terre. Nesse momento em que escrevo esse post, estou no trem a caminho de La Spezia, onde farei uma baldeação até Riomaggiore, a primeira das cinco terras que irei visitar. Vou passar apenas dois dias lá em um apartamento alugado e espero que seja o mais próximo possível do que eu planejei. Provavelmente não terei internet por lá e vocês estarão lendo esse post na segunda, quando eu já estiver em Paris.

Arrivederci!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO DE 2010
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