Sobre mim

Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.

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domingo, 29 de agosto de 2010

Um dia a esmo no frio fim de verão em Paris

Bonjour amigos!

Hoje eu iria às Catacumbas de Paris, um passeio um tanto macabro, é verdade, mas que eu queria fazer desde o ano passado. No entanto, ao chegar lá, a fila era enorme! Parece que todo mundo resolveu fazer esse passeio, dito, pouco turístico. Além de tudo, chovia! Eu não estava disposta a ficar em uma fila na chuva, então voltarei outro dia.
De lá quis ir ao Museu dos Esgotos de Paris, mas eles não vendiam o Paris Museum Passe lá, apesar de aceitarem, então fui andando até o Arco do Triunfo para comprar o passe. Ventava muito hoje! Aliás, acho que o outono chegou mais cedo aqui em Paris, pois as árvores estão com suas folhas já todas amareladas e caindo e, no chão, ao andar, ouvimos o “crec-crec”das folhas caídas. É bonito! Mas é frio! E eu não vim preparada para uma viagem no frio, afinal, viajei no verão! Resultado: tive de comprar um casaco já que o que eu trouxe é carioca demais para o pré-outono parisiense.


Quando eu estava lá no Arco apareceu um casal de brasileiros tentando se comunicar com a moça que controlava a entrada e tentando descobrir se havia elevador para subir. Ela respondeu e eles não entenderam, então fui ajudar (é, acho que meu francês está melhorando mesmo!) e ela disse que só havia elevador para quem é cadeirante, então o senhor quis saber se quem tinha mais de 60 anos não poderia subir no elevador, quando eu perguntei isso à moça, ela me olhou com um cara espantada e disse , em francês: “claro que não! O elevador é só para pessoas aleijadas!”. E aí eu entendi uma coisa bem interessante aqui na França: não há qualquer benefício para os idosos aqui, a não ser em compra de passagens, mas não há fila preferencial nem nada do gênero e, pelo jeito que a moça me respondeu, entendi que aqui eles acham que os idosos são apenas pessoas mais velhas e não pessoas incapazes, por isso ninguém vê necessidade de dar preferência a eles. É uma valorização dos idosos como seres humanos. Achei isso bem bacana porque aqui eles não são vistos como fardo ou estorvo, como no Brasil, mas como pessoas normais que podem fazer tudo o que os mais novos fazem e, de fato, por aqui a gente vê muito idoso subindo escadarias que eu não aguentaria, vê muita gente mais velha com mochila nas costas viajando e pessoas de cabelo bem branquinho carregando carrinho de comprar com sorriso nos lábios. No Brasil, os idosos são tratados como “coitados”, aqui eles são tratados como gente! Essas diferenças culturais a gente só percebe mesmo quando fica muito tempo no local....


Do Arco, fui passear a esmo. Andei por ruas em que nunca havia passado aqui em Saint-Germain-des-Prés e acabei indo parar perto do “Le Procope”, o restaurante mais antigo de Paris, de 1686, e que foi frequentado pelos revolucionários famosos da época da Revolução Francesa, além de escritores como Voltaire e Rimbaud. Foi ali que almoçamos eu e minha mãe, ano passado, no aniversário dela. O almoço de lá é sempre ótimo! E o atendimento impecável! De lá dei uma longa volta até voltar para casa. Passei pelo Forum Les Halles e pela Igreja Saint Eustaque, ambos que eu não conhecia.




O dia hoje foi meio sem planejamento, com mais vento do que eu gostaria, mas foi bom. Apesar de tudo, o saldo foi positivo. Seria bem difícil ser diferente, afinal, estou em Paris e Paris é como pizza: mesmo quando é ruim, é bom!

A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO/SETEMBRO DE 2010

Versalhes, um jardim de Fontes musicais

Bonjour, amigos!

Ontem fui ao Palácio de Versalhes. Pra quem não leu meu post do ano passado sobre como chegar lá, é muito fácil: basta pegar o RER C em direção a Versailles Rive Gauche. Atente que o bilhete é mais caro, pois Versalhes é zona 4 aqui em Paris e o bilhete custa 3,05 euros para ir e mais outro tanto pra voltar. Se você for com o bilhete simples para a zona 1 e 2, pode até conseguir embarcar, mas não conseguirá sair da estação lá, pois é preciso inserir o bilhete na catraca para sair também. Ao sair da estação vire à direita numa larga avenida. Atravesse a rua no sinal e continue na direita, passe o Hotel Ibis e entre na primeira a esquerda. Aí é uma reta até os portões do Palácio. Bem simples!
Se você já tiver comprado o bilhete ou tiver o Paris Museum Passe, vá para a porta central onde está escrito “A toutes les gloires de la France”, se não, terá de enfrentar fila do lado esquerdo, onde ficam as bilheterias (se for época de verão, compre seu bilhete antes, porque a espera é longa!).


Ano passado eu tinha ido a Versalhes, mas, justamente por causa da imensa fila, acabei não entrando no Palácio. Não cometi o mesmo erro e dessa vez fui munida do bilhete. Entrei e, confesso, que me decepcionei um pouco com o interior do castelo. Eu esperava muito mais suntuosidade e opulência. É bonito, mas, depois de ter visto tantos palácios belíssimos na Itália, Versalhes me pareceu um tanto comum...vi o quarto do rei, o da rainha, a cama onde ela dava à luz seus filhos na frente de todos, as salas com a mobília e o famoso “Salão dos Espelhos” que eu esperava que fosse, além de maior, mais bonito.





Contudo, em Paris, nem tudo está perdido! Não há só o Palácio para ver, há também os jardins que, como fui no fim de semana, peguei o show da “Fontes Musicais”. É o seguinte: nos meses de verão, pegando o fim da primavera e o início do outono (esse ano foi de 3 de abril a 31 de outubro) há nos fins de semana, nos jardins, o que eles chamam de “Les Grandes eaux musicales de Versailles”, em que todas as fontes funcionam ao mesmo tempo e toca, ao fundo, uma música clássica diferente em cada uma delas. É lindo!!! Principalmente se você der a sorte de pegar um dia ensolarado como o de ontem. Dá uma sensação tão boa de paz! É muito bonito! Entretanto, isso tem um custo. A tarifa é de 8 euros para 1h30 de show. Nos outros dias da semana, os jardins são gratuitos, no entanto, todas as fontes estão desligadas.







Eu acho que se você vai passar apenas um dia em Versailles, vale a pena pagar, pois é mesmo bem encantador. Eu estava lá, tirando fotos e mais fotos das fontes, quando escutei um casal falando português e fui falar com eles. Eram cariocas também e estavam vindo de Portugal. Foi ótimo, pois conversamos bastante, trocamos dicas de viagem e tiramos fotos uns dos outros. Depois de tanto tempo viajando sozinha é bom ter com quem conversar no meu idioma. Demos uma longa volta juntos e depois cada um seguiu seu caminho.


Ao sair de Versailles, parei para tomar um café perto da estação para fazer hora já que o trem estaria lotado pois aquele era o horário em que a maioria das pessoas estava indo embora. Ainda peguei o trem cheio, mas consegui vir sentada.
À noite, fui à Notre Dame, afinal, desde que cheguei à Paris esse ano, ainda não tinha entrado na catedral! Eram 18h30 e ela estava aberta. Entrei e estava havendo uma missa! Tirei umas fotos e fiquei lá dando uma rezadinha (ando rezando tanto ultimamente que nem me reconheço!). Depois fui comer um crepe ali do lado e acabei conversando uns 10 minutos com o moço do crepe e ele disse que falava muito bem francês! Fiquei tão feliz! Pelo menos os 5 anos de investimento no curso valeram a pena!
Mas eu tenho sentido mesmo que as pessoas me entendem melhor, não preciso mais repetir o que digo e também estou entendendo melhor, pois agora, raramente, peço para falarem novamente. É natural, afinal, só ouço francês em todo lugar que vou, a TV é em francês, tudo é escrito em francês, portanto, é de se esperar que minha capacidade de falar e entender esteja melhorando. Acho que se eu ficasse mais tempo e fizesse um curso por aqui ,certamente, pegaria o “jeito” do idioma. De qualquer modo, estou feliz por estar entendendo e falando melhor!

A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO/SETEMBRO DE 2010

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Montmartre, o bairro boêmio de Paris

Bonjour, amigos!

Hoje foi mais um dia em que acordei tarde...estou adorando poder acordar tarde em Paris, sem me sentir obrigada a fazer nada! É bom demais não ser mais 100% turista!
Fui ao bairro de Montmartre, reduto da boemia de Paris. Foi lá que pintores como Renoir, Degas e Toulouse-Loutrec fizeram suas mais belas obras e foi lá também que a maior parte do filme "O fabuloso destino de Amélie Poulin" foi rodado!
Eu já havia ido a Montmartre ano passado com minha mãe. Queríamos ir à basílica de Sacre-Coeur, que é lindíssima! Contudo, por ser o auge do verão, ano passado o bairro estava lotado e mal conseguíamos andar pelas ruas.
Dessa vez foi bem diferente! É claro que ainda há uma horda de turistas, mas não é como no início de agosto. Hoje eu pude passear por Montmartre, pude ver ruas que não tinha percebido...


...pude ver a Place de Tertre, uma bucólica pracinha onde alguns artistas desenham os turistas dispostos a pagar caro por seus retratos. Ano passado não era possível sequer passar por aqui!


Pude observar a arquitetura externa da Sacre-Couer e ver o quanto ela é realmente bonita!


E pude ir ao Museu de Montmartre (12, rue Cortot. A entrada custa 8 euros e o audioguia é grátis), que conta a história do bairro, de seus cabarés famosos (como o Chat Noir e o Moulin Rouge) e de seus artistas. Muito bonito! Pena que não é possível tirar fotos de dentro do museu, apenas pude tirar fotos no belo jardim.




Dali, passeei mais um pouco e descobri, atrás da Sacre-Coeur, um jardinzinho púbico lindo! Com cantinhos que dá vontade de passar a tarde!


Depois fui almoçar na Place de Tertre. Comi uma entrada de melão com presunto cru (aprendi a gostar disso com o Theo, lá na Toscana) e um prato principal que era Bife Bourgignon. Delícia!



Depois fui andar um pouco, sem rumo! Como é bom apenas andar...ao chegar de volta na frente da Basílica havia um rapaz cantando e uma multidão ali, sentada nos degraus, ouvindo. Também sentei. Ele era engraçado e falava em várias línguas, tudo meio misturado. Inglês, francês, espanhol e italiano. No fim, deu pra entender tudo e até rir das piadas que ele fazia. Foi bem gostoso.


Montmartre é um bairro com diversas lojas baratas, onde se ouve muito português (basta ter uma promoção que lá estão os brasileiros comprando!) e cujo nome veio de "Monte de Marte", pois aqui, antigamente, existia um templo para o deus da guerra. Dizem que seu nome também tem a ver com "Monte dos mártires", pois foi nesse local que Saint Denis foi martirizado e teve sua cabeça degolada. De qualquer modo, o bairro ficou famoso mesmo pela arte, pela bebida e pelo can-can dançado nos cabarés desde 1889, quando o Moulin Rouge foi inaugurado.
Depois desse retorno ao mundo dos artistas boêmios, retornei ao apto. Hoje quis voltar para casa cedo, pois estava sentindo falta de ficar um pouco em casa. Quando a gente viaja, parece que existe uma obrigação de ter de sair todos os dias para ver tudo o que a cidade oferece, mas hoje eu estava mais caseira, querendo curtir um pouco esse canto que, no momento, estou chamando de lar.

A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO/SETEMBRO DE 2010

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Um passeio consumista em Paris e a bela vista de Montparnasse

Bonjour, amigos!

Hoje amanheceu um dia meio nublado (acho que quinta-feira é o dia da chuva em toda Europa!) e resolvi ir até o teatro “Opera” pois nunca havia nem passado na porta dele e sei que foi ele que serviu de inspiração para os arquitetos projetarem o Theatro Municipal no Rio de Janeiro. O prédio é lindo e mistura estilos renascentista e barroco! Na fachada estão algumas máscaras antigas, que são o símbolo do teatro e estátuas de compositores famosos como Mozart e Bethoven.


Eu ia entrar, mas quando cheguei a bilheteria ainda estava fechada, então fui dar uma volta na Galeries Laffayette, uma espécie de shopping que dizem que é cheio de brasileiros. Realmente! O lugar tem tanta gente falando português que até o recado do auto-falante é dado em português! Impressionante! Foi ali que eu percebi aquilo de que sempre ouvira falar: como tem brasileiro que só vem fazer compras na Europa! O que tinha de gente saindo carregado de lá!! A maioria das pessoas carregava, no mínimo, 3 bolsas. E eu ali, querendo ver a arquitetura do local! Depois de algumas fotos, resolvi procurar umas lembrancinhas pra comprar e achei no andar de baixo umas coisinhas bem bonitinhas e bem em conta! Ao sair de lá, passei no Museu Fragonard, que é o museu do perfume e fica ali do lado (Rue Scribe, 9) e acabei comprando, além do creme que uma amiga encomendou, um perfume pra mim. Ou seja, quando cheguei para entrar no Opera eu estava com duas sacolas e a minha mochila. Achei melhor voltar outro dia.


Voltei para o apto para deixar as compras e fui encontrar a Monica, uma brasileira que conheci pela internet e que chegou hoje a Paris. Iríamos à Torre de Montparnasse, mas quando chegamos lá, estava chovendo, então fomos a um café conversar.
De lá, ela voltou pro apto do David, onde está hospedada junto com a Renata e eu resolvi subir a Torre já que a chuva havia parado. Custa 11 euros e a gente sobe 200 metros em um elevador que eles alegam ser o mais rápido da Europa (38 segundos). No andar 56, onde o elevador para ,há um restaurante, mas eu não estava com fome, pois havia comido uma salada com a Monica, então subi os outros 3 andares que faltavam de escada (não tem outro jeito!) e fui ver a vista panorâmica de Paris. Agora eu entendo por quê construíram aquele Torre, que todos dizem que é tão feia, no meio de Paris. É para nos brindar com aquela vista inigualável!!! Eu ainda dei sorte pois peguei o anoitecer e vi Paris ir se acendendo lentamente. Melhor: vi a Torre Eiffel começar a piscar! Linda!!! Fiquei um tempão lá em cima, só desci porque começou a chover novamente. Voltei ao andar 56 e fiquei olhando a vista pelos vidros. Como Paris é linda vista assim do alto!!


A Torre de Montparnasse ( o nome é uma alusão ao Monte Parnasso, onde viviam os poetas) foi inaugurada em 1973 e até hoje desperta polêmica, por ser quase o único arranha-céu no centro de Paris. Ela é, esteticamente, muito feia, mas a vista compensa! E lá em cima há um vídeo muito interessante falando de todas as cidades que têm torres importantes, desde Nova York até San Gimignano. O vídeo tem legenda em várias línguas e é bem bacana! Saí de lá, peguei o metrô e voltei pra casa. Ainda deu tempo de passar rapidinho no supermercado para comprar um suco de maçã (lembra, mãe?) e chegar no apto e postar tudo isso pra vocês.

Estou fazendo Paris com calma, não quero ter que tirar “férias das férias” quando eu voltar ao Brasil. Mas, sinceramente, nesse ponto da viagem, a saudade começa a ficar quase insuportável e, não fosse eu estar na cidade lindíssima que é Paris, já teria voltado pra casa!

A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO/SETEMBRO DE 2010

O Jardin des Plantes de Paris

Bonjour, amigos!

Ainda no estilo “estou de férias! E em Paris!”, ontem acordei bem tarde (começo a adaptar a vida na Europa ao meu relógio bilógico, o que significa acordar lá pelas 10h30 da manhã) e fui a um jardim que só descobri que existia depois que voltei da viagem do ano passado: O Jardin des plantes. É um lindo jardim, originalmente de plantas medicinais, criado em 1635 para o então rei Louis XIII. Após a Revolução Francesa foi acrescentado a ele o Museu de História Natural.


Há árvores centenárias ali, incluindo um Ginko Biloba com mais de 220 anos. O jardim é imenso e há nele um labirinto com uma espécie de mirante no cume, que foi construído em 1788.


Há o chamado “Jardim Alpino”com mais de 2000 plantas de montanha, incluindo os Alpes, a Provence, a América do Norte e até o Himalaya. Esse é um espaço bem agradável, com bancos e sombras para se sentar e descansar um pouco.


Há também um zoológico chamado aqui de “ménagerie”, mas eu não me interessei em ir. Além do mais, tinha muita criança fazendo bagunça na fila e eu não queria me estressar. Contudo, fui a Galeria da Evolução (7 euros +2 euros para ver a exposição temporária) que é gigantesca! São 4 andares contando a história da evolução de diversas espécies de animais. É bem interessante, principalmente para as crianças pois tem umas partes do museu que são interativas.


Eu queria ter ido à Galeria de Mineralogia para ver a pedras, mas estava fechada. Na frente havia um enorme quartzo negro vindo diretamente do Brasil. Acho que fiquei umas 3 horas ou mais dentro do jardim. Tudo é muito bonito e organizado. Logo na entrada (pode-se descer na estação de metrô Gare D'Austerlitz) há uma casinha com informações turísticas onde se pode pegar gratuitamente um mapa do jardim (há versão em francês e inglês) e a partir daí, você escolhe onde quer ir.


Saindo do jardim pela saída 36, na Rue Geoffroy Saint-Hilaire, a gente dá de cara com um mesquita e um salão de chá com doces árabes. Esse edifício foi construído em 1922 em estilo hispano-mourisco. Existe também uma lojinha vendendo todo tipo de lembrancinha árabe que se possa imaginar, desde incenso até luminárias. O cheiro que exala dessa lojinha é delicioso!


Como não gosto muito de comida árabe, não quis comer ali e fui até a famosa Rue Mouffetard, onde eu ouvi falar de restaurantes deliciosos e baratos. Antes, passei nas Arénes de Lutéce, uma antiga arena romana que preserva ainda boa parte da sua estrutura original. Ela acomodava até 20 mil pessoas e era usada para esportes sangrentos, foi descoberta em 1860 quando iniciaram a construção da rua ao lado. Hoje virou campo de futebol para os adolescentes e de bocha para os senhores mais velhos. Há um pequeno parque atrás dela onde crianças brincam e mães levam seus bebês para passear.





Depois de passear um pouco pela Rue Mouffetard e olhar suas lojinhas (um tanto caras para o meu padrão), voltei andando para o apto. Achei que era perto, mas andei horrores!! Cheguei aqui com a perna doendo e ainda tinha dois lances de escada para subir. Ufa! Tomei banho e cama!
Au Revoir!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO/SETEMBRO DE 2010

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Uma ilha no meio de Paris

Bonjour, amigos!

Ontem fui passear um pouco por Paris! Como vou passar ainda um tempo por aqui e já visitei todos aqueles lugares mais turísticos no ano passado, posso me dar ao luxo de não ter de “Bater ponto” nos museus e monumentos, então posso sair sem destino pelas ruas. Afinal, estou de férias! E em Paris!
Ontem fui conhecer um pedaço da cidade que não conhecia: a Île Saint Louis. Comecei pela estátua de Rimbaud que fica na saída do metrô “Sully Morland”.


Atravessando a Ponte Sully, em frente, encontra-se um belo jardim à esquerda. Dali há uma bela vista para o Sena.


Saindo do jardim, fui até o “quai D'Anjou”, onde no número 1 fica o Hôtel Lambert, uma casa do século XVII projetada pelos mesmos arquitetos que projetaram o Palácio de Versalhes. Essa casa já foi ocupada por Voltaire, mas hoje pertence a uma família rica aqui de Paris.


Nessa mesma rua, no número 7, está o Sindicato dos padeiros (pão é coisa muito séria para os franceses e há um concurso todos os anos para escolher o padeiro oficial do presidente) e pelo cheiro que se sente nas ruas não é difícil chegar lá. Uma delícia!


No número 17 ainda do “quai D'Anjou”está o Hôtel Lauzun, com curiosos canos em formato de peixe. Esse hotel, hoje em dia, pertence à cidade de Paris e é usado em recepções.


Ainda nessa rua, no número 29, está a casa onde Hemingway editava um jornal de literatura na década de 20.


No meio do caminho, na “Rue Poulletier”que era onde a ilha se dividia antigamente por um fosso, encontrei uma escola para crianças e, ao lado, um cartaz dizendo que na época da segunda Guerra, muitas crianças que tiveram o azar de nascerem judias, foram mandadas dali aos campos de concentração. Aqui em Paris há uma preocupação muito grande em não se deixar esquecer os horrores da época do nazismo. Eles aqui tem um ditado que diz: “Perdoar sim, esquecer jamais”.


Nessa rua há uma Igreja bem bonita em homenagem a Saint Louis, que dá nome à ilha (A ilha antes se chamava “Île Notre Dame”, só depois passou a ser chamada de Saint Louis, talvez por ser estranho a ilha ter o nome de uma catedral que ficava em outro lugar) . Essa igreja já foi atingida por um raio e o pináculo anterior foi destruído numa tempestade, por isso fizeram esse atual perfurado, para permitir a passagem do vento. Há belos vitrais no interior da Igreja.




No meio do caminho esbarrei com a famosa sorveteria “Berthillon”e, claro, tive de tomar um sorvete, mas depois de tantos sorvetes deliciosos na Itália de sabores inusitados e com um preço bem baixo, o sorvete da Berthillon me pareceu caro e sem graça. Mas foi bom experimentar!


Passei pela “Rue Saint-Louis em île”, a principal rua da ilha, cheia de lojinhas de moda, roupas, doces e crepes. No número 51 dessa rua está o Hôtel Chenizot, uma mansão construída no século XVII, onde viviam famílias nobres. No século XIX virou residência do arcebispo de Paris Monseigneur Affre, que foi baleado ali mesmo, tentando acalmar a multidão na Revolução de 1848.


Andando mais um pouco, a esquina do “quai de Bethume”com a “Rue des Deux Ponts” há a casa onde morou Marie Curie, aquela cientista que descobriu o elemento rádio e que, graças a ela, hoje, muita gente se cura do câncer com a radioterapia. Ela e o marido Pierre Curie, estão enterrados no Pantheon e fui ver o túmulo deles ano passado.


Saindo da ilha, eu estava com fome, então voltei andando aqui para perto de casa e comi em um restaurante que já havia comido em julho, com a Renata. Chama-se “Le Lutéce” e tem um salmão com talharim maravilhoso!


De lá, fui passear um pouco no jardim de Luxembourg e depois fui encontrar a Renata para ela me explicar como eu chegava no apto do David, que vou alugar em setembro e que ela está alugando agora. Fica fora de Paris, em uma cidadezinha bem simpática. O David foi nos encontrar lá, ficamos algumas horas conversando e depois ele me trouxe de volta aqui pro apto no Quartier Latin. Foi um dia bem tranquilo, com cara mesmo de férias.

A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO/SETEMBRO DE 2010

Paris é minha segunda Veneza



Bonjour, amigos!

Como é bom estar de volta a Paris depois de quase um mês na Itália, mas antes de falar sobre a cidade-luz, vou fazer uma avaliação do que foram esses meus dias na terra da pizza.

Quando eu estava lá em Riomaggiore, comecei a me perguntar o que eu tinha ido fazer ali naquelas cidades de praia? Justo eu que detesto sol e calor! Acho que fiquei encantada com as revistas de turismo que mostravam belíssimas paisagens de Cinque Terre e diziam que aquilo ali era o paraíso. Mas, sinceramente, para quem tem o Rio de Janeiro como referência, aquilo ali é comum. O mar é bonito, o sol queima sem clemência, o céu é muito azul e o pôr do sol era realmente lindo, mas não era nada que eu não pudesse ver na minha cidade.
Aliás, desde Roma que vinha me sentindo meio iludida. Achei que encontraria, na cidade eterna, um museu a céu aberto. Realmente ele estava lá, no entanto, sem nenhuma placa para explicar o que era o quê. Só ver um monte de ruína, para mim, não interessa, quero saber o que foi aquilo para poder imaginar como era antigamente. Eu não precisava de uma aula sobre o lugar, apenas uma placa dizendo: “Túmulo de Adriano”; “Circo Massimo”; “Arco de Tito”, essas coisas...
Achei um absurdo que Roma, com tantos anos de história, parece não dar valor a seus visitantes e não há nenhuma preocupação em fazê-los entender sua história. E, mesmo estudando antes como eu fiz (quem me conhece sabe o quanto estudo antes de viajar!), havia lugares em que eu ficava sem saber o que era. É claro que isso me deixou estupefata, sendo Roma a cidade com a importância histórica que é e eu queria muito ter podido curti-la com o amor com que estudei sobre ela.

Percebi que essa falta de informação na Itália vai piorando à medida que se chega mais ao sul. Em Milão havia alguns folhetos explicativos em alguns lugares e uns cartazes também. Em Veneza os museus e Igrejas oferecem um papel plastificado na língua que você escolher (menos português, mas espanhol e italiano já me serviam bem) que é preciso devolver no final. Não se leva o folheto para casa, mas ao menos, existe explicação! Em Firenze a coisa começa a complicar. Alguns lugares têm placa, outros têm cartazes, outros têm folheto (só em inglês e italiano) e alguns poucos não têm nada. Em Roma é o caos que já expliquei. Fico imaginando como não deve ser a Sicília, que é no sul da Itália. Realmente italianos e brasileiros têm muito em comum...

No fundo, depois de tanto tempo nesse país, me senti um pouco triste, pois achei que iria amar a Itália e iria querer voltar muitas e muitas vezes, contudo, com exceção de Veneza que eu realmente amei, as outras cidades italianas não me cativaram. Pelo menos não o suficiente para querer voltar. Até Bruxelas me encantou mais que as cidades italianas.
Entretanto acho que foi muito bom eu ter podido fazer essa viagem sozinha e ter podido conhecer tão bem um país a cerca do qual todos têm tanta fantasia. Não me arrependo de ter escolhido a Itália em vez da Espanha (eram as minhas opções quando planejei a viagem). Gostei de muita coisa que vi. Respirei muita história e muita arte! Vi obras belíssimas, construções antiquíssimas e muita coisa que não teria visto fora da Itália!
Essa oportunidade de viajar por tanto tempo para tão longe é única na minha vida. Não sei quando terei outra chance de voltar ao velho mundo por tantos dias. E passar um mês na Itália me trouxe uma bagagem e uma experiência valiosíssimas! Aprendi a me adaptar em circunstâncias que não achei que viveria um dia, a me comunicar em um idioma que não domino (no fim estava até conversando com uma senhorinha na estação que resolveu me contar a vida dela!). Voltei mais plena e mais segura. Certamente voltei uma pessoa melhor!

Porém, chegar em Paris é como chegar no paraíso! Pelo menos no meu ideal de paraíso! Onde há limpeza, organização e onde há informação de tudo! Veneza é um universo paralelo, para onde quero retornar com meu amor, mas não moraria lá jamais! Já Paris é uma cidade do jeito que eu gosto, com cultura para todo lado, muita coisa gratuita e placas....muitas placas informando até o que a gente nem quer saber! Aqui eu moraria, sem dúvidas (não fosse ela tão longe da minha família e dos meus amigos)! Aqui eu me sinto na Europa! Gosto de Paris e gosto de lugares arrumados e certinhos(vai ver é minha parte alemã gritando!). Sou assim. Tenho uma amiga que disse que jamais moraria em Madri por ser certinha demais...acho que vou amar Madri, justamente por isso! A Itália foi um belo país, mas para eu ir somente uma vez, já à França quero voltar sempre que puder!

A bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO/SETEMBRO DE 2010

domingo, 22 de agosto de 2010

Um passeio por Cinque Terre

Ciao, amigos!

Essa noite eu dormi muito bem! Fazia um tempo que eu não dormia em cama de casal. O mais chato de viajar sozinha é ter de dormir em cama de solteiro, ainda mais depois de tantos anos acostumada a dormir naquela cama enorme só pra mim!
Acordei 10 horas, tomei café no apto e fui explorar as outras vilas. Comecei pela “Via dell'amore”, uma pequena trilha de 1 km à beira mar margeando o penhasco que liga Riomaggiore a vila seguinte chamada Manarola. A vista é linda! Esse caminho tem esse nome porque os casais apaixonados colocam ali seus nomes em cadeados para nunca mais se separarem. É romântico. Há um túnel com espaço nas paredes para os casais escreverem seus nomes e diz a lenda que o casal que escreve seu nome ali fica junto para sempre.




Depois de mais ou menos 30 minutos de caminhada, chega-se a Manarola, uma vilazinha bem parecida com Riomaggiore, mas com uma praia que tem uma espécie de piscina natural formada pelas pedras. Dizem que é em Manarola o melhor mergulho da região. Pelo que vi do mar, eu não duvido.


A vila seguinte chama-se Corniglia, mas resolvi pulá-la e ir, de trem, até a próxima chamada Vernazza. Comprei o “Cinque Terre Card” para um dia, custou 8,50 e dá direito a viagens de trem por todas as vilas da região, à entrada na Via dell'Amore e ao ônibus turístico que passeia em cada uma das cinco vilas (,as esse eu não usei). Vernazza é maior que as outras vilas e é bem bonitinha. Com uma praia de pedra e um mar lindo! Subi até o Castelo Dorian, de onde se tem uma vista privilegiada. Tirei várias fotos! Almocei em Vernazza. Comi bruschetta mista como entrada (mas a de Campos do Jordão continua sendo imbatível!) e pizza marguerita. Gostoso.



De lá, peguei o trem para a última das cinco vilas chamada Monterosso al Mare. Ela é praticamente só orla e é a que mais se parece com a ideia que nós, brasileiros, temos de praia, pois há uma pequena faixa de areia onde as pessoas colocam suas barracas de praia. Essa é livre e não é preciso alugar um espaço para curtir o sol. Contudo o sol, a essas alturas, já estava muito forte (pelo menos pra mim que não estou acostumada) e achei que era hora de embora.


Peguei o trem em Monterosso e depois de uns 40 minutos estava em Riomaggiore. Passei no mercado para comprar o jantar e fui para o apto pois estava cansada de andar o dia inteiro no sol, ainda mais subindo e descendo penhasco, escada e afins...
Foi bom porque pude ver o maravilhoso pôr do sol aqui da varanda do apto. Uma beleza! E fui arrumar minha mala para ir embora de volta para Milão amanhã, onde vou apenas pernoitar até segunda-feira para poder pegar meu trem de volta à Paris! Ah, Paris! Não vejo a hora de retornar à organização francesa! Estou cansada da Itália.


Estive em 6 regiões italianas e em 9 cidades diferentes (Lombardia- Milão; Vêneto- Veneza; Toscana- Firenze, Lucca e Viareggio; Lazio- Roma, Campania- Napolis e Pompeia ; Ligúria- Cinque Terre), isso porque não estou contando Verona pois só passei duas horas lá e porque estou contando as Cinque Terre apenas como uma cidade, já que fazem parte da mesma comunidade. Acho que depois disso tudo eu pude ter uma boa noção de como é a Itália e posso ter a certeza de que não quero voltar tão cedo. A não ser a Veneza, mas essa é um caso à parte! Veneza é especial demais pra mim e está nos meus planos retornar a ela com o meu amor, porém, tirando Veneza que faz parte de um universo paralelo, não pretendo mais voltar à Itália em breve. A comida é boa; as pessoas são simpáticas; a língua é, relativamente, fácil de entender, mas tudo aqui é parecido demais com o Brasil. Muito desorganizado para o padrão que eu considero como europeu. Gostei da Itália, mas não o suficiente para querer retornar (espero que o leitores desse blog não resolvam me crucificar por dizer isso!) e não vejo a hora de voltar a Paris, onde realmente me sinto na Europa. Vou aproveitar minha longa estadia para conhecer outras cidadezinhas da França e poder ter uma noção maior e melhor do país, pois até agora só conheço Paris, Vernon e Yvoire. Quero aproveitar ao máximo, pois dificilmente farei outra viagem desse tamanho à Europa novamente.


Arrivederci!
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