Sobre mim

Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.

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domingo, 23 de junho de 2013

Festa da música em Paris

Bonjour, amigos!

“Paris é uma festa”, já dizia Hemingway. E é mesmo, principalmente no dia 21 de junho quando se comemora a “Fête de la musique” (festa da música), um evento que ocorre para celebrar o primeiro dia do verão. Há música por todos os lados, em todos os cantos, de todos os tipos, para todos os gostos. As ruas ficam lotadas de gente de todos os lugares do mundo e como esse é sempre o dia mais longo do ano, o sol só se põe lá pelas 23h, o que dá muito tempo para que todos se divirtam bastante.

Pessoas dançando ao som do acordeon

Cantando Edith Piaf 
Há um policiamento ostensivo nas ruas, contudo, é sempre bom ficar atento aos batedores de carteira que andam se proliferando pela cidade-luz. Evite colocar carteiras e celulares nos bolsos e ande sempre com a bolsa para frente. No mais é só escolher seu estilo de música preferido, arrumar um canto para sentar (ou apenas encostar) e curtir sozinho ou acompanhado essa grande festa na qual a cidade se transforma.
A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM JUNHO DE 2013

Passeio das Lavandas

Bonjour, amigos!

Uma das coisas boas de se conhecer a região da Provence no verão é ver a floração das lavandas. Algumas pessoas gostam de alugar um carro e sair percorrendo as cidadezinhas onde trens não chegam e onde há plantações de grandes campos de lavanda. Para quem tem medo de dirigir fora do país ou não tem carteira de motorista, uma opção para ver essa região é contratar um passeio guiado no posto de informação turística de alguma cidade maior, como Aix ou Avignon.
Saindo de Avignon existe um passeio chamado “Percurso da lavanda” que custa 45 euros e tem duração de 5 horas. Nele pode-se ir aos campos de lavanda, à Abadia de Senanque e a algumas cidadezinhas (apenas para tirar foto) como Gordes e Sault. Há também a visita a uma destilaria onde se pode comprar óleos essenciais de lavanda e mel de lavanda, além de se aprender como é feita a extração dos mesmos. Algumas empresas fazem esse passeio com guias que falam espanhol, mas é bom se certificar quando comprar o pacote.

Abadia de Senanque

Lavandas em frente à Abadia

Destilaria

Vista de Gordes

Primeira floração da lavanda
Sault

Loja de torrones e macarrons em Sault

Em Sault, onde há uma parada maior, pode-se visitar uma loja que vende macarrons de amêndoa e torrones, guloseimas típicas da região.
A bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM JUNHO DE 2013

Aix e Avignon, duas cidades bem diferentes da Provence

Bonjour, amigos!

A Provence é uma região da França conhecida pela sua produção de lavandas. É uma região onde tudo cheira à lavanda e tudo remete à essas pequenas florezinhas lilases, que na verdade, só florescem de junho a agosto.
Aix-en-Provence e Avignon são duas cidades bem conhecidas na Provence e guardam, cada uma, características bem próprias do lugar ao qual pertencem. Aix é maior, mais juvenil e colorida, visto que é uma cidade universitária. Já Avignon é menorzinha, mas tem seu imponente Palácio dos Papas como ponto central da cidade. Aix foi a cidade de Cèzanne, famoso pintor impressionista que morreu em 1906, já Avignon, é uma cidade mais voltada para a religião já que foi sede papal e foi se modificado e crescendo ao longo de 9 pontificados. O verão na Provence pode ser bem quente, com temperaturas atingindo facilmente os 35 graus, porém em Aix o calor é mais sufocante já que não venta tanto como em Avignon, que tem um vento que sopra do sul chamado mistral e que pode fazer o inverno ser bem frio, portanto é bom levar casaco para Avignon, caso não se queira ir no verão.  


lavandas
Algumas cidades da Provence tem feiras e mercados de comida bem populares. É o caso de Aix que possui um mercado aos sábados na Place de Prechêurs e que, mesmo que não se queira comprar nada, já vale só pelo passeio, pelo aroma e pela beleza dos seus produtos.
Avignon também tem um mercado coberto (Les Halles) que funciona na Place Pie de terça a domingo pela manhã.

cerejas enormes no mercado

azeites e vinagres no mercado
Aix possui diversas lojinhas ao longo de sua rua principal onde se encontra tudo de lavanda, desde sabonetes até enfeites de cozinha. Avignon também tem lindas lojinhas, porém o apelo consumista é um pouco menor.

lojinha em Avignon
 Em Avignon pode-se fazer um passeio de trenzinho que sai da praça bem em frente ao Palais des papes. Custa 7 euros e faz um percurso bem interessante através das ruazinhas estreitas e antigas da cidade. Ele também sobe até o Rocher des Doms, um pequeno parque no alto do Palais des papes através do qual se pode descer para a ponte Saint Benezét, uma ponte sobre o rio Rhône que corta a cidade. Essa ponte, também conhecida como Ponte de Avignon caiu 5 vezes devido às cheias do rio e foi restaurada 4 vezes. Na quinta, desistiram e deixaram a ponte pela metade, ou seja, ela não leva a lugar nenhum, mas dela pode-se ter uma bela vista tanto do rio quanto da cidade. O ingresso combinado da Ponte com o Palais des Papes custa 15 euros e vale por dois dias consecutivos, caso queira comprar separado, sai um pouco mais caro e os ingressos só valem para o dia da compra.
A visita ao Palais é bem interessante para quem gosta de arquitetura e quer tirar belas fotos da cidade, pois após muitas escadas, pode-se ter uma bela vista. Lá no alto existe um café onde se pode descansar de toda aquela subida. Dentro do palácio pode-se tirar foto de quase tudo (sem flash) menos de duas capelas com afrescos.

jardim do Palais des Papes





vista do alto do Palais des papes

Palais des Papes




Pont Saint Benezét vista do Rocher des Doms
Acesso para a descida do Rocher des Doms até a ponte Saint Benezét


Descida para a pont Saint Benezét



Ponte Saint Benezét

Ruazinha medieval
Em Aix-en-Provence pode-se visitar o ateliê de Cèzanne que está tal qual ele deixou quando morreu. O lugar fica fora do limite do centro histórico, numa ladeira um tanto íngreme e para poupar a subida, pode-se pegar o ônibus número 5 bem em frente ao Posto de informação turística, na Rotonde Victor Hugo. A parada chama-se “Cèzanne” e ao saltar do ônibus, deve-se descer a rua na direção contrária, pois o ateliê fica um pouco mais abaixo do lado direito numa porta vermelha. A entrada custa 6 euros, mas pode-se visitar os jardins gratuitamente. Não há muito o que ver lá em cima além de um grande quarto com apetrechos de pintura. Vale mesmo para quem gosta dessas curiosidades ou para quem é apaixonado por Cèzanne. Fotos são proibidas dentro do ateliê.

Rotonde Victor Hugo

Jardim do Ateliê de Cèzanne

Jardim do ateliê de Cèzanne
Para se chegar tanto a Aix quanto a Avignon de trem é preciso ter alguma atenção na hora de comprar a passagem, pois as duas cidades possuem duas estações de trem: uma central e outra TGV. A primeira é a que fica no centro da cidade e permite que se passeie sem precisar pegar  outra condução, já a Gare TGV fica mais distante (18km do centro no caso de Aix e 6km do centro no caso de Avignon), o que dificulta um pouco para quem vai apenas passar um dia na cidade já que é preciso pegar um ônibus dessa estação até o centro das cidades.
A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM JUNHO DE 2013

A noite numa cidade de conto de fada





Bonjour, amigos!

Carcassonne é uma cidade de conto de fada, pelo menos é o que dizem todos os guias de viagem quando se referem ao seu castelo que teria até inspirado a história da Bela Adormecida. Mas o que pouca gente diz é que Carcassonne é mais do que sua cidade medieval, conhecida como La Cité e que fica 2km para cima da estação de trem. Ali, bem ao lado da estação, está uma Carcassone atual, alegre e cheia de vida, com mercado de rua, lojinhas e até um Monoprix.
A parte de baixo é chamada de Bastide St. Louis e é bem grande, vale a pena dar uma voltinha no entorno para ver um pouco dessa parte da cidade. Caso haja mais tempo, ali existe também um passeio de barco que eu não cheguei a fazer, mas ouvi dizer que é bem interessante.
Para se chegar a La Cité pode-se pegar, em frente ao rio, que fica diante da estação, um ônibus de número 4, ele deixa exatamente na Porta principal de Carcassone, onde adentrando um pouco, à direita, encontra-se o balcão de informações turísticas onde se pode pegar, gratuitamente, um mapa da cidade. A cidade é pequena e até eu consigo andar por ela sem precisar de mapa, mas se seu tempo na cidade é curto, é bom pegar um para se chegar mais facilmente a Basílica Saint Nazare, que data do século IX e tem belos vitrais e rosáceas.
Basílica de Saint Nazare

Pôr do sol

lojinha de doces com apelo medieval

Na praça central há vários restaurantes, mas todos servem a especialidade local: o cassoulet, que é uma espécie de feijoada de feijão branco com bastante pimenta.
As lojinhas da região vendem diversos souvenirs com apelo medieval e há muitos sabonetes com aroma de violeta, a flor típica da região.
Contudo, na minha opinião, o mais interessante de Carcassonne acontece à noite: as muralhas da fortificação medieval se iluminam trazendo à cidade um ar antigo que conserva uma magia que não se perdeu no tempo. É lindo ver o castelo todo iluminado!

Castelo iluminado com a lua ao lado
Uma boa opção de hospedagem é o hotel “La Rapière” que fica bem em frente às muralhas e de onde se pode ter uma linda vista. Passar uma noite em Carcassonne é, certamente, uma experiência inesquecível.

A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM JUNHO DE 2013

domingo, 16 de junho de 2013

O que há para ver em Montpellier

Bonjour, amigos!

Montpellier é uma cidade que fica na região francesa de Languedoc-Roussillon. Ela tem esse nome porque antes do francês ser imposto como língua oficial, o dialeto falado aqui era o Occitan, portanto “Languedoc” é a junção de “Langue”(língua, em francês) com d’Oc ( d’Occitan) e Roussillon é o nome de uma cidade no centro dessa região. Aquela famosa perfumaria “L’Occitanne” tem esse nome em homenagem a esse dialeto antes falado nessa região.
Montpellier é uma cidade agradável, quente e cheia de jovens por todos os lados. Sua praça principal, chamada de Place de la Comèdie, por causa do teatro de comédia feito em seu centro, fica a poucos metros da estação de trem e tem vários restaurantes, além do posto de informação turística.

catedral de Saint Pierre
Montpellier, curiosamente, não tem ônibus. Seu transporte público é o tramway, uma espécie de metrô de superfície que tem 4 linhas diferentes e atravessa a cidade de ponta a ponta, incluindo a Estação de trem (gare saint Roch) e a Place de la Comèdie. Ele só não passa por dentro do centro histórico, onde está a bela catedral de Saint Pierre, em estilo gótico fundada em 1364 (funciona todo dia de 9h às 12h e de 14h às 19h). Ao lado da igreja fica a “Tour des Pins”, ou torre dos pinheiros, uma das duas torres que sobraram das antigas muralhas da cidade, que data do século X. A outra é a “Tour de Babote”, que tem uma pracinha atrás dela com simpáticos restaurantes de comida natural.

Tour de la Babote
A linha 1 (azul) do tramway leva também até o Odysseum, um bairro planejado como centro de entretenimento com restaurantes, cinema, boliche, pista de patinação e planetário. Ali dentro existe um hipermercado fantástico (fica no andar de cima) que tem uma seção de queijos de dar água na boca. E essa linha passa ainda pela bairro de Antigone, um conjunto residencial pós moderno onde está uma filial da Gallerie Laffayette, de Paris.

Lafa de Montpellier

tramway linha 1

ponto de tramway com máquinas para comprar o bilhete (em todos os pontos tem uma dessas)

máquina que vende bilhetes de tramway, só aceita moedas ou cartão de crédito com chip
Outro atrativo de Montpellier é seu famoso museu Fabbre (13, rue Montpellierèt, funciona de terça a domingo de 10h às 18h e custa 6 euros) que tem um acervo imenso, com mais de 900 obras de arte desde o século XV até os dias de hoje. Pessoalmente, eu não gostei muito desse museu, mas ele é um dos mais importante da cidade, talvez por ter sido fundado por Napoleão em 1803.

museu Fabbre

Museu Fabbre

Montpellier é uma boa cidade para se usar como base para conhecer tanto a região de Languedoc quanto a região da Provence, já que tem trens direto para quase todas as cidades, além disso, é uma cidade cuja hospedagem é barata e cujos habitantes são muito simpáticos, talvez por ser uma cidade universitária, talvez por ser verão.
O fato é que, apesar dos muitos árabes e africanos que vemos por aqui, Montpellier me pareceu ser segura e com uma boa estrutura para uma cidade pequena.

A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM JUNHO DE 2013

Museu Jacquemart-André, um lindo lugar para passear e comer em Paris


Bonjour, amigos!
Um dos muitos museus que me encantou em Paris foi o Jacquemart-André (158, Boulevard Haussmann, aberto todos os dias de 10hàs 18h, metrô St. Augustin) que tem um belo acervo particular doado pelo casal que dá nome ao lugar. É muito interessante ver como pessoas com dinheiro e bom gosto podem deixar um belo legado para sua cidade. A casa, por si só já é um deslumbre, com suas escadas e jardins mas os quadros, tetos, móveis e esculturas que ornam seu interior são de cair o queixo. Há uma sala inteira dedicada à pintura italiana com vários Boticcelis e Tieoplos.

escada do museu


uma das lindas salas do museu


o jardim do museu

Uma parte muito agradável da mansão é seu café em estilo colonial que funciona de segunda a sábado de 11h45 às 17h30 e domingo de 11hàs 15h. Ali pode-se almoçar e depois  comer deliciosas tortas, incluindo uma feita a base de macarrons com recheio de pistache que era dos deuses!


Saindo de lá, pode-se visitar o Parc Monceau (35, Boulevard Courcelles) que funciona de 7h às 20h e fica bem pertinho do museu. É um lugar bem aprazível, cheio de pessoas fazendo piquenique, mães passeando com seus filhos e atletas fazendo cooper.

parc monceau

parc monceau
Esses são dois lugares que valem a pena conhecer em Paris.

A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM JUNHO DE 2013

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Quero minha igreja de volta





Bonjour, amigos!
A Paris de que me lembro é sempre ensolarada. Conheci Paris no verão. Era julho e haviam acabado de montar a "Paris Plages", um evento anual curioso que traz para a cidade a aura dos dias quentes na praia, sem que, contudo, haja praia em Paris. E se ela não existe, por que não criá-la, ali, bem às margens do rio Sena? É divertido passar a tarde lendo nas espreguiçadeiras e vendo as crianças correndo e montando castelinhos com aquele areia que, de fato, nem pertence àquele lugar. A "Paris Plages" é um evento temporário e não descaracteriza a beira do rio. É diferente, é interessante, mas não dura muito.
Paris se apresentou para mim assim: linda, quente, dourada de sol e com muitos turistas sorridentes e felizes. E também foi assim que me acostumei a admirá-la, afinal, foram alguns anos indo a Paris sempre na mesma época do ano e sendo brindada com essa magia que a cidade exala no verão.
É estranho ver Paris nublada, fria e melancólica.  Ruas vazias, céu cinza e vento cortante. Eu não reconheço essa Paris triste, com pessoas vestidas todas de preto ou cinza andando apressadas para fugir daquele ar frio que machuca os ossos. Essa, definitivamente, não é a minha Paris. A minha tem cores, tem azuis, amarelos, alaranjados, rosados e verdes. A minha Paris tem turistas de todas as etnias lotando suas ruas e tirando milhares de fotos, tem o bom humor dos franceses (que só aparece no verão) com sorrisos e solicitudes. Todos sempre tão dispostos a ajudar. Na minha Paris o dia amanhece as 6h mas o sol só se põe às 22h. É uma Paris de dias longos e bem aproveitados. É uma Paris com música nas ruas, nos metrôs, nas pontes. É uma Paris onde os artistas de ruas se apresentam até meia noite e trazem felicidade para tantos turistas que, como eu, nunca viram isso em seu país.
E, principalmente, a minha Paris tem uma Notre Dame imponente e que ocupa todo o centro da Île de la Cité e não essa Notre Dome acanhada em frente a uma estrutura que criaram para transformar aquele lugar num palco das comemorações pelos 850 anos da Igreja. Concordo que há motivos para comemorações, mas sem descaracterizar o local, que, infelizmente,  foi o que aconteceu. Ali, onde se ficava sentado observando a grandiosidade da mais bela igreja gótica de Paris, onde alguns artistas faziam pequenos shows com fogos de artifício, agora existe uma espécie de arquibancada, onde se pode subir e ver a Notre Dame de um novo ângulo, mais alto, porém, ficou impossível tirar foto com toda a igreja ao fundo. Espero que isso seja provisório e que, passadas as comemorações, minha Notre Dame volte a ser como era, até porque, o que sempre me encantou em Paris foi justamente esse quê de passado que ela carrega mesmo estando em pleno século XXI. Não é muito difícil, vendo a Paris de hoje, imaginar como era a Paris do século XIX com seus escritores  e pintores boêmios, suas dançarinas de cabarés e seus carruagens passeando pelas ruas. Paris pouco mudou desde que o barão de Haussmann foi prefeito da cidade entre 1853 e 1870. E é nisso que reside parte do charme da cidade. Torço para que a Notre Dame volte a ser a Igreja que sempre foi desde a reforma de Viollet-le-Duc no século XIX, reforma esta que acrescentou à estrutura da Igreja o que hoje é um de seus maiores símbolos: os gárgulas.
A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM JUNHO DE 2013

terça-feira, 4 de junho de 2013

A Paris do cinema e da vida real



Acho que eu me encantei por Paris muito antes de, de fato, me encantar por Paris. Eu tinha uns 14 ou 15 anos quando li “O corcunda de Notre Dame” e era ali que eu estava me apaixonando por Paris sem perceber. A falta de percepção se devia principalmente ao fato do meu coração pertencer à Veneza.
Ah, Veneza...
A cidade mais romântica do mundo que me encantou através de um filme que, curiosamente, era passado em Paris. O nome do filme? “Um pequeno romance” com Diane Lane (que bem mais tarde viria a protagonizar “Sob o sol de Toscana”) e Sir Laurence Olivier. Filme adolescente e até meio bobo, mas na época, eu também era adolescente e boba, e por isso me identifiquei completamente com os personagens.
A história é a seguinte: Dois jovens de 13 anos se conhecem em Paris. Ele, francês. Ela, americana. Nasce uma paixão entre eles, principalmente pelo fato de ambos se sentirem diferentes dos adolescentes de sua época. A mãe dela não aprova o namoro e, ao descobrir que o pai seria retransferido aos Estados Unidos, ela decide fugir com o rapaz para Veneza para que pudessem fazer cumprir uma lenda que ouviram de um velho amigo que conheceram acidentalmente.
A lenda dizia que se dois amantes se beijassem numa gôndola, sob a ponte dos suspiros, no pôr do sol, quando tocassem os sinos do campanário, eles se amariam para sempre.
O filme continua com a saga dos dois tentando concretizar essa lenda.
É um belo filme, embora bem açucarado (mas eu adoro filmes carregados de açúcar). Ali eu descobri Veneza e descobri o óbvio: era a cidade mais linda do mundo! Passei quase 25 para concretizar o sonho de conhecê-la, e para ter a plena certeza de que tudo o que eu vira no filme é verdade: Veneza é uma cidade de sonho!
Contudo, bem antes de eu vivenciar esse sonho, fui a Paris, assim, meio sem pretensões de me encantar pela cidade. Na verdade, ela era a paixão da minha mãe e como eu havia estudado francês, achei que seria boa ideia conhecer a tal cidade da qual tantos falavam.
Quando cheguei a Paris e me deparei com o Notre Dame, aquela do livro que eu lera há muito tempo atrás, quase não contive as lágrimas! Foi uma visão inesquecível. Foi ali, naquele momento, que Paris virou meu grande amor! Era como se a literatura, que é algo tão abstrato, pudesse se tornar concreta ali naquelas paredes, naquelas torres, naquele chão.
Veneza foi uma paixão (que ainda aquece meu coração vez ou outra), mas amor mesmo eu sinto por Paris. Aquele lugar para onde quero voltar sempre, aquela cidade onde me sinto confortável, onde me sinto em casa mesmo sendo turista. Veneza é uma cidade de sonho e Paris é a cidade real! Uma cidade onde se pode viver, onde se pode existir!
É claro que eu não moro em Paris e talvez nunca more, portanto, minha visão é única e exclusivamente a visão de uma turista que volta lá todo ano ávida por mais um pouco daquela sensação de felicidade. Não tenho a visão de uma local e nem sei se quero ter, porque temo que isso tire um pouco desse encanto, desse deslumbramento tão gostoso de sentir cada vez que volto à Paris. Ser turista em uma cidade onde me sinto tão “em casa” é maravilhoso!
Veneza me encantou por sua peculiaridade. É uma cidade única no mundo, mas Paris me pegou pelo seu dia-a-dia, e sem que eu percebesse, já estava amando esse lugar tão mágico, que Wood Allen soube traduzir tão bem em seu filme “Meia noite em Paris”.
Sou deslumbrada por Paris sim, mas só quem foi lá e se permitiu sentir a aura da cidade sabe do que eu estou falando e compartilha secretamente desse deslumbramento. Quem nunca foi não faz ideia do que é Paris, não faz ideia do que é andar por aquelas ruas, sentir aqueles cheiros, ver aquelas cores nas vitrines, nos parques, nas construções. Ir a paris é poder andar, ao mesmo tempo, no presente e no passado, em uma cidade super atual que conserva seu fascínio dos séculos anteriores. Quem nunca foi a Paris só tem duas alternativas: desdenhar de quem foi ou se render aos encantos da cidade-luz e pegar o próximo avião em busca do seu universo paralelo.

Boa viagem!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Gardel: um ícone da cultura portenha


Hola, amigos!

Hoje acordamos mais tarde que de costume, pois estávamos um tanto cansadas de tanto andar em Colônia naquelas ruazinhas com calçamento pé-de-moleque. Pegamos o metrô para irmos ao bairro de Abasto onde está a Casa-museu Carlos Gardel ( calle Jean Jaurés, 735. Funciona segundas, quartas e sextas de 11h às 18h e sábados e domingos, de 10h às 19h.). Eu já conhecia esse pequeno museu que foi, na verdade, a casa onde o cantor morou até sua morte em 1935 num acidente de avião.
Bairro Abasto com homenagem a Carlos Gardel

Lá dentro está a mobília dele, discos, filmes, revistas e jornais da época. É bem interessante para quem quer conhecer um pouco mais desse ícone do tango portenho.

Gramofone de Gardel

Sorriso de Gardel: um símbolo do cantor

Escritório de Gardel

Banheiro de Gardel com seus apetrechos de barba

Muito interessante também é observar o bairro de Abasto com seus filetes, um tipo de pintura característico daqui e nas ruas do entorno da casa de Gardel há músicas decorando as paredes das casas e o chão. Lembra um pouco o bairro carioca de Vila Isabel. Gostei bastante.

Pintura chamada de "Filete", um símbolo do bairro e posteriormente, de Buenos Aires

Música no muro

Música na calçada
Ao chegarmos no metrô de volta começou a chover forte então voltamos para o apartamento e mais tarde, que pretendíamos ir ao Café Tortoni, acabamos nem indo e só fomos até o Havanna pois eu queria muito tomar um submarino, que é um leite quente com chocolate derretido. Dali voltamos para casa.
No dia seguinte foi nosso último dia em Buenos Aires então decidimos ir ao "El Ateneo", aquela livraria deliciosa que era um teatro antigo. Passamos algumas horas por lá, inclusive almoçamos lá mesmo. Comida deliciosa e nem era tão caro quanto eu imaginei que poderia ser.

Livraria El Ateneo

Comida deliciosa no Ateneo

 De lá fomos passear  um pouco na Avenida Corrientes pois eu queria procurar umas lojinhas estilo brechó que eu conheci em 2009, mas elas não existiam mais. A crise deve ter acabado com elas. Aliás, a crise econômica aqui em Buenos Aires está fortíssima e acho que vou passar, pelo menos, uns 2 anos sem voltar.  Tudo está caro demais. Uma pena porque adoro essa cidade e fico triste de ver a decadência de um lugar que tinha tudo para ser maravilhoso.
Fomos para a casa para arrumar as malas, pois no dia seguinte teríamos uma longa espera no aeroporto.
Voltamos para o Brasil um pouco mais tristes de ver que os paraísos vão se esfarelando. Foi com essa sensação que voltei de uma Buenos Aires mais suja, mais violenta, mais cara. Realmente acho que "olhos de primeira vez" nos deixam meio cegos para as mazelas dos lugares que só conseguimos perceber depois de ir muitas e muitas vezes lá. Mas a despeito disso tudo, continuo amando Buenos Aires.
Até a próxima!

VIAGEM REALIZADA EM DEZEMBRO DE 2012
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