Nessa
minha última viagem à Europa, retornei a algumas cidades italianas que eu já
conhecia, mas que minha mãe ainda não. A primeira delas foi Milão, que fica no
norte da Itália. Pegamos o trem na Gare de Lyon, em Paris, e, como eram muitas horas de viagem (7h30) ,
achamos por bem comprar o assento de primeira classe já que a diferença de
preço para o de segunda era de apenas 15 euros. E esses 15 euros a mais valem cada centavo,
pois o conforto entre as classes faz diferença! Em primeiro lugar, a cadeira
reclina! Garanto que, depois de 2h sentado em uma cadeira não-reclinável, você
também vai achar que vale pagar mais. Em segundo lugar, há um garçom que nos
traz um cardápio, a gente escolhe o que quer comer e ele traz a comida na cadeira, além de vir
cobrar o valor ali também (pois é, comida incluída no preço da primeira classe,
só consegui mesmo no trem para a Suíça). Parece bobagem, mas quando se está num
trem de alta velocidade, o fato de andarmos pelo corredor carregando uma
bandeja com comida quente não parece muito seguro. Além disso, as cadeiras têm tomada individual
para carregar eletrônicos, o que, em 7h30, pode fazer alguma diferença.
Isto
posto, vamos às considerações sobre Milão. Na verdade, ficamos hospedadas duas
vezes em Milão nessa viagem, uma na ida e outra na volta de Paris. Muita gente
acha bobagem ir e voltar pela mesma cidade, mas não me arrependi, já que nos
deu mais tempo nessa cidade que descobri ser interessante e agradável. Milão me parece uma cidade meio blasé, com um
ar meio carioca que eu já tinha sentido quando fui em 2010 e isso me agrada
bastante pois me dá uma sensação de acolhimento, sem falar que o fato dela
estar na Itália, mas ter fronteiras muito próximas à Suíça, faz de Milão uma
cidade organizada, sem aquela zona típica das cidades italianas. É uma cidade
limpa e bem cuidada, onde as pessoas são educadas e não gritam o tempo todo. Nem parece italiana!
Da
primeira vez, ficamos em um hotel perto da Estação Centrale (de onde
partiríamos para Florença) em um hotel chamado “Hotel New York”, que recomendo
muito! Limpo, equipe simpática, com elevador, quartos grandes, com frigobar e
café da manhã (que era muito gostoso!). E o melhor: preço acessível!
No
dia em que chegamos, aproveitamos para conhecer (no meu caso, rever) o Duomo de Milão. Demos sorte, pois como era
pôr do sol, a luz estava especialmente bonita. Resolvemos subir no Duomo, pois
eu tinha lido em vários blogs que tinha elevador, então achamos que seria um
passeio tranquilo e sem grades esforços,
até porque estávamos cansadas da viagem. Doce ilusão! Compramos o ingresso numa
lojinha que fica ao lado do Duomo (paga-se 2 euros para entrar na catedral e
mais 15 euros para subir de elevador, caso prefira as escadas, paga-se 11
euros). Tiramos fotos dentro do Duomo, vimos tudo e, finalmente, resolvemos
subir ( a subida fica fora da catedral, numa outra entrada à esquerda). Qual
não foi nossa surpresa quando, lá em cima, descobrimos que o elevador só levava
a um patamar e que teríamos que subir TODOS os outros de escada?
Só que ninguém avisou isso! Nem nos blogs que
eu li e nem na hora que compramos o ingresso. E não eram poucos lances de
escada a subir, eram mais de 10 lances com uma média de 10 a 12 degraus cada,
todos em pedra, de altura irregular e sem corrimão. Ou seja, o passeio se
tornou uma prova de esforço físico. Tentamos até descer pelo elevador que
viemos, mas não era possível, só subindo tudo para se chegar no elevador que
descia, que era outro.
A vista era bem bonita e o pôr do sol ajudou as
fotos a ficarem bem bonitas, mas como estávamos muito cansadas, nem aproveitamos
direito.
Enfim, fica a dica: se for subir ao Duomo de
Milão, prepare-se para subir muitas escadas, ainda que você pague o ingresso
para o elevador!
O outro hotel que ficamos em Milão ficava ao
lado da outra estação de trem, a Garibaldi (de onde saía nosso trem para Paris)
e esse é um lugar mais moderno e mais chique. O nome do hotel era “Atahotel
executive”, na Via Don Luigi Sturzo, atravessando a rua da estação. Lindo, chique,
enorme! Aliás nunca fiquei em um hotel tão chique e com um quarto tão grande.
Frigobar, TV, chaleira elétrica com café e chá de cortesia, amenidades de banho
de ótima qualidade e uma equipe bem simpática. O quarto tinha até sofá e mesa
com 4 cadeiras! Não tomamos café da manhã (que estava incluído) pois nosso trem
saía às 6h da manhã. Ao lado de hotel, almoçamos em um restaurante bem gostoso chamado
“Pret a Panin” que tinha uma vibe bem natural, com muitas opções de salada. Foi
maravilhoso comer legumes grelhados com frango e um tempero delicioso! Ali, bem
do ladinho, também tem uma sorveteria de comer rezando! Cada sorvete incrível,
aliás, como são todos os sorvetes italianos. Taí uma coisa que esse povo faz
melhor que todos: sorvete!
Aproveitamos que passaríamos uma tarde em Milão
e fomos conhecer a Piazza Scala, atrás da Galeria Vittorio Emmanuelle, que tem
uma linda estátua de Leonardo da Vinci bem em frente ao famoso Teatro Scala de
Milão (que, infelizmente, não estava aberto à visitação).
Depois pegamos aquele ônibus turístico hop on,
hop off e rodamos um pouco para ver a cidade. Castelo Sforzesco, fachadas de
prédios bem bonitas, a Igreja de Santa Maria della Grazie, onde está o afresco “A
última ceia”, de Leonardo da Vinci, as docas da cidade, a maior e mais antiga
árvore milanesa, enfim, vários lugares bonitos que valem o passeio.
Gostei muito de rever Milão nessa viagem. Eu me
lembrava pouco da cidade e foi muito bom relembrar essa cidade que, embora
esteja na Itália, é tão pouco italiana.
Arrivederci!
VIAGEM REALIZADA EM JULHO DE 2015