Sobre mim

Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.

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segunda-feira, 25 de abril de 2016

Touros e Flamenco: nada mais andaluz!

Hola, amigos!

Hoje acordei mais tarde. Estava cansada da maratona de ontem. Tomei meu café no albergue e parti para o Museu de Belas Artes de Sevilha ( funciona de terça a sábado de 9h às 19h30 e aos domingos de 9h às 15h30. Ingresso: 1,50 euros) . No meio do caminho me deparei com belos prédios. Um deles me chamou atenção e depois eu descobri que era um shopping! Como eu queria ter um desses na minha cidade: que lugar lindo! Aliás, estou me tornando repetitiva aqui no blog, mas não há outra palavra capaz de definir tudo o que eu estava vendo: beleza, beleza e mais beleza. Palavra que define também o museu de Belas Artes, cujo acervo é praticamente só de obras religiosas, com direito a obras de Velásquez e El Greco, além de um artista sevilhano chamado Bartolomé Estevan Murillo.

Por incrível que pareça, isso é um shopping!
Interior do Museu de Belas Artes
Obra de Murillo, pintor sevillano


Obra de El Greco



Obra de Velasquez
Saindo do museu fui conhecer a Plaza de Toros La Maestranza (funciona todos os dias de 9h30 às 19h. Ingresso: 7 euros) que é o templo das touradas em Sevilha. Não vou aqui me manifestar em relação ao que penso sobre as touradas, pois já fiz isso no post de Madri, mas posso dizer que, independente de qualquer posicionamento, a visita vale a pena. É guiada em espanhol e inglês e a guia nos leva para todos os pontos importantes da arena, incluindo um museu taurino com quadros de toureiros famosos em Sevilha como Belmonte (aquele mesmo retratado no filme “Meia noite em Paris”) , Varelito e Manolo Vasquez, além de nos mostrar os ricos trajes dos toureiros e nos contar, com detalhes, todo o passo-a-passo de uma tourada e nos explicar a importância dela para a cultura espanhola, em especial, para a cultura andaluza.  

Plaza de Toros de la Maestranza


Quadro de Belmonte

Trajes 
Saí da plaza e fui até a margem do rio Guadalquivir, atravessei a ponte e cheguei ao Mercado de Triana, o mercado municipal de Sevilha. Um lugar que vende frutas, legumes e pescados e onde podemos comer uma comida  bem feita e barata.  Pedi tapas. Aliás, estou amando comer tapas em Sevilha! Comi paella, vieira gratinada e camarões. Tudo delicioso e super fresco! Preço imbatível: 20 euros incluindo a bebida!

Atravessando o rio 




Ali, ao lado do mercado, existe um castelo chamado Castelo de São Jorge, mas na hora que cheguei, ele estava fechado e não pude visitá-lo, infelizmente.

Castelo de São Jorge
Voltei a pé para o hostel, aliás, tenho andado basicamente a pé pela cidade. Tirando a estação de trem, que é mais distante, todo o resto é perto e dá para ir a pé, sem grandes sacrifícios. Uma das coisas que eu queria muito fazer em Sevilha era assistir a um show de flamenco e descobri um lugar bem perto do hostel chamado “Casa de la Memoria” que tinha show com preço acessível (18 euros por 1h20 de show). Comprei meu ingresso no dia anterior e depois de descansar um pouco no hostel, me arrumei para ir ao show. O lugar é uma graça. Todo decorado com inspiração árabe. A sala onde acontece o show é pequena, devem caber umas 100 a 150 pessoas, no máximo e, mesmo chegando com meia hora de antecedência, ela já estava lotada! Já no início nos avisam que não é permitido fotografar ou filmar durante a apresentação e que no final, os artistas avisarão que o último número poderá ser filmado ou fotografado.


Sentei numa das poucas cadeiras livres e, pontualmente às 20h, o show teve início. Um rapaz no violão, outro cantando e marcando o compasso com as mãos e um casal dançando. Apenas isso. E durante pouco mais de uma hora isso foi o suficiente para nos transportar ao mundo emocionante do flamenco! Fiquei encantada! Chorei durante boa parte da apresentação e, quando eu olhei para o lado, só vi as pessoas enxugando as lágrimas também. Que música linda! Que dança forte! Era exatamente aquele tipo de show intimista e tocante que eu queria e esperava assistir em Sevilha. Até porque esta sempre foi a cidade que, para mim, reunia todo o arquétipo do que é ser espanhol! E ela não me decepcionou, muito pelo contrário, saí de lá muito feliz! E fui dormir leve, leve, ainda ouvindo, nos meus sonhos, aquela melodia emocionante do flamenco! 
Até a próxima!

VIAGEM REALIZADA EM JANEIRO DE 2016

sábado, 23 de abril de 2016

Sevilha: onde árabes e cristãos creem no mesmo deus

Hola, amigos!

Acordei cedo! Não via a hora de explorar essa cidade tão bonita que eu tinha conhecido no dia anterior.  Sevilha me esperava lá fora mas antes eu precisava abastecer as energias no delicioso café da manhã oferecido pelo albergue (e que fazia parte da diária).
O primeiro ponto que eu queria visitar era o Real Alcazar, o palácio onde a família real fica, até hoje, quando visita a cidade.


Sevilha  foi conquistada pelos árabes em 713 e a arquitetura mourisca do Real Alcazar mostra isso muito bem. O melhor é que, na Andaluzia, assim como em Veneza, essas construções foram preservadas mesmo após a queda de Constantinopla quando o mundo passou a ser cristão. Acho mesmo que eles não tiveram foi coragem de acabar com algo tão belo. Os detalhes do teto, as pinturas das paredes, os azulejos das escadas, os jardins tão arrumadinhos. Como destruir tanta beleza?  Eles apagaram a história e a cobriram com a história cristã, mas a arquitetura, para nossa felicidade, foi mantida!






Passei quase 4 horas lá dentro, fotografando tudo o que eu podia e, acreditem, as fotos não chegam nem perto do impacto que se tem diante de toda aquela grandiosidade. A estrutura lá dentro é bem bacana para o turista: tem banheiros limpos, um restaurante e uma cafeteria. Na saída, há uma lojinha com diversas lembrancinhas fofas. Um pouco caras, mas há presentes bem originais que valem o preço.
Saindo do Real Alcazar, fui à Catedral, que, por fora é simplesmente DESLUMBRANTE, mas que me pareceu um tanto escura dentro, embora seja igualmente grandiosa, afinal ainda ostenta o título de maior catedral gótica do mundo. Ela começou a ser construída por volta de 1400, no lugar onde havia uma mesquita. O órgão é de cair o queixo de tão lindo e diz a lenda que lá estão guardados os restos mortais de Cristóvão Colombo, de quem os sevilhanos têm enorme orgulho, já que teria sido de lá que o navegador teria saído para descobrir a América.









O órgão de cair o queixo

Túmulo de Colombo

Altar da catedral
Dentro da Catedral há um acesso para a Giralda, que nada mais é que o campanário da Igreja. Ela mede pouco mais de 104 metros de altura e foi transformada em patrimônio da humanidade pela UNESCO em 1987. São 34 pequenas rampas para subir, mas a medida que se vai subindo, já dá para se ter, através de suas aberturas, uma ideia de como a cidade é espantosamente linda! Quando a Giralda foi construída, ela era a construção mais alta da sua época e foram feitas rampas, no lugar de escadas, para que o encarregado de chamar os fiéis para a oração através dos sinos, pudesse subir a cavalo.
A vista lá de cima é tão deslumbrante que, para mim, só pode ser comparada à vista do campanário de Veneza. É verdade que, a essas alturas, eu já estava perdida de amores por Sevilha, mas acho impossível um ser humano, minimamente normal, não se encantar diante de tamanha beleza. Nem sei quanto tempo fiquei lá em cima clicando, clicando e clicando. E depois desse tempo, fiquei outro tanto apenas observando, apenas sentindo aquela paisagem diante dos meus olhos, quase em êxtase.
Desci as rampas como uma criança saltitante na floresta, feliz de ter desfrutado daquele momento especial, ainda mais  porque, quando eu estava lá em cima, os sinos começaram a tocar, tal qual como aconteceu em Veneza.


Saindo da catedral e ainda extasiada com tudo o que eu tinha visto, fui andando até as margens do rio Guadalquivir, ponto de interseção entre o Mediterrâneo e o Atlântico e onde Sevilha teve um dos mais importante portos do mundo. É ali que está uma importante torre mourisca, construída em 1221, chamada Torre del Oro. O nome se deve aos seus azulejos dourados   da fachada. No interior há um museu naval com gravuras de Sevilha do século XVI, além de réplicas em miniatura das mais famosas caravelas de Colombo: Santa Maria, Pinta e Niña. São pouco mais de 100 degraus para se chegar ao topo e a vista vale a pena!






Saindo de lá, já estava cansada e, a essas alturas morrendo de fome também, então resolvi ir a um restaurante de tapas chamado Genova, que fica na Avenida de la Constitución, bem perto da Catedral, em frente ao Starbucks. O lugar é delicioso e tem um cardápio com tapas bem diferentes e baratos. Comi muito bem por menos de 15 euros, incluindo a bebida.




Voltei andando para o albergue e observando as belas vitrines da cidade. 
Questões práticas: (os horários colocados aqui são de inverno, portanto, podem sofrer alterações no verão)
·         O Real Alcazar abre de segunda a domingo, de 9h30 às 17h e o ingresso custa 9,50 euros. 
·         A Catedral + Giralda abrem de terça a sábado, de 11h às 18h e domingo de 14h30 às 18h e o ingresso custa 9 euros (válido para entrar nas duas).
·         A Torre del Oro abre de segunda a domingo de 10h30 às 18h45 e o ingresso custa 3 euros.    
                         VIAGEM REALIZADA EM JANEIRO DE 2016


quinta-feira, 21 de abril de 2016

A Sevilha de João Cabral agora é minha também!

Hola, amigos!
Desculpem por toda essa ausência. É que ando meio sumida por conta dos novos rumos da minha vida, mas voltei para continuar a narração da minha viagem.
Saí de Madri após o café da manhã. Na estação Atocha-Renfe peguei o AVE em direção a Sevilha, capital da região da Andaluzia. São 2h30 de viagem em um trem bastante confortável. Viagem bem tranquila e céu azul lá fora. Ao chegar na estação Sevilha-Santa Justa (que é bem simpática), peguei a saída central. Bem em frente, passando o estacionamento, há um ponto de ônibus, onde peguei o ônibus 32 em direção a Plaza del Duque. Essa praça é o ponto final e são mais ou menos 15 minutos até lá, passando por ruelas estreitas, outras nem tanto e alguns lugares que eu já havia visto em fotos. Eu estava me encantando, pouco a pouco, por Sevilha mas ainda não tinha me dado conta.


Fiquei hospedada em um hostel chamado Nuevo Suizo, na calle Azofaifo, que é, na verdade, um bequinho sem saída, transversal a calle Sierpes. Super fácil de chegar a partir da Plaza del Duque.  Fiquei em um quarto individual com banheiro e gostei muito da decoração do albergue. O melhor é que o recepcionista era brasileiro e carioca, como eu.
Depois de me instalar, resolvi passear para reconhecer a área. E a cada passo que eu dava, era uma foto nova; a cada nova rua, um novo encantamento. Que cidade linda!!! Eu jamais imaginei que fosse amar tanto uma cidade, arquitetonicamente, como eu amava Veneza, mas ali em meio a laranjeiras, a construções de mais de 600 anos, a tantas culturas e religiões misturadas e, ao mesmo tempo, tão harmônicas, eu não pude conter o sorriso e as lágrimas. Estava apaixonada!


E como se só a arquitetura não fosse suficiente para me deixar feliz, andando pelas ruas, ainda dei de cara com um casal fazendo um pequeno show de flamenco na rua. Que delícia ver aquele espetáculo sentada ali no meio fio, numa tarde de inverno, com céu azul e sol! Pois é, sol! Porque, de todas as cidades que visitei nessa minha viagem, Sevilha era a mais quente. Fazia uns 15 graus, o que é  considerado bem alto para janeiro na Europa.




Depois de rodar umas 3 horas pelas ruas coloridas da cidade, resolvi almoçar em um dos pequenos restaurantes que rodeiam a catedral. E  naquele momento, sentada em frente à belíssima Catedral com sua Giralda, ouvindo um violão doloroso e solitário ao fundo, compreendi a frase de João Cabral de Mello Neto: “No hay que cilvilizar el mundo, hay que sevillizar el mundo!”


VIAGEM REALIZADA EM JANEIRO DE 2016

terça-feira, 1 de março de 2016

Uma deliciosa volta à bela capital da Espanha

Hola, amigos!
Saí de Nîmes pela manhã, peguei um trem e 5h30 depois eu estava descendo na estação Atocha em Madri. Fiquei em um hostal chamado Maria Luisa, numa rua transversal a Gran Via e bem pertinho da estação de metrô de mesmo nome.  Foi fácil chegar de metrô, já que eram apenas 5 estações desde a estação Atocha Renfe. Sem precisar de baldeações, o que facilita muito quando se está de mala, contudo, minha mala não está leve e foi complicado subir algumas escadas no metrô com ela.  Saí do metrô e adivinhem? Estava chovendo! Pois é...em viagens temos que lidar com alguns imprevistos. Ainda bem que eu estava com meu casacão impermeável já que usar guarda-chuva seria impossível carregando mala, mochila e bolsa.
O hostal era perto e não tive de andar muito tempo na chuva. Ele tinha elevador, mas para chegar lá era preciso subir 2 ou 3 degraus com a mala. A moça que me recebeu era bem simpática e o pagamento é feito na chegada. O quarto era grande, com cama de casal, embora eu tenha reservado um quarto individual, ar condicionado (que obviamente não usei), TV com vários canais, frigobar e banheiro no quarto. O único inconveniente era a calefação que era ligada e desligada pelo pessoal do hostal. No quarto não há controle sobre isso e passei frio em algumas horas da noite. Mas se não for inverno, acho que é uma boa alternativa de hospedagem já que a localização é maravilhosa! A região é cheia de lojas, restaurantes, bares, mercados (tem um Carrefour a uns 20 metros do hotel), tem metrô e ônibus e dá para ir a pé a vários pontos turísticos da cidade. Passei apenas 3 noites em Madri, pois eu já conhecia a cidade, mas foi um retorno bem agradável já que vi uma Madri diferente dessa vez.
Nos dias seguintes, a chuva parou e um lindo céu azul se abriu sobre a cidade. Aproveitei pra passear um pouco e ver lugares bem lindos já que Madri  é uma cidade de belos prédios, com ruas largas e alguns monumentos bem bonitos.  Fui rever alguns lugares onde eu tinha estado em 2011 como a Plaza Mayor e a Puerta del Sol.

Plaza Mayor ao anoitecer

Pôr do sol na Puerta del Sol
Fui ao Museu Thyssen-Bornemisza numa segunda-feira à tarde pois nesse dia a entrada é gratuita (nos outros dias custa 10 euros). Esse museu é lindo! Com acervo enorme e riquíssimo! Muitas e muitas salas de tirar o fôlego em seus 3 andares. Realmente, para quem gosta de arte, é um museu imperdível! E dentro dele há um café que tem um cardápio variado e não muito caro. Vale a visita.
Outro lugar bem interessante de visitar em Madri é o Mercado San Miguel, um lugar delicioso, onde podemos comer lá mesmo ou comprar algo para comer depois ou ainda comprar frutas e legumes. Tudo com qualidade excepcional e bem gostoso, além de bonitos.

Entrada do museu

Quadro de Ghirlandaio



Mas, sem dúvida, o lugar mais interessante e bonito que fui dessa vez foi a Plaza de Toro de las Ventas. É a arena, onde, até hoje acontecem touradas. É super fácil de chegar lá. Basta pegar o metrô e saltar na estação Ventas. Subindo a escada já se dá de cara com a Plaza. Uma arquitetura belíssima, de tirar o fôlego mesmo! 



O  ingresso custa 14 euros e a gente recebe um áudio guia que vai nos explicando tudo lá dentro. É bem bacana. Eles contam a história da arena e de seus mais famosos toureiros como Belmonte e Manolete. Eu não sou contra e nem a favor das touradas. Acho que cada país tem sua cultura e não cabe a mim, que nem faço parte daquele lugar, julgar qualquer coisa. Gosto de conhecer as diferentes culturas e de tentar entendê-las dentro das possibilidades que minha realidade permite, porém, nunca se apreende de todo a cultura de um lugar onde não nascemos e onde não fomos criados.  De qualquer modo eu fiquei bem emocionada ao entrar naquela arena onde tantos touros e toureiros foram mortos.

Fiquei muito encantada com a arquitetura do lugar, toda em estilo mourisco e muitíssimo bem conservada, tanto interna como externamente. No fim de tudo há um museu taurino, com quadros e roupas de toureiros, inclusive uma cheia de sangue do Manolete , um toureiro bem famoso que morreu ali.


Na área externa da arena, há uma estátua em homenagem ao médico Dr. Fleming, o descobridor da penicilina, já que essa descoberta possibilitou a cura de muitos toureiros que, antes, morreriam devido às bactérias passadas pelos chifres dos touros e não pelas chifradas em si.


Para quem é consumista, ali mesmo na Gran Via, perto do metrô, tem uma enorme loja da Primark, que é uma espécie de loja de departamentos com tudo o que se pode imaginar em termos de roupas, sapatos, acessórios, maquiagem e outras coisas mais a um preço incrivelmente barato! Acho que são 5 ou 6 andares! Enfim, se você vai em época de “rebajas”, leve uma mala extra (ou compre uma ali mesmo na Primark) porque você vai precisar!
E para coroar essa minha estadia que foi tão agradável em Madri, eu tinha que voltar ao Churros San Ginés, uma loja onde os churros finos e sem recheio são servidos com uma xícara de chocolate meio amargo daqueles grossinhos. A gente molha o churros no chocolate e come! É delicioso!!!



Gostei muito de ter voltado a Madri dessa vez. A cidade é linda, tem uma energia boa e pude conhecer alguns lugares onde eu não tinha conseguido ir em 2011.

Até a próxima!  

VIAGEM REALIZADA EM JANEIRO DE 2016
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