Sobre mim

Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.

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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

La Villette, um bairro moderno em Paris

Bonjour, amigos!

Hoje fui ao Parque de La Villette, que fica um bairro afastado de Paris, e possui jardins planejados e dois complexos: a cidade das ciências e indústria e a cidade da música (agora eu sei de onde o César Maia tirou a ideia de fazer uma dessas no Rio de Janeiro). Chega-se lá de metrô e é bem fácil. Saltei na estação Porte de Pantin, que fica defronte a cidade da música, pois eu queria ir ao Museu que existe ali dentro. Bem na saída do metrô, há um guichê de informações onde se pode pegar um mapa do local, mas há várias placas indicando como chegar a qualquer lugar dentro do parque. Adoro a organização francesa e a preocupação deles com o turista!


O museu é lindo! Conta a história da música desde o século XVII até os dias de hoje. Na entrada a gente recebe um fone de ouvido (só há em francês ou inglês) e, ao longo do percurso, vai ouvindo a história dos instrumentos e de como ele influenciou a vida das pessoas da época, além de se poder também ouvir o som produzido por cada instrumento. É maravilhoso! Dá pra ficar umas 3 horas ou mais lá dentro!


Seguindo as indicações das placas, fui caminhando até a Cidade das ciências e no meio do caminho, passei por um jardim de espelhos. São 28 placas de mármore com espelhos que refletem a paisagem local. O efeito é bem interessante!


Dali, caminhando mais um pouco chega-se ao rio que corta o parque. Há uma passarela para atravessá-lo, mas o que eu achei muito bacana é que as escadas da passarela têm, nas laterais, um apoio para quem vai de bicicleta poder subir e descer com sua magrela em ter de ficar pulando os degraus ou carregando a bike no ombro. Muito prático!



No meio do caminho entre as duas “cidades” há a Géode, uma bola gigantesca de aço inoxidável polido que abriga uma tela hemisférica de 1000 metros quadrados. É uma espécie de planetário onde se pode assistir a vários filmes e documentários, de acordo com a programação. Já que eu estava lá, resolvi ver um documentário sobre os Golfinhos. Realmente a tela impressiona de tão grande e, ao ver o filme, dava a sensação de que eu estava dentro do mar! Um encanto!! Há muito anos, quando eu ainda estudava na Aliança Francesa, descobri La Géode e achei que seria muito interessante ver um filme ali. De fato, é! São 10,50 euros que valem a pena gastar, pois a sensação de estar dentro da tela é incrível! Os filmes são falados em francês e há audio-guia em inglês, apenas. Se você não entende nenhuma das duas línguas, talvez não valha a pena ir a La Géode.




Ao sair já estava tarde para eu ir ao Museu das ciências, que fecha as 18h, então peguei o metrô na outra ponta do parque (estação Porte de la Villette) e voltei para casa. O dia hoje foi bem diferente, pois vi uma Paris moderna, com prédios de uma arquitetura arrojada e quase futurista. Nem parece aquela Paris dos cartões postais, no entanto, é bom descobrir que Paris é muito mais que um Arco e uma Torre, e melhor ainda é ter tempo para aproveitar essa cidade com toda a diversidade que ela oferece.



A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO/SETEMBRO DE 2010

Preguiça em Paris vira arte!

Bonjour, amigos!

Hoje foi um dia em que acordei tarde e estava com uma preguiça danada de sair! Mas Paris está lá fora me esperando e não posso passar o dia na cama! Então, resolvi ir aqui por perto mesmo e fui até o Jardim de Tulherias, que fica em frente ao Louvre. É tão estranho vê-lo sem a Roda Gigante e sem o parque que fica ali no verão. É, parece que aqui o verão acaba no fim de agosto, mesmo que o calendário diga que ele vai até setembro.



O dia era de sol e aproveitei para tirar belas fotos do jardim. Também aproveitei que a Place de la Concorde estava sem os tapumes de obra que tinha em julho, quando estive aqui, e tirei fotos ao lado da fonte. Essa praça foi, antigamente, o local onde os condenados à morte eram guilhotinados quando da Revolução Francesa e ali no centro, onde ficava a temida guilhotina, agora existe um monumento à paz e a praça que outrora se chamou Praça da República, passou a se chamar Praça da Concórdia, para selar a paz entre a história e os moradores de Paris.




Aproveitando meu Paris Museum Passe, fui até a Orangérie um museu dentro dos Jardins que abriga as Ninfeias, de Monet, contudo, como eu já havia visto a belíssima obra do mestre ano passado, fui à parte de baixo onde descobri obras maravilhosas de Renoir, meu pintor impressionista preferido! Agora eu sei por que quase não havia quadros dele no Museu D'Orsay (que tem uma ala inteira dedicada ao movimento Impressionista)!Eles estão todos aqui na Orangérie! Cada obra linda! Não apenas de Renoir, mas de Cézanne e até de Picasso, que eu nem gosto muito, porém aqui há alguns quadros de uma fase anterior à fase cubista do pintor e que é bem interessante!





Saindo de lá, andando pela Rue de Rivoli, acabei entrando no Museu de Artes Decorativas (de 9 a 17 euros sem o passe, dependendo da ala escolhida), onde há mobília e objetos de arte, da Idade Média aos dias de hoje. É um acervo enorme! Claro que não dava para ver tudo! Mas vi muita coisa linda e tirei muitas fotos. Aliás, uma das coisas que mais gosto em Paris é poder tirar foto de tudo (na maioria dos lugares, sem flash) e poder entrar com mochila em todos os lugares ( a única coisa que eles pedem é para passar no raio X ou para abrir a bolsa para ver se você não está carregando uma bomba)



Saindo do museu, eu estava cansada e com fome, então voltei pro apto e comi em um restaurante bem gostoso aqui em frente ao prédio chamado “La Harpe”. Menu a 15 euros com direito a entrada (escolhi sopa de cebola) + prato principal (escolhi entrecôte com batatas) + sobremesa (profiterolis! Huuuuum). Excelente!




Subi e descansei um pouco, pois à noite eu queria ir ao Louvre para aproveitar o Paris Museum Passe (sem ele, a entrada é 9 euros). É que descobri que às quartas e sextas, durante os meses de verão, o Louvre fica aberto até 22 horas (última entrada as 21h30) e ir nesse horário foi a melhor escolha que eu fiz! O Louvre está praticamente vazio! Pouquíssimas pessoas passeando, o que permite que se possa ver as obras com mais calma. Pra se ter uma ideia, consegui tirar foto com a Monalisa sem quase ninguém do lado! Inclusive, percebi que, na sala onde está a Monalisa, existem outros quadros belíssimos!




Minha intenção, nessa visita, era ver os Apartamentos de Napoleão. Com auxílio do mapa (impossível andar no Louvre sem um plano do museu!!), fui passando por várias salas, até chegar lá. Lindo! Uma opulência absurda, como era de se esperar!



Ao sair, aproveitei que a noite já havia caído de fato e tirei umas belas foto da pirâmide iluminada. Realmente o Louvre é um castelo belíssimo! Versalhes é bonito, mas o Louvre é mais especial pois fica no centro da cidade. A gente vai andando ali pela beira do Sena e, de repente, lá está aquela maravilha arquitetônica! Riquíssima em detalhes! Mesmo que não se entre (o que, na minha opinião é um absurdo, pois não é sempre que se tem a oportunidade de conhecer o maior museu do planeta!), dá para curtir a fachada e tirar lindas fotos!


Voltei andando para casa, ali, pela beira do rio e observando os monumentos iluminados, observando a beleza dessa cidade! Acho que minha mãe tem razão: Paris é mesmo a cidade mais linda do mundo!


Quase chegando, passei por um grupo de dançarinos de rua que, ano passado, também fazia seu show aqui perto de casa. Parei pra ver e para ter um suspiro de que ainda estamos no verão, afinal, é só nas estações de calor que as pessoas ficam na rua até tão tarde e que os artistas fazem seus shows, quase de graça, para entreter a população que está passeando. É bom chegar tarde em casa, de vez em quando, principalmente quando se está em uma cidade tão segura como Paris!

A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO/SETEMBRO DE 2010

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Os esgotos de Paris

Bonjour, amigos!

Como é bom poder acordar tarde quando se viaja!!! Hoje era o segundo dia do meu passe de museu que vale por 4 dias consecutivos, então, fui aos lugares que ele dava direito. Primeiro, peguei o metrô até a estação Alma-Marceau, atravessei a Ponte de L'Alma e fui visitar o Museu dos Esgotos de Paris (ingresso a 4,30 euros para quem não tem o passe). Parece estranho, sendo Paris a cidade linda que é, alguém querer visitar seus esgotos, mas, no meu caso, essa visita tinha a ver com meu querido escritor francês Victor Hugo que, ao escrever “Os Miseráveis”, colocou seu personagem principal Jean Valjean para atravessar os esgotos da cidade.
Achei impressionante como era tudo limpo e o cheiro (que eu imaginava ser terrível!) era quase imperceptível!


O esgoto de Paris data de 1370, quando construíram os primeiras calhas para coleta da água da chuva. Contudo só com Napoleão I aparecem os primeiros dutos cobertos, porém é só com o fantástico prefeito Barão de Haussmann que, em 1850, Paris recebe a rede de canos e dutos que alcançava 600 km de extensão e que tinha um sistema de bombeamento das águas sujas para baixo do Sena, longe da cidade. Uma inovação para a época. É claro que essa rede foi ampliada e reformada, no entanto, basicamente, continua a mesma desde aquela época.



Quando a gente entra, o moço da bilheteria oferece um mapa na língua desejada (ou quase, pois não tem português, mas espanhol serviu bem) e a gente vai lendo o que é o quê e vai seguindo as placas (adoro placas!!!) dizendo a direção da visita. Não tem como se perder, é tudo muito bem sinalizado e só está aberto ao público o caminho que deve ser percorrido, qualquer outra entrada está com uma fita escrito “proibido passar”.



Lá no meio, há uma explicação sobre o livro de Victor Hugo, dizendo que ele conhecia o inspetor dos esgotos da época, isso fez com que ele pudesse narrar, com riqueza de detalhes, as aventuras de seu personagem por um lugar em que ele próprio nunca esteve. Há um desenho de Jean Vajean carregando Marius inconsciente. É uma passagem famosa do livro.


Gostei da visita. Foi bem diferente do circuitão turístico aos quais as pessoas que vêm à Paris estão acostumadas. É muito bom ter tempo sobrando em Paris para poder fazer esse tipo de passeio. De lá fui ao Museu Quai de Branly, que fica quase do lado. O Paris Museum Passe também dava direito a ele. Este é um museu bem diferente, a começar pela sua entrada, com uma parede entremeada de hera e outras plantas se confundindo com as janelas. É interessante. Descobri que esse é um edifício-ponte que se projeta sobre uma farta vegetação e que segue a linha do Sena, portanto, é em curva (claro que é um prédio moderno e sua inauguração foi em 2006).



Ao entrar (pegue um mapa na entrada), pode-se ver obras da Ásia, Oceania, África e Américas. Fotos sem flash são permitidas. Havia muita coisa bonita e muita coisa estranha (pelo menos pra mim que não estou familiarizada com esse tipo de arte). Dá pra ficar umas boas duas horas lá dentro ou mais.



Como eu estava ao lado da Ponte de L'Alma, de onde saem os Bateaux Mouches e eu tinha um monte de ingressos para eles, resolvi fazer meu terceiro passeio de barco pelo Sena. Desta vez tirei fotos de uma Paris em sépia. Muito bonita!





De lá, peguei o metrô até a estação Saint-Germain-des-prés, pois, atrás da Igreja, há a rue Bonaparte onde no número 21 está a famosa confeitaria Ladurée com seus deliciosos macarrons (é uma espécie de suspiro macio com recheio dentro, dos mais variados sabores) e éclairs (no Brasil, chamamos de “bomba”). Eu queria comprar o éclair de pistache, que comi ano passado e era delicioso, mas tinha acabado, então comprei uma caixinha com macarrons sortidos e votei andando para casa, já para compensar a quantidade de calorias que será ingerida mais tarde.

A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO/SETEMBRO DE 2010

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Um museu da Idade Média em Paris

Bonjour, amigos!

É, parece que estou mesmo morando em Paris...hoje foi o dia de me sentir uma local. Primeiro porque era dia de faxina aqui no apto e às 10h chegou uma equipe de 3 rapazes para limpar o apto. Um apartamentinho desse tamanho e, praticamente, uma confraria para limpá-lo! Impressionante! Mas acho que aqui em Paris é assim. Não existe diarista, como no Brasil, e sim empresas que mandam seus funcionários às casas para fazer a limpeza. E tendo uma equipe, o trabalho fica mais rápido. Em menos de 2h30 eles limparam e arrumaram tudo. Excelente!


Nesse meio tempo, fui a “Benlux”, uma loja de cosméticos na frente do Louvre, na rue de Rivoli. Ela é famosa por ter bons preços, ter atendentes brasileiros e fazer tax free (quando a gente compra de 175 euros para cima numa mesma loja, no mesmo dia, há a possibilidade de receber de volta até 12% de imposto, já que não somos moradores da união europeia. É preciso preencher um formulário e receber a devolução desse dinheiro em um guichê próprio no aeroporto no momento de reembarcar para o Brasil). Fui lá comprar o creme que minha mãe me encomendou e aproveitei para comprar um “J'adore”da Dior, que é meu perfume preferido, afinal, os preços compensavam! Fiz uma horinha no café do Louvre e, quando eu estava lá, resolvi pegar meu Paris Museum Passe para ver em qual museu eu iria hoje, nesse momento apareceu um cara me perguntando se aquele era o passe de museu e fazendo menção de pegar para olhar. É claro que não deixei ele pegar o passe na mão dele, mostrei de longe e toda vez que ele fazia menção e pegar, eu afastava, até que ele desistiu. Tenho a leve impressão de que ele queria me roubar o passe. Porém, ele não sabia com quem estava lidando! Sou carioca! Estou acostumada com essas manhas. Acha que vai me roubar assim na mão grande? Sem chance! Ser do Rio de Janeiro me deu malícia suficiente pra desconfiar até da minha sombra! E não adianta, porque mesmo estando fora, em outro país, eu não relaxo, continuo com os mesmos cuidados que tenho na minha cidade.
Voltei para o apto, arrumei as coisas e fui ao Museu Cluny (entrada a 8 euros, se você não tiver o Paris Museum Passe) que fica aqui em frente. É um museu dedicado à Idade Média. Ele era a residência dos abades de Cluny e o prédio abriga também as antigas Termas Galorromanas, construídas no século I d.c., mas infelizmente o “frigidarium”, local do banho de águas frias, estava fechado para reforma e só reabre dia 22 de setembro.


Nesse museu estão os 21 originais das cabeças dos reis de Judá, esculpidas em 1220 para a fachada da Notre Dame, mas que foram danificadas da época da Revolução Francesa.


Também há um conjunto de tapeçarias intitulado “A Dama e o Unicórnio”, que é umas das maiores obras medievais da Europa. Elas representam os cinco sentidos (audição, olfato, tato, paladar e visão) mais um sexto que seria o do coração. Nesse, a dama coloca em uma caixa o colar que usava nos outros cinco, com a inscrição: “para o meu último desejo”. A explicação seria de que isso simboliza a recusa da tentação e a renúncia ao prazer os outros sentidos. Eu fiquei encantada com as tapeçarias! Pena que só era possível tirar fotos sem flash e a iluminação não ajudava muito...







Depois do museu, fui ao Monoprix comprar mantimentos e, de repente, me vi comprando pelo preço, como no Brasil. É, estou mesmo morando em Paris! E morar aqui é caro!
Mais tarde fui dar uma volta para ver o pôr do sol no rio Sena e vi paisagens belíssimas. Não tem jeito, Paris nos convida a tirar fotos! A cidade é muito bonita! A arquitetura é belíssima! Sou apaixonada por esse tipo de construção que existe aqui.



Passei pela Torre de Saint Jacques, onde começa o caminho francês de Santiago de Compostela...



...e fui comer no “Deux Magots”, um famoso café no Boulevard Saint-Germain, que funciona desde 1885 e que era reduto de existencialistas como Sartre e sua turma. Comi um carpaccio e tomei um café.




É engraçado como cada povo tem suas manias gastronômicas: no Brasil as pessoas colocam arroz para acompanhar qualquer prato. Aqui eles colocam queijo. Recebi meu carpaccio com lascas de parmesão por cima. Diferente. Ficou gostoso. O café estava meio fraco (bem que dizem que os franceses fazem o pior café do mundo), mas valeu pelo clima do local. Na volta, havia um casal de senhores bem idosos tocando um violino e um pandeiro. E já eram quase 22h! Só em Paris mesmo!

A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO/SETEMBRO DE 2010

domingo, 29 de agosto de 2010

Um dia a esmo no frio fim de verão em Paris

Bonjour amigos!

Hoje eu iria às Catacumbas de Paris, um passeio um tanto macabro, é verdade, mas que eu queria fazer desde o ano passado. No entanto, ao chegar lá, a fila era enorme! Parece que todo mundo resolveu fazer esse passeio, dito, pouco turístico. Além de tudo, chovia! Eu não estava disposta a ficar em uma fila na chuva, então voltarei outro dia.
De lá quis ir ao Museu dos Esgotos de Paris, mas eles não vendiam o Paris Museum Passe lá, apesar de aceitarem, então fui andando até o Arco do Triunfo para comprar o passe. Ventava muito hoje! Aliás, acho que o outono chegou mais cedo aqui em Paris, pois as árvores estão com suas folhas já todas amareladas e caindo e, no chão, ao andar, ouvimos o “crec-crec”das folhas caídas. É bonito! Mas é frio! E eu não vim preparada para uma viagem no frio, afinal, viajei no verão! Resultado: tive de comprar um casaco já que o que eu trouxe é carioca demais para o pré-outono parisiense.


Quando eu estava lá no Arco apareceu um casal de brasileiros tentando se comunicar com a moça que controlava a entrada e tentando descobrir se havia elevador para subir. Ela respondeu e eles não entenderam, então fui ajudar (é, acho que meu francês está melhorando mesmo!) e ela disse que só havia elevador para quem é cadeirante, então o senhor quis saber se quem tinha mais de 60 anos não poderia subir no elevador, quando eu perguntei isso à moça, ela me olhou com um cara espantada e disse , em francês: “claro que não! O elevador é só para pessoas aleijadas!”. E aí eu entendi uma coisa bem interessante aqui na França: não há qualquer benefício para os idosos aqui, a não ser em compra de passagens, mas não há fila preferencial nem nada do gênero e, pelo jeito que a moça me respondeu, entendi que aqui eles acham que os idosos são apenas pessoas mais velhas e não pessoas incapazes, por isso ninguém vê necessidade de dar preferência a eles. É uma valorização dos idosos como seres humanos. Achei isso bem bacana porque aqui eles não são vistos como fardo ou estorvo, como no Brasil, mas como pessoas normais que podem fazer tudo o que os mais novos fazem e, de fato, por aqui a gente vê muito idoso subindo escadarias que eu não aguentaria, vê muita gente mais velha com mochila nas costas viajando e pessoas de cabelo bem branquinho carregando carrinho de comprar com sorriso nos lábios. No Brasil, os idosos são tratados como “coitados”, aqui eles são tratados como gente! Essas diferenças culturais a gente só percebe mesmo quando fica muito tempo no local....


Do Arco, fui passear a esmo. Andei por ruas em que nunca havia passado aqui em Saint-Germain-des-Prés e acabei indo parar perto do “Le Procope”, o restaurante mais antigo de Paris, de 1686, e que foi frequentado pelos revolucionários famosos da época da Revolução Francesa, além de escritores como Voltaire e Rimbaud. Foi ali que almoçamos eu e minha mãe, ano passado, no aniversário dela. O almoço de lá é sempre ótimo! E o atendimento impecável! De lá dei uma longa volta até voltar para casa. Passei pelo Forum Les Halles e pela Igreja Saint Eustaque, ambos que eu não conhecia.




O dia hoje foi meio sem planejamento, com mais vento do que eu gostaria, mas foi bom. Apesar de tudo, o saldo foi positivo. Seria bem difícil ser diferente, afinal, estou em Paris e Paris é como pizza: mesmo quando é ruim, é bom!

A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO/SETEMBRO DE 2010

Versalhes, um jardim de Fontes musicais

Bonjour, amigos!

Ontem fui ao Palácio de Versalhes. Pra quem não leu meu post do ano passado sobre como chegar lá, é muito fácil: basta pegar o RER C em direção a Versailles Rive Gauche. Atente que o bilhete é mais caro, pois Versalhes é zona 4 aqui em Paris e o bilhete custa 3,05 euros para ir e mais outro tanto pra voltar. Se você for com o bilhete simples para a zona 1 e 2, pode até conseguir embarcar, mas não conseguirá sair da estação lá, pois é preciso inserir o bilhete na catraca para sair também. Ao sair da estação vire à direita numa larga avenida. Atravesse a rua no sinal e continue na direita, passe o Hotel Ibis e entre na primeira a esquerda. Aí é uma reta até os portões do Palácio. Bem simples!
Se você já tiver comprado o bilhete ou tiver o Paris Museum Passe, vá para a porta central onde está escrito “A toutes les gloires de la France”, se não, terá de enfrentar fila do lado esquerdo, onde ficam as bilheterias (se for época de verão, compre seu bilhete antes, porque a espera é longa!).


Ano passado eu tinha ido a Versalhes, mas, justamente por causa da imensa fila, acabei não entrando no Palácio. Não cometi o mesmo erro e dessa vez fui munida do bilhete. Entrei e, confesso, que me decepcionei um pouco com o interior do castelo. Eu esperava muito mais suntuosidade e opulência. É bonito, mas, depois de ter visto tantos palácios belíssimos na Itália, Versalhes me pareceu um tanto comum...vi o quarto do rei, o da rainha, a cama onde ela dava à luz seus filhos na frente de todos, as salas com a mobília e o famoso “Salão dos Espelhos” que eu esperava que fosse, além de maior, mais bonito.





Contudo, em Paris, nem tudo está perdido! Não há só o Palácio para ver, há também os jardins que, como fui no fim de semana, peguei o show da “Fontes Musicais”. É o seguinte: nos meses de verão, pegando o fim da primavera e o início do outono (esse ano foi de 3 de abril a 31 de outubro) há nos fins de semana, nos jardins, o que eles chamam de “Les Grandes eaux musicales de Versailles”, em que todas as fontes funcionam ao mesmo tempo e toca, ao fundo, uma música clássica diferente em cada uma delas. É lindo!!! Principalmente se você der a sorte de pegar um dia ensolarado como o de ontem. Dá uma sensação tão boa de paz! É muito bonito! Entretanto, isso tem um custo. A tarifa é de 8 euros para 1h30 de show. Nos outros dias da semana, os jardins são gratuitos, no entanto, todas as fontes estão desligadas.







Eu acho que se você vai passar apenas um dia em Versailles, vale a pena pagar, pois é mesmo bem encantador. Eu estava lá, tirando fotos e mais fotos das fontes, quando escutei um casal falando português e fui falar com eles. Eram cariocas também e estavam vindo de Portugal. Foi ótimo, pois conversamos bastante, trocamos dicas de viagem e tiramos fotos uns dos outros. Depois de tanto tempo viajando sozinha é bom ter com quem conversar no meu idioma. Demos uma longa volta juntos e depois cada um seguiu seu caminho.


Ao sair de Versailles, parei para tomar um café perto da estação para fazer hora já que o trem estaria lotado pois aquele era o horário em que a maioria das pessoas estava indo embora. Ainda peguei o trem cheio, mas consegui vir sentada.
À noite, fui à Notre Dame, afinal, desde que cheguei à Paris esse ano, ainda não tinha entrado na catedral! Eram 18h30 e ela estava aberta. Entrei e estava havendo uma missa! Tirei umas fotos e fiquei lá dando uma rezadinha (ando rezando tanto ultimamente que nem me reconheço!). Depois fui comer um crepe ali do lado e acabei conversando uns 10 minutos com o moço do crepe e ele disse que falava muito bem francês! Fiquei tão feliz! Pelo menos os 5 anos de investimento no curso valeram a pena!
Mas eu tenho sentido mesmo que as pessoas me entendem melhor, não preciso mais repetir o que digo e também estou entendendo melhor, pois agora, raramente, peço para falarem novamente. É natural, afinal, só ouço francês em todo lugar que vou, a TV é em francês, tudo é escrito em francês, portanto, é de se esperar que minha capacidade de falar e entender esteja melhorando. Acho que se eu ficasse mais tempo e fizesse um curso por aqui ,certamente, pegaria o “jeito” do idioma. De qualquer modo, estou feliz por estar entendendo e falando melhor!

A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO/SETEMBRO DE 2010
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